terça-feira, 22 de maio de 2012

A decida do Espirito Santo


A DESCIDA DO ESPÍRITO
_____________________________________________
Atos 2.1-21
1Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos
reunidos num só lugar. 2De repente veio do céu um som,
como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na
qual estavam assentados. 3E viram o que parecia línguas
de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um
deles. 4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito
os capacitava. 5Havia em Jerusalém, judeus tementes a
Deus, vindos de todas as nações do mundo. 6Ouvindo-se
o som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois
cada um os ouvia falar em sua própria língua. 7Atônitos
e maravilhados, eles perguntavam: “Acaso não são
galileus todos estes homens que estão falando? 8Então,
como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria
língua materna? 9Partos, medos e elamitas; habitantes
da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, do Ponto e da
província da Ásia, 10Frígia e Panfília, Egito e das partes
da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma,
11tanto judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses
e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de
Deus em nossa própria língua!” 12Atônitos e perplexos,
todos perguntavam uns aos outros: “Que significa
isto?” 13Alguns, todavia, zombavam deles e diziam:
“Eles beberam vinho demais”. 14Então Pedro levantouse
com os onze e, em alta voz, dirigiu-se à multidão:
“Homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém,
deixem-me explicar-lhes isto! Ouçam com atenção:
15estes homens não estão bêbados, como vocês supõem.
Ainda são nove horas da manhã! 16Ao contrário, isto é o
que foi predito pelo profeta Joel: 17‘Nos últimos dias, diz
Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos.
Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens
terão visões, os velhos terão sonhos. 18Sobre os meus
servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito
naqueles dias, e eles profetizarão. 19Mostrarei
maravilhas em cima no céu, e sinais em baixo na terra:
sangue, fogo e nuvens de fumaça. 20O sol se tornará em
trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e
glorioso dia do Senhor. 21E todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo!






INTRODUÇÃO
Você deve se lembrar que os profetas do Antigo
Testamento haviam anunciado que o Espírito de Deus
seria derramado intensamente. Quando João Batista
veio, João fez o mesmo. Ele disse (Mt 3.11): Eu batizo
com água, mas após mim vem alguém que é mais
poderoso que eu e ele batizará com o Espírito Santo.
Aquele mais poderoso que ele, Jesus, veio e quando
veio, em certa ocasião, enquanto comia com os
discípulos, Ele disse: “Não saiam de Jerusalém. Vai se
cumprir uma promessa.” Eles deviam permanecer em
Jerusalém. Jesus liga aquilo que Ele fala com aquilo que
João havia dito (At 1.5): João batizou com água, mas
dentro de poucos dias vocês serão batizados com o
Espírito Santo. Observe: os discípulos deveriam
permanecer em Jerusalém e esperar pela promessa, e eles
seriam batizados pelo Espírito Santo. Esse batismo era a
inauguração da Igreja e a capacitação dela para cumprir
com a tarefa que lhe compete.
No capítulo primeiro de Atos, vemos Jesus
treinando seus discípulos e terminando a sua obra
redentora. No capítulo 2, então, Deus capacita a Igreja
para que ela faça o que lhe cabe. Na verdade, aqui se
inaugura a Igreja do Senhor e aqui ela é capacitada pelo
Espírito de Deus para cumprir, com o poder que Deus
dá, a tarefa que lhe cabe. Eu gostaria que olhássemos
para esta passagem de Mt 3.11 citada acima, fazendo
algumas considerações, de forma gradativa, observando
alguns detalhes, até chegarmos à interpretação e as
aplicações desse texto.
Antes, porém, vamos orar:
“Pai celestial, eu Te peço: vem nos abençoar,
vem abrir nosso entendimento, vem dar-nos percepção,
vem dar-nos prazer e amor por compreender a Tua
Palavra. Que possamos atentar para a Tua Palavra,
acolhendo-a, para que possamos desfrutar do que o
Senhor tem para nós. Vem, ó Pai, e ilumina-nos, eu Te
peço em nome de Jesus, Amém”.
2
1ª.CONSIDERAÇÃO:AS CIRCUNSTÂNCIAS DOS FATOS
Quero fazer algumas considerações sobre este
texto. A primeira delas é acerca dos fatos que se deram
naquele dia, naquela ocasião relatada em Atos 2. Esta
primeira consideração é sobre as circunstâncias. Esses
fatos se deram em torno do quê? O que acontecia em
volta?
Em primeiro lugar é importante destacarmos que
o lugar onde estas coisas aconteceram foi em Jerusalém.
Os discípulos haviam recebido uma ordem do Senhor
Jesus: “Permaneçam em Jerusalém” e certamente
permaneceram lá, com grande expectativa. Os profetas
haviam falado: “o Espírito vai ser derramado...”, João
Batista falou: “o Espírito será derramado...” e o Senhor
Jesus fala: “o Espírito vai ser derramado”. Em At 2.1,
lemos: Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos
reunidos num só lugar. Há muita discussão e
especulação sobre onde seria esse lugar. Esse lugar
poderia ter sido o templo ou mesmo o lugar onde eles
haviam estado reunidos antes, como está em At 1.13.
Parece-me cabível a idéia de que todos os que estavam
reunidos fossem os mesmos mencionados At 1.15, ou
seja, aquele grupo de cerca de cento e vinte pessoas,
reunidas em Jerusalém, no dia de Pentecoste.
O que era Pentecoste? Pentecoste era uma festa
que se dava no dia seguinte após se completar sete
semanas da Páscoa. Sete semanas são quarenta e nove
dias, somado ao dia seguinte, completavam cinqüenta
dias. Pentecoste significa qüinquagésimo.
Naquele dia havia uma festa, era a festa da
colheita do trigo. Nas semanas que antecediam, muitos
judeus vinham de diversos lugares para se comprazerem
ali e participarem daquela festa. Era um evento
importante na vida daquela nação. Isso se pode perceber
no versículo 5 (At 2.5): Havia em Jerusalém judeus,
tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo.
Eu entendo que esses judeus tementes a Deus se tratam
de dois grupos diferentes: o primeiro constituído de
judeus piedosos, que vinham para a festa para adorar a
Deus, e o segundo grupo seria de pessoas não judias,
mas que estavam aderindo ou em processo de aderir ao
judaísmo. Esses não tinham em seu contexto nacional a
revelação de Deus, mas haviam percebido que a
revelação havia sido dada aos judeus. Desta forma, eram
prosélitos que se uniam ao povo judeu. Assim, esses dois
grupos “vinham de todas as nações”, já que Jerusalém
estava representada por todos os lugares onde existiam
pessoas que temiam a Deus, judeus ou não. Em At 2.11,
nós percebemos mais claramente a divisão desses dois
grupos: ... tanto judeus como convertidos ao judaísmo;
cretenses e árabes. Observe então que estavam ali nesse
grupo pessoas que haviam chegado de fora do judaísmo
e judeus, entre os presentes naquela ocasião. Essas eram
as circunstâncias desse acontecimento.
2ª. CONSIDERAÇÃO: O FATO
Agora eu gostaria de focalizar outro fato: O que é que
aconteceu naquele dia em que a Igreja do Senhor Jesus
Cristo nasceu?
Observe At 2.2: De repente veio do céu um som, como
de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual
estavam assentados.
De repente – Este é o primeiro ponto que eu quero
salientar. Eu quero fazer alguns destaques aqui: O
primeiro deles é “de repente” – aconteceu de uma
maneira de certa forma, inesperada. O Senhor havia
falado “Ele viria, seria derramado”. Mas eles não
sabiam exatamente qual era o momento... Eles não
estavam buscando... Eles não estavam tentando alcançar
ou obter o Espírito. De certa maneira, em seu convívio
diário, a revelação do Senhor, repentinamente aconteceu.
Eles não esperavam que ocorresse naquele momento.
Em segundo lugar, o que aconteceu ali? “veio do céu um
som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa
na qual estavam assentados” Não aconteceu um vento
naquela casa, naquele dia. Aconteceu sim, um som,
como se fosse de um vento muito forte. Parecia um
vento. Era uma expressão de poder através do vento, o
que é normal acontecer no Antigo Testamento: Deus
manifestar o Seu poder através da natureza.
Por exemplo: Em Ezequiel capítulo 43.2 lemos: e vi a
glória do Deus de Israel, que vinha do lado leste. Sua
voz era como o rugido de águas avançando, e a terra
refulgia com a sua glória. Então houve manifestação no
tempo de Ezequiel como se fosse águas chegando. No
tempo de Moisés e Elias houve como se fosse até
terremoto. Mas aqui em Atos 2 nós percebemos uma
manifestação como de um vento muito forte,
acompanhado por um visual, que nós percebemos no
versículo 3. E esse é o terceiro ponto(At 2.3): E viram o
que parecia línguas de fogo, que se separaram e
pousaram sobre cada um deles. Esta é a terceira
característica. Com a aparência de uma língua, de uma
labareda de fogo, essas labaredas se dirigiram e foram
em direção às pessoas. Não era fogo, como também não
era vento. Era uma expressão, uma aparência. As
pessoas puderam ver o que parecia uma labareda. No
versículo 4, observamos mais um aspecto (At 2,4):
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a
falar noutras línguas, conforme o Espírito os
capacitava. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo” –
Todas as pessoas presentes, sem nenhuma exceção,
ficaram cheias do Espírito Santo. Foram capacitadas por
Deus de uma maneira especial, ao ponto de elas
3
começarem a falar em outras línguas, e essas línguas
eram idiomas conhecidos. Não eram estranhos. Eram
idiomas: aquele povo podia ouvir e entender aquela
mensagem que era dada através daquelas pessoas.
A quinta observação, nós vamos encontrar no versículo 6
(At 2.6): Ouvindo-se o som, ajuntou-se uma multidão
que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua
própria língua. O som que ocorreu do vento e
possivelmente agora, as expressões dessas pessoas
falando, o que elas estão falando, formam juntos, um
som tão alto, que as pessoas que estão na cidade podem
ouvir, ao ponto de uma multidão se dirigir para lá. Você
deve se lembrar naquele dia com a mensagem de Pedro,
onde três mil foram o número dos que se converteram.
Quantos estavam ali, quantos ouviram aquele som e
correram para ali nós não sabemos. A cidade tinha cerca
de, 500 metros de largura no seu ponto mais largo, e o
comprimento dela não passava de 800 metros, pelo
menos, nos limites dos muros da cidade. Mas, a verdade
é que, com a manifestação que aconteceu naquela casa,
uma multidão correu para lá, pois o som foi
suficientemente alto para isso. E sabemos aqui que uma
multidão ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em
sua própria língua. Então, aquele judeu temente a Deus
que estava naquela ocasião em Jerusalém, pode ouvir,
de repente, uma língua, digamos que havia vindo do
Cairo, no Egito. Ele conseguia ouvir a mensagem que
era dada, não em hebraico, não em grego, não em
aramaico, mas na sua língua, talvez a “copta”. As
pessoas que vinham dos diversos lugares, ouviam um e
outro falar, e conseguiam entender a mensagem na
língua de seu país de origem. Eles falavam diversas
línguas, e aquelas pessoas ali estavam entendendo nas
suas línguas e ficavam perplexos com isso. Eles
entendiam aquela linguagem falada naquela ocasião,
porque era o idioma de onde eles vieram, mas eles não
conseguiam entender o que estava acontecendo. Como
poderia acontecer isso? Observe o que ele diz no
versículo 7:
Atônitos e maravilhados, eles perguntavam: Acaso não
são galileus todos esses homens que estão falando?
Então, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa
própria língua materna? Eram vários.
No versículo 9 lemos: Partos, medos e elamitas;
habitantes da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, do
Ponto e da província da Ásia, Frigia e Panfília, Egito e
das partes da Líbia próximas a Cirene, visitantes vindo
de Roma. Ou seja, abrangia o que existia na Europa hoje,
o início da Europa oriental e a África. Várias pessoas
tinham ido para essa festa e elas estão ouvindo falar na
sua própria língua. São vários os idiomas.
A língua materna daqueles que vieram dos diversos
lugares era dito na ocasião e eles entendiam. Entendiam
o quê? O quê eles falavam?
Observe (At 2.11): Nós os ouvimos declarar as
maravilhas de Deus em nossa própria língua! Eles
ouviram falar de quem era Deus. Eles certamente
ouviram falar da proposta de Deus, do plano de Deus, da
salvação em Jesus. Eles ouviram a mensagem.
O foco da Palavra que aquelas pessoas davam era o
próprio Deus.
Por fim, no versículo 14 sabemos que Pedro se levanta
com os demais apóstolos e em alta voz se dirige à
multidão (At 2.14): Homens da Judéia e todos os que
vivem em Jerusalém, deixem-me explicar-lhes isto!
Ouçam com atenção. Até aqui vimos os fatos.
3ª CONSIDERAÇÃO: AS INTERPRETAÇÕES DO FATO
At 2.12; At 2.7; At 2.13; At 2.14; At 2.15-16; At 2.17;
At 2.18; At 2.19; At 2.20-21
Agora, o que eu gostaria de considerar, na verdade, é a
interpretação dos fatos. O que isso significava? De uma
forma geral, mesmo naqueles dias, inicialmente, o que
aconteceu não foi entendido. Precisou do apóstolo Pedro
se levantar e explicar o que estava acontecendo.
Observe, no versículo 12 lemos: Atônitos e perplexos,
todos perguntavam uns aos outros: “Que significa
isto?”. Eles não entenderam o que significava
simplesmente pelo desenrolar dos fatos: O que significa
isso? Eles estavam paralisados, chocados, perplexos com
o que acontecia.
No versículo 7, nós lemos: Atônitos e maravilhados, eles
perguntavam: Acaso não são galileus todos estes
homens que estão falando? Naquele tempo, ser Galileu
não era uma grande coisa não. Isso não era bem visto.
Eles eram vistos como inferiores.
Você deve se lembrar da ocasião em que Natanael ouviu
a mensagem acerca do Messias. Foi dito a ele que o
Messias tinha vindo de Nazaré, e Natanael perguntou:
De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Da Galiléia
pode vir alguma coisa boa?” Então estas pessoas estão
perplexas e atônitas, também porque eles estão ouvindo
falar na sua própria língua, e são pessoas sem grande
escolaridade. Eles estão ouvindo falar na sua língua, mas
são galileus, não fizeram letras na Universidade
Hebraica de Jerusalém. Ele é um homem simples, e eles
não estão entendendo o que está acontecendo ali.
Além disso, alguns não entendiam e zombavam deles e
diziam “eles beberam vinho demais” ou como diz outra
tradução “eles beberam vinho novo”, que continha mais
álcool. Esses daqui também não entenderam o que tinha
acontecido. Uma característica é que eles eram
4
zombadores e, para um zombador, não é preciso
entender. Só basta ter oportunidade, e ele vai zombar. E
foi o que eles fizeram... Eles começaram a fazer
brincadeira e piada com aquilo que estava acontecendo
dizendo “eles beberam. Estão embriagados. O que está
acontecendo só pode ser embriaguez”. Como se pelo
fato de estar embriagado, pudesse ganhar alguma
habilidade de falar em língua que não conhece.
Finalmente, Pedro se levantou e passou a se dirigir à
multidão e explicar o que aconteceu.
O que aconteceu? Qual é a explicação de Deus?
Observe o versículo 15: Estes homens não estão bêbados
como vocês supõem. Ainda são nove horas da manhã -
ou como diz algum trecho “era a hora terceira”. Isso
equivalia à nona hora, à nossa nove horas, e o judeu
tinha uma regra clara: ele não podia beber pela manhã.
Assim, não pode ser embriaguez, eles falam. O que
acontece aqui é alguma coisa diferente de embriaguez.
E ainda no versículo 16, ele diz: Ao contrário, isto é o
que foi predito pelo Profeta Joel. E aqui já começam as
grandes discussões sobre o que esta passagem significa.
O que Pedro quis dizer com isto, é o que foi predito.
Há três teorias sobre isto:
A Primeira delas é que, aquilo que o profeta Joel
profetizou, se cumpriu nesta ocasião.
A segunda seria o que Joel profetizou, ainda que seja
algo para acontecer nos últimos dias, naqueles dias já
começava a acontecer parte do que foi profetizado. Ali
se deu início a parte dos acontecimentos sobre o qual
Joel falou.
E a terceira teoria, (confesso que essa é a minha posição)
é que o que Pedro queria dizer é o seguinte: Joel
profetizou que ia acontecer uma série de coisas. E dentre
as coisas que ele disse que iria acontecer é que iria ter
uma manifestação do Espírito, e ele está dizendo assim:
O que está acontecendo agora é como o que Joel
falou. É uma manifestação do Espírito”. Assim, Pedro
não tinha a intenção de dizer que aquilo era um
cumprimento profético, mas era simplesmente uma
reverberação profética, alguma coisa que foi profetizada
por um tempo, que também acontecia naquele
momento. Porque eu entendo ser isso? Pela maneira, em
primeiro lugar, como foi escrito: “isso é o que foi dito”.
É diferente de quando os demais falam “isso aqui é um
cumprimento profético”.
Em segundo lugar, eu focalizo que grande parte dos
fatores do que Joel anunciou, não aconteceu naquele dia,
e nem tão pouco a situação para a qual Joel profetizou,
era uma situação como aquele dia. Era uma situação de
Juízo profetizada por Joel, e naquele dia não tinha juízo
envolvido. O que acontecia naquele dia, era algo comum
ao que haverá de acontecer no cumprimento, nos últimos
dias, conforme Joel.
Qual era a profecia de Joel?
At 2.17 - “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do
meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as
suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos
terão sonhos.” Observe: aqui, ele diz o que? Nos últimos
dias haverá um derramamento do Espírito e todos aqui
vão se manifestar, se expressar pelo fato de haver esse
derramamento do Espírito. Em segundo lugar, Joel
anunciou: (At 2.18): sobre os meus servos e as minhas
servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles
profetizarão. Além dessa manifestação deles, nós
começamos a ver algumas manifestações que não
aconteceram. No versículo 19 então ele diz (At 2.19):
Mostrarei maravilhas em cima, no céu, e sinais em
baixo, na terra: sangue, fogo e nuvens de fumaça. O sol
se tornará em trevas e a lua em sangue,... Esses
acontecimentos não se deram naquela ocasião. Além
disso, observe: antes que venha o grande e glorioso e
temível dia do Senhor. Esses acontecimentos eram para
se dar as vésperas do grande, glorioso e temível dia do
Senhor. É num outro contexto que não era aquele.
Aquilo iria prenunciar um grande juízo de Deus sobre a
terra. E Joel disse: E todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo.
4ª CONSIDERAÇÃO – CONCLUSÃO: AS IMPLICAÇÕES
At 1.5; 1Co 12.13; At 2.4; Ef 5.18; 1Co 14.21;1Co
14.22; At 2.21
Já fizemos observação sobre a situação, já notamos os
fatos, já notamos as explicações, as interpretações dos
fatos. Eu gostaria de olhar agora, para as implicações
que isso aqui trazia.
Basicamente nós vamos ver dois campos de implicações:
Primeira – O que ocorreu e suas manifestações.
Você deve se lembrar que a mensagem dizia que eles
seriam batizados com o Espírito Santo (At 1.5): João
batizou com água, mas vos sereis batizados com o
Espírito Santo. Essa era a mensagem que tinha a ver com
a inauguração da Igreja. O batismo do Espírito Santo é a
operação que pega qualquer pessoa, de qualquer lugar,
de qualquer etnia e as enxerta no Corpo de Cristo.
Batizar aqui é enxertar no Corpo de Cristo. Quando nós
cremos em Cristo, depois daquele acontecimento, nós
também temos a oportunidade de imediatamente sermos
batizados pelo Espírito Santo, isto é, ser enxertado no
Corpo de Cristo. Essa é uma experiência que não é para
se repetir na vida. Não existe orientação nas escrituras
para se batizar com o Espírito Santo. As escrituras dizem
que o batismo já aconteceu... Todos fomos batizados...
Pertencemos ao Corpo de Cristo. É verdade que naqueles
5
dias, na medida em que ela foi vencendo as barreiras
geográficas, propostas no capítulo 1.8 - Jerusalém,
Judéia, Samaria e confins da terra – cada vez que ela
avançava um capítulo nessa história havia aquela
manifestação sobrenatural que caracterizava que eles
também haviam sido enxertados no Corpo de Cristo.
Mas, além de serem batizados com o Espírito Santo, o
texto nos fala que eles também ficaram cheios do
Espírito Santo.
Observe (At 2.4): Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito os capacitava. O batismo no Espírito Santo nos
coloca no Corpo de Cristo e uma vez colocado no Corpo
de Cristo, você não precisa ser batizado novamente,
assim como, você não precisa aceitar a Cristo
novamente. Uma vez que você entendeu o Evangelho e
abraçou o Evangelho, você já pertence ao Corpo de
Cristo. Já foi batizado no Corpo de Cristo. Entretanto, há
uma segunda experiência aqui que, sem sombra de
dúvida, é para ser repetida. Eles ficaram cheios do
Espírito Santo e isso não foi só aqui. Nós vamos ver que
Pedro novamente no capítulo 4 vai ficar cheio do
Espírito Santo. No Capítulo 4.31, vamos ver que outras
pessoas que estavam presentes aqui, também ficaram
cheias do Espírito Santo. No capítulo 7 nós vamos ver
Estevão cheio do Espírito Santo. No capítulo 9 e no
capítulo 13, nós vamos ver Paulo cheio do Espírito
Santo. E no capítulo 5.18 de Efésios, Paulo vai dizer:
Não se embriaguem com o vinho, que leva à
libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito,... Não
há ordem para ser batizado novamente, mas há ordem
para se deixar encher pelo Espírito.
E o que é isso? É estar sintonizado e em comunhão com
o Senhor de tal maneira, que nós trazemos os sinais tais
como descritos em Efésios, ao falar da Palavra, da
alegria, do louvor e dos serviços aos demais. Na grande
maioria das ocorrências de pessoas cheias do Espírito
Santo, nas Escrituras, nós não vamos encontrar aqui
sinais de pessoas falando em línguas. O sinal de línguas
era uma manifestação que Deus queria ter naquele tempo
por um propósito muito específico tal como disse em 1
Co 14.21: Pois está escrito na Lei: Por meio de homens
de outras línguas e por meio de lábios estrangeiros
falarei a este povo, mas, mesmo assim, eles não me
ouvirão, diz o Senhor.
O profeta Isaías havia anunciado isso: Que o povo estava
de tal maneira rebelde, que Deus iria enviar ou fazer uma
manifestação de pessoas que iriam falar em outras
línguas. As línguas dos judeus que estavam nos diversos
lugares, como um anúncio. Vocês não me ouvem? Estou
falando claro na língua materna de vocês! Se vocês não
me ouvirem o Juízo virá sobre vocês. E tal como Isaías
profetizou, eles não me ouvirão, eles não ouviram. A
maior parte dos judeus não se converteu e, sofreu o juízo
de Deus quando no ano 70, os romanos invadiram e
destruíram Jerusalém. As línguas eram um sinal de juízo,
tal como profetizado por Isaías, que aconteceu naqueles
dias para anunciar o juízo naqueles dias, e isso
aconteceu.O próprio Paulo, no capítulo 3 de Coríntios
anuncia: E o dom vai terminar. O que não significa
terminar com o estar cheio do Espírito Santo. A ordem
para nos enchermos do Espírito Santo continua... Todos
nós temos a responsabilidade de andarmos cheios do
Espírito Santo. E isso começa com uma prática simples,
que é se esvaziar. Nós podemos ser cheios do Espírito na
medida em que nós nos esvaziamos dos nossos próprios
pecados. Assim, eu diria que o estar cheio do Espírito
deve ser precedido, ou só acontece quando é precedido
pela postura de confissão de pecados. O que não é
confissão de pecados é, oportunamente, ocasionalmente,
você fazer a seguinte oração: Senhor! Perdoa a multidão
dos nossos pecados. Isso não é confissão. Isso é um
pedido fora do contexto das Escrituras. As escrituras não
estão nos ensinando a pedir perdão pela multidão dos
pecados. As Escrituras estão ensinando a confessarmos
os pecados e desfrutarmos do perdão. Então ao longo do
seu dia, você pode perceber pensamentos que você
alinhou, pecados que você acariciou, atitude que tem a
ver com a sua permanência no pecado, e com o desejo
pelo pecado. Isso pode se reverter em ação... Isso pode
ficar somente na sua cabeça, mas diante do fato de que
aconteceu, seja na sua cabeça, seja em ações, é tempo de
você parar e dizer: Deus, mais uma vez eu quero dizer
que esse pensamento que eu estou nutrindo aqui, agora
é pecaminoso... Eu reconheço que é pecado... Eu
confesso a Ti que é pecado. Você tratou alguém com
desrespeito indevido... O Espírito de Deus fez você
perceber que isso é um erro, é um pecado. É hora de
você parar.
Fale: Oh! Deus, a maneira como eu tratei essa pessoa
não foi respeitosa. E isso não tem a ver com a Tua
orientação. Isso não tem a ver com o Teu caráter. Eu
reconheço que eu pequei ao tratar dessa maneira. Isso é
para ser um processo semelhante ao da nossa respiração.
Praticamente, automaticamente nós expelimos os gases,
o ar que está em nosso pulmão que não nos é mais útil e
inspiramos o que nos traz o oxigênio.
A confissão é como esse expirar desse ar contaminado e,
ela tem que ser parte do nosso dia. Eu não diria não é
que de vez em quando nós temos que confessar nossos
pecados. Isso tem que ser parte do nosso dia todo,
porque a ordem é clara: Vocês têm que se deixar ser
cheio. E para eu ser cheio eu preciso, antes de mais nada,
de ser esvaziado. Eu não tenho dúvida nenhuma que no
6
coração de cada um, a começar pelo meu – o meu não
tenho dúvida nenhuma – passaram muitos pecados ao
longo dessa semana. O que nós fizemos com isso?
A orientação das Escrituras é que se esvazie, confesse.
Pode ser que você tenha falado mal de alguém para outra
pessoa, ou pensamentos impuros, ou objetivamente,
você percebe que você não foi fiel a Deus em
compromissos que você assumiu. Você reconhece isso?
Vamos fazer o seguinte: Vamos tomar o próximo minuto
para você, no seu silêncio. Tudo o que Deus trouxer na
sua memória agora, dos pecados que você tem
cometido, silenciosamente, confesse agora: Pai eu quero
Te agradecer porque o Senhor bem conhece todos nós e
conhece a nossa natureza pecaminosa, nosso coração
pecaminoso. Nós queremos Te agradecer porque além
de conheceres nosso coração, a Tua Palavra nos diz que
Jesus, por ter vivido na condição de humano é capaz de
entender o nosso pecado e se compadece de nós. Pai
celestial, nós Te louvamos pelo perdão que tens nos
dado. Te louvamos porque diante de uma simples
confissão, o Senhor nos perdoa e nos purifica. Louvado
seja o Teu nome. Oramos em nome de Jesus, amém.
Ainda nesse processo de purificação, você já percebeu
algumas vezes, quando você vai limpar um lugar e
depois de limpo você ainda acha que está sujo? Quando
nós começamos a confessar os pecados que estão no
nosso coração e que praticamos, acontece o mesmo. É
como se nós, com isso, estivéssemos nos inscrevendo
num programa de Deus de purificação dos pecados. “Se
confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e também de nos purificar de
toda injustiça”, e a minha experiência, e a experiência
que eu tenho visto na vida de outras pessoas a quem eu
aconselho, é que, quando elas começam a tratar com
seriedade a confissão de seus pecados, de repente, numa
hora em que você menos espera, vem à sua memória
uma lembrança de muitos pecados que você cometeu e
estavam ocultos, escondidos.
E o que eu entendo é que, quando nós começamos a
tratar sério com Deus, e confessar os pecados que nós
percebemos, e isso é parte do nosso momento, Deus
começa a nos dar o privilégio de purificar não somente
estes, mas também outros que estão ocultos.
O salmista nos ensina a tratar com os pecados que são
ocultos. No salmo 19 ele diz: Livra-me das faltas que
são ocultas. No Salmo 139, ele diz: Sonda-me, oh! Deus,
e conhece o meu coração. Vê se há em mim algum
caminho mal.
Então, não basta você ter confessado o que você
confessou aqui agora, mas na medida em que você
comete pecados amanhã, você fala: Senhor, mais uma
vez eu não tratei legal minha esposa. Eu sei que não é
assim e eu fiz assim novamente. Senhor eu não queria
ter agido com a explosão que eu agi com meu filho.
Senhor eu não queria ter desonrado meus pais da
maneira como eu falei nesta tarde.
E na medida em que eu vou me lembrando e tratando e
tornando de fato a confissão de pecado uma expiração
natural da nossa vida espiritual, o Espírito de Deus passa
a ocupar os espaços que estão em nós. Além da
confissão dos pecados, Paulo, em Ef 5, diz que nós
devemos falar entre nós com salmos, hinos e cânticos
espirituais. A idéia é que o coração e a mente devem
estar tomados dessa idéia do louvor e da adoração. É a
idéia que deve ser tema da nossa conversa: A Palavra do
Senhor.
E a seguir ele diz: Sujeitai-vos uns aos outros. Então
estes elementos fazem parte do processo de nos agregar
do Espírito de Deus. O que é a nossa conversação? A
nossa adoração e o serviço aos irmãos.
Essa ordem, de ser cheio do Espírito, é para nós ainda
hoje. É para cada um de nós, no nosso cotidiano.
Esvaziar-nos confessando os pecados e através do
louvor, da adoração, da conversação da Palavra, no
serviço aos outros. É provar de Deus, deixar que Ele
ocupe o nosso ser, domine o nosso ser. Isso não significa
ser possuído. Isso significa estar em sintonia com Ele,
orientado por Ele, guiado por Ele pela sua Palavra, pelo
seu poder e pela sua capacitação. Batismo foi um fato
histórico que marcou a inauguração da Igreja em Atos 2.
Era a experiência de colocar pessoas de qualquer etnia,
de qualquer lugar, de qualquer idade, de qualquer cultura
dentro do mesmo corpo, que é o Corpo de Cristo. Isso
se repete cada vez que alguém se converte. No ato da sua
conversão você é enxertado no Corpo de Cristo. Mas,
naquele dia, também ocorreu a plenitude do Espírito na
vida daquelas pessoas. E isso aconteceu na vida de
outras pessoas e é uma ordem de Paulo que deve
acontecer na sua vida. Uma vida que não é dirigida
simplesmente pelos seus esforços. Uma vida que não se
resume simplesmente no que você é capaz de produzir. É
uma vida em que você trata seriamente com o pecado,
joga fora o pecado através da confissão e inspira o que
Deus quer fazer com você através do louvor, da Palavra
e do serviço aos irmãos. Isso é pra hoje, isso é para você.
Isso é o privilégio que Deus nos dá a todos de podermos
levar a vida cheia do Espírito Santo.
Há uma segunda implicação e isso aqui é na vida de
qualquer pessoa também: O texto de Atos 2, e nós vamos
falar um pouco mais sobre isso no próximo estudo. Ele
diz naquele contexto, daquela manifestação, e vale para
a manifestação de Atos 2 e vale para o que acontece
aqui, e todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo.
7
Salvo de que?
Nós vamos entrar em mais detalhes no próximo estudo,
mas eu gostaria de acrescentar em linhas gerais o que
significa essa mensagem:
Quando Jesus morreu, Ele morreu e pagou todos os
nossos pecados. Não há pecado que não tenha sido pago
naquela cruz. O castigo que você merece pelos seus
pecados, isto é, por andar à parte de Deus, foi tratado
naquela cruz. Cristo pagou integralmente e, é por esta
razão que nos reunimos como Igreja. Porque numa
ocasião, num lugar, numa experiência específica alguém
que faz parte desta comunidade, entendeu que Cristo
morreu e pagou seus pecados. E isso pode ter acontecido
e aconteceu em ocasiões diferentes. Perguntando a
alguns membros da igreja, obtive as seguintes respostas:
Ricardo, quando é que foi que você entendeu o
Evangelho e aceitou Jesus?
Em 2004.
Lo Ré, quando foi que isso aconteceu na sua vida?
Em 1986.
Roberta, quando foi que isso aconteceu na sua vida?
Em 1984.
Luis Cordeiro, quando foi que isso aconteceu na sua
vida?
Em 1966.
O que nós percebemos na história dessas pessoas é que
elas ouviram do Evangelho de Jesus e, se formos ouvir,
a história de cada um deles foi diferente. Foi em local
diferente. Talvez um estivesse num acampamento, o
outro estivesse lendo a Bíblia, o outro estivesse numa
Igreja, um outro numa conversação pessoal, mas a
mensagem que foi pregada é que Jesus morreu e pagou
os pecados. E aqueles que pertencem a Igreja de Jesus,
foram batizados pelo Espírito Santo de Deus, que
pertence ao povo de Deus. Eles atentaram para esta
passagem: Todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo. Eles não estão na igreja simplesmente por
estar. Eles estão porque um dia tomaram uma decisão e
aceitaram a Cristo. Reconheceram que Cristo é o seu
único, suficiente e absoluto salvador e que naquela cruz,
foram pagos todos os pecados.
E você? Já entendeu isso?
Você pode estar bastante impressionado pela música,
você pode estar bastante impressionado com o que for na
igreja, mas entenda isso: Para que você pertença ao povo
de Deus e esteja dentro do plano de Deus no dia-dia, é
necessário que você invoque e clame ao Senhor e diga
“Senhor, eu sei que eu sou um pecador, mas eu sei que

Nenhum comentário:

Postar um comentário