A
DESCIDA DO ESPÍRITO
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Atos
2.1-21
1Chegando
o dia de Pentecoste, estavam todos
reunidos
num só lugar. 2De repente veio do céu um som,
como
de um vento muito forte, e encheu toda a casa na
qual
estavam assentados. 3E viram o que
parecia línguas
de
fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um
deles.
4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram
a falar noutras línguas, conforme o Espírito
os
capacitava. 5Havia em Jerusalém, judeus tementes a
Deus,
vindos de todas as nações do mundo. 6Ouvindo-se
o
som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois
cada
um os ouvia falar em sua própria língua. 7Atônitos
e
maravilhados, eles perguntavam: “Acaso não são
galileus
todos estes homens que estão falando? 8Então,
como
os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria
língua
materna? 9Partos, medos e elamitas; habitantes
da
Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, do Ponto e da
província
da Ásia, 10Frígia e Panfília, Egito e das partes
da
Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma,
11tanto
judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses
e
árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de
Deus
em nossa própria língua!” 12Atônitos
e perplexos,
todos
perguntavam uns aos outros: “Que significa
isto?”
13Alguns, todavia, zombavam deles e diziam:
“Eles
beberam vinho demais”. 14Então
Pedro levantouse
com
os onze e, em alta voz, dirigiu-se à multidão:
“Homens
da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém,
deixem-me
explicar-lhes isto! Ouçam com atenção:
15estes
homens não estão bêbados, como vocês supõem.
Ainda
são nove horas da manhã! 16Ao
contrário, isto é o
que
foi predito pelo profeta Joel: 17‘Nos
últimos dias, diz
Deus,
derramarei do meu Espírito sobre todos os povos.
Os
seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens
terão
visões, os velhos terão sonhos. 18Sobre
os meus
servos
e as minhas servas derramarei do meu Espírito
naqueles
dias, e eles profetizarão. 19Mostrarei
maravilhas
em cima no céu, e sinais em baixo na terra:
sangue,
fogo e nuvens de fumaça. 20O
sol se tornará em
trevas
e a lua em sangue, antes que venha o grande e
glorioso
dia do Senhor. 21E todo aquele que invocar o
nome
do Senhor será salvo!
INTRODUÇÃO
Você deve se
lembrar que os profetas do Antigo
Testamento haviam
anunciado que o Espírito de Deus
seria derramado
intensamente. Quando João Batista
veio, João fez o
mesmo. Ele disse (Mt 3.11): Eu batizo
com
água, mas após mim vem alguém que é mais
poderoso
que eu e ele batizará com o Espírito Santo.
Aquele mais
poderoso que ele, Jesus, veio e quando
veio, em certa
ocasião, enquanto comia com os
discípulos, Ele
disse: “Não saiam de Jerusalém. Vai se
cumprir uma
promessa.” Eles deviam permanecer em
Jerusalém. Jesus
liga aquilo que Ele fala com aquilo que
João havia dito (At
1.5): João batizou com água, mas
dentro
de poucos dias vocês serão batizados com o
Espírito
Santo. Observe: os discípulos deveriam
permanecer em
Jerusalém e esperar pela promessa, e eles
seriam batizados
pelo Espírito Santo. Esse batismo era a
inauguração da
Igreja e a capacitação dela para cumprir
com a tarefa que
lhe compete.
No capítulo
primeiro de Atos, vemos Jesus
treinando seus
discípulos e terminando a sua obra
redentora. No
capítulo 2, então, Deus capacita a Igreja
para que ela faça o
que lhe cabe. Na verdade, aqui se
inaugura a Igreja
do Senhor e aqui ela é capacitada pelo
Espírito de Deus
para cumprir, com o poder que Deus
dá, a tarefa que
lhe cabe. Eu gostaria que olhássemos
para esta passagem
de Mt 3.11 citada acima, fazendo
algumas
considerações, de forma gradativa, observando
alguns detalhes,
até chegarmos à interpretação e as
aplicações desse
texto.
Antes, porém, vamos
orar:
“Pai
celestial, eu Te peço: vem nos abençoar,
vem
abrir nosso entendimento, vem dar-nos percepção,
vem
dar-nos prazer e amor por compreender a Tua
Palavra.
Que possamos atentar para a Tua Palavra,
acolhendo-a,
para que possamos desfrutar do que o
Senhor
tem para nós. Vem, ó Pai, e ilumina-nos, eu Te
peço
em nome de Jesus, Amém”.
2
1ª.CONSIDERAÇÃO:AS
CIRCUNSTÂNCIAS DOS FATOS
Quero fazer algumas
considerações sobre este
texto. A primeira
delas é acerca dos fatos que se deram
naquele dia,
naquela ocasião relatada em Atos 2. Esta
primeira
consideração é sobre as circunstâncias. Esses
fatos se deram em
torno do quê? O que acontecia em
volta?
Em primeiro lugar é
importante destacarmos que
o lugar onde estas
coisas aconteceram foi em Jerusalém.
Os discípulos
haviam recebido uma ordem do Senhor
Jesus: “Permaneçam
em Jerusalém” e certamente
permaneceram lá,
com grande expectativa. Os profetas
haviam falado: “o
Espírito vai ser derramado...”, João
Batista falou: “o
Espírito será derramado...” e o Senhor
Jesus fala: “o
Espírito vai ser derramado”. Em At 2.1,
lemos: Chegando
o dia de Pentecoste, estavam todos
reunidos
num só lugar. Há muita discussão e
especulação sobre
onde seria esse lugar. Esse lugar
poderia ter sido o
templo ou mesmo o lugar onde eles
haviam estado
reunidos antes, como está em At 1.13.
Parece-me cabível a
idéia de que todos os que estavam
reunidos fossem os
mesmos mencionados At 1.15, ou
seja, aquele grupo
de cerca de cento e vinte pessoas,
reunidas em
Jerusalém, no dia de Pentecoste.
O que era
Pentecoste? Pentecoste era uma festa
que se dava no dia
seguinte após se completar sete
semanas da Páscoa.
Sete semanas são quarenta e nove
dias, somado ao dia
seguinte, completavam cinqüenta
dias. Pentecoste
significa qüinquagésimo.
Naquele dia havia
uma festa, era a festa da
colheita do trigo.
Nas semanas que antecediam, muitos
judeus vinham de diversos
lugares para se comprazerem
ali e participarem
daquela festa. Era um evento
importante na vida
daquela nação. Isso se pode perceber
no versículo 5 (At
2.5): Havia em Jerusalém judeus,
tementes
a Deus, vindos de todas as nações do mundo.
Eu entendo que
esses judeus tementes a Deus se tratam
de dois grupos
diferentes: o primeiro constituído de
judeus piedosos,
que vinham para a festa para adorar a
Deus, e o segundo
grupo seria de pessoas não judias,
mas que estavam
aderindo ou em processo de aderir ao
judaísmo. Esses não
tinham em seu contexto nacional a
revelação de Deus,
mas haviam percebido que a
revelação havia
sido dada aos judeus. Desta forma, eram
prosélitos que se
uniam ao povo judeu. Assim, esses dois
grupos “vinham de
todas as nações”, já que Jerusalém
estava representada
por todos os lugares onde existiam
pessoas que temiam
a Deus, judeus ou não. Em At 2.11,
nós percebemos mais
claramente a divisão desses dois
grupos: ...
tanto judeus como convertidos ao judaísmo;
cretenses
e árabes. Observe então que estavam ali nesse
grupo pessoas que
haviam chegado de fora do judaísmo
e judeus, entre os
presentes naquela ocasião. Essas eram
as circunstâncias
desse acontecimento.
2ª.
CONSIDERAÇÃO: O FATO
Agora eu gostaria
de focalizar outro fato: O que é que
aconteceu naquele
dia em que a Igreja do Senhor Jesus
Cristo nasceu?
Observe At 2.2: De
repente veio do céu um som, como
de
um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual
estavam
assentados.
De repente – Este é
o primeiro ponto que eu quero
salientar. Eu quero
fazer alguns destaques aqui: O
primeiro deles é “de
repente” – aconteceu de uma
maneira de certa
forma, inesperada. O Senhor havia
falado “Ele
viria, seria derramado”. Mas eles não
sabiam exatamente
qual era o momento... Eles não
estavam buscando...
Eles não estavam tentando alcançar
ou obter o
Espírito. De certa maneira, em seu convívio
diário, a revelação
do Senhor, repentinamente aconteceu.
Eles não esperavam
que ocorresse naquele momento.
Em segundo lugar, o
que aconteceu ali? “veio do céu um
som,
como de um vento muito forte, e encheu toda a casa
na
qual estavam assentados” Não aconteceu um vento
naquela casa,
naquele dia. Aconteceu sim, um som,
como se fosse de um
vento muito forte. Parecia um
vento. Era uma
expressão de poder através do vento, o
que é normal
acontecer no Antigo Testamento: Deus
manifestar o Seu
poder através da natureza.
Por exemplo: Em
Ezequiel capítulo 43.2 lemos: e vi a
glória
do Deus de Israel, que vinha do lado leste. Sua
voz
era como o rugido de águas avançando, e a terra
refulgia
com a sua glória. Então houve manifestação no
tempo de Ezequiel
como se fosse águas chegando. No
tempo de Moisés e
Elias houve como se fosse até
terremoto. Mas aqui
em Atos 2 nós percebemos uma
manifestação como
de um vento muito forte,
acompanhado por um
visual, que nós percebemos no
versículo 3. E esse
é o terceiro ponto(At 2.3): E viram o
que
parecia línguas de fogo, que se separaram e
pousaram
sobre cada um deles. Esta é a terceira
característica. Com
a aparência de uma língua, de uma
labareda de fogo,
essas labaredas se dirigiram e foram
em direção às
pessoas. Não era fogo, como também não
era vento. Era uma
expressão, uma aparência. As
pessoas puderam ver
o que parecia uma labareda. No
versículo 4,
observamos mais um aspecto (At 2,4):
Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a
falar
noutras línguas, conforme o Espírito os
capacitava.
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo” –
Todas as pessoas
presentes, sem nenhuma exceção,
ficaram cheias do
Espírito Santo. Foram capacitadas por
Deus de uma maneira
especial, ao ponto de elas
3
começarem a falar
em outras línguas, e essas línguas
eram idiomas
conhecidos. Não eram estranhos. Eram
idiomas: aquele
povo podia ouvir e entender aquela
mensagem que era
dada através daquelas pessoas.
A quinta
observação, nós vamos encontrar no versículo 6
(At 2.6): Ouvindo-se
o som, ajuntou-se uma multidão
que
ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua
própria
língua. O som que ocorreu do vento e
possivelmente
agora, as expressões dessas pessoas
falando, o que elas
estão falando, formam juntos, um
som tão alto, que
as pessoas que estão na cidade podem
ouvir, ao ponto de
uma multidão se dirigir para lá. Você
deve se lembrar
naquele dia com a mensagem de Pedro,
onde três mil foram
o número dos que se converteram.
Quantos estavam
ali, quantos ouviram aquele som e
correram para ali
nós não sabemos. A cidade tinha cerca
de, 500 metros de
largura no seu ponto mais largo, e o
comprimento dela
não passava de 800 metros, pelo
menos, nos limites
dos muros da cidade. Mas, a verdade
é que, com a
manifestação que aconteceu naquela casa,
uma multidão correu
para lá, pois o som foi
suficientemente
alto para isso. E sabemos aqui que uma
multidão
ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em
sua
própria língua. Então, aquele judeu temente a Deus
que estava naquela
ocasião em Jerusalém, pode ouvir,
de repente, uma
língua, digamos que havia vindo do
Cairo, no Egito.
Ele conseguia ouvir a mensagem que
era dada, não em hebraico,
não em grego, não em
aramaico, mas na
sua língua, talvez a “copta”. As
pessoas que vinham
dos diversos lugares, ouviam um e
outro falar, e
conseguiam entender a mensagem na
língua de seu país
de origem. Eles falavam diversas
línguas, e aquelas pessoas
ali estavam entendendo nas
suas línguas e
ficavam perplexos com isso. Eles
entendiam aquela
linguagem falada naquela ocasião,
porque era o idioma
de onde eles vieram, mas eles não
conseguiam entender
o que estava acontecendo. Como
poderia acontecer
isso? Observe o que ele diz no
versículo 7:
Atônitos
e maravilhados, eles perguntavam: Acaso não
são
galileus todos esses homens que estão falando?
Então,
como os ouvimos, cada um de nós, em nossa
própria
língua materna? Eram vários.
No versículo 9
lemos: Partos, medos e elamitas;
habitantes
da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, do
Ponto
e da província da Ásia, Frigia e Panfília, Egito e
das
partes da Líbia próximas a Cirene, visitantes vindo
de
Roma. Ou seja, abrangia o que existia na Europa hoje,
o início da Europa
oriental e a África. Várias pessoas
tinham ido para
essa festa e elas estão ouvindo falar na
sua própria língua.
São vários os idiomas.
A língua materna
daqueles que vieram dos diversos
lugares era dito na
ocasião e eles entendiam. Entendiam
o quê? O quê eles
falavam?
Observe (At 2.11): Nós
os ouvimos declarar as
maravilhas
de Deus em nossa própria língua! Eles
ouviram falar de
quem era Deus. Eles certamente
ouviram falar da
proposta de Deus, do plano de Deus, da
salvação em Jesus.
Eles ouviram a mensagem.
O foco da Palavra
que aquelas pessoas davam era o
próprio Deus.
Por fim, no
versículo 14 sabemos que Pedro se levanta
com os demais
apóstolos e em alta voz se dirige à
multidão (At 2.14):
Homens da Judéia e todos os que
vivem
em Jerusalém, deixem-me explicar-lhes isto!
Ouçam
com atenção. Até aqui vimos os fatos.
3ª
CONSIDERAÇÃO: AS INTERPRETAÇÕES DO FATO
At 2.12; At 2.7; At 2.13; At 2.14; At 2.15-16; At
2.17;
At 2.18; At 2.19;
At 2.20-21
Agora, o que eu
gostaria de considerar, na verdade, é a
interpretação dos
fatos. O que isso significava? De uma
forma geral, mesmo
naqueles dias, inicialmente, o que
aconteceu não foi
entendido. Precisou do apóstolo Pedro
se levantar e
explicar o que estava acontecendo.
Observe, no
versículo 12 lemos: Atônitos e perplexos,
todos
perguntavam uns aos outros: “Que significa
isto?”.
Eles não entenderam o que significava
simplesmente pelo
desenrolar dos fatos: O que significa
isso?
Eles estavam paralisados, chocados, perplexos com
o que acontecia.
No versículo 7, nós
lemos: Atônitos e maravilhados, eles
perguntavam:
Acaso não são galileus todos estes
homens
que estão falando? Naquele tempo, ser Galileu
não era uma grande
coisa não. Isso não era bem visto.
Eles eram vistos
como inferiores.
Você deve se
lembrar da ocasião em que Natanael ouviu
a mensagem acerca
do Messias. Foi dito a ele que o
Messias tinha vindo
de Nazaré, e Natanael perguntou:
“De Nazaré pode
sair alguma coisa boa? Da Galiléia
pode
vir alguma coisa boa?” Então estas pessoas estão
perplexas e
atônitas, também porque eles estão ouvindo
falar na sua
própria língua, e são pessoas sem grande
escolaridade. Eles
estão ouvindo falar na sua língua, mas
são galileus, não
fizeram letras na Universidade
Hebraica de
Jerusalém. Ele é um homem simples, e eles
não estão
entendendo o que está acontecendo ali.
Além disso, alguns
não entendiam e zombavam deles e
diziam “eles
beberam vinho demais” ou como diz outra
tradução “eles
beberam vinho novo”, que continha mais
álcool. Esses daqui
também não entenderam o que tinha
acontecido. Uma
característica é que eles eram
4
zombadores e, para
um zombador, não é preciso
entender. Só basta
ter oportunidade, e ele vai zombar. E
foi o que eles
fizeram... Eles começaram a fazer
brincadeira e piada
com aquilo que estava acontecendo
dizendo “eles
beberam. Estão embriagados. O que está
acontecendo
só pode ser embriaguez”. Como se pelo
fato de estar
embriagado, pudesse ganhar alguma
habilidade de falar
em língua que não conhece.
Finalmente, Pedro
se levantou e passou a se dirigir à
multidão e explicar
o que aconteceu.
O que aconteceu?
Qual é a explicação de Deus?
Observe o versículo
15: Estes homens não estão bêbados
como
vocês supõem. Ainda são nove horas da manhã -
ou como diz algum
trecho “era a hora terceira”. Isso
equivalia à nona
hora, à nossa nove horas, e o judeu
tinha uma regra
clara: ele não podia beber pela manhã.
Assim,
não pode ser embriaguez, eles falam. O que
acontece aqui é
alguma coisa diferente de embriaguez.
E ainda no
versículo 16, ele diz: Ao contrário, isto é o
que
foi predito pelo Profeta Joel. E aqui já começam as
grandes discussões
sobre o que esta passagem significa.
O que Pedro quis
dizer com isto, é o que foi predito.
Há três teorias
sobre isto:
A Primeira delas é
que, aquilo que o profeta Joel
profetizou, se
cumpriu nesta ocasião.
A segunda seria o
que Joel profetizou, ainda que seja
algo para acontecer
nos últimos dias, naqueles dias já
começava a
acontecer parte do que foi profetizado. Ali
se deu início a
parte dos acontecimentos sobre o qual
Joel falou.
E a terceira
teoria, (confesso que essa é a minha posição)
é que o que Pedro
queria dizer é o seguinte: Joel
profetizou que ia
acontecer uma série de coisas. E dentre
as coisas que ele
disse que iria acontecer é que iria ter
uma manifestação do
Espírito, e ele está dizendo assim:
“O que está
acontecendo agora é como o que Joel
falou. É
uma manifestação do Espírito”. Assim, Pedro
não tinha a
intenção de dizer que aquilo era um
cumprimento
profético, mas era simplesmente uma
reverberação
profética, alguma coisa que foi profetizada
por um tempo, que
também acontecia naquele
momento. Porque eu
entendo ser isso? Pela maneira, em
primeiro lugar,
como foi escrito: “isso é o que foi dito”.
É diferente de
quando os demais falam “isso aqui é um
cumprimento
profético”.
Em segundo lugar,
eu focalizo que grande parte dos
fatores do que Joel
anunciou, não aconteceu naquele dia,
e nem tão pouco a
situação para a qual Joel profetizou,
era uma situação
como aquele dia. Era uma situação de
Juízo profetizada
por Joel, e naquele dia não tinha juízo
envolvido. O que
acontecia naquele dia, era algo comum
ao que haverá de
acontecer no cumprimento, nos últimos
dias, conforme
Joel.
Qual era a profecia
de Joel?
At 2.17 - “Nos
últimos dias, diz Deus, derramarei do
meu
Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as
suas
filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos
terão
sonhos.” Observe: aqui, ele diz o que? Nos últimos
dias haverá um
derramamento do Espírito e todos aqui
vão se manifestar,
se expressar pelo fato de haver esse
derramamento do
Espírito. Em segundo lugar, Joel
anunciou: (At
2.18): sobre os meus servos e as minhas
servas
derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles
profetizarão.
Além dessa manifestação deles, nós
começamos a ver
algumas manifestações que não
aconteceram. No
versículo 19 então ele diz (At 2.19):
Mostrarei
maravilhas em cima, no céu, e sinais em
baixo,
na terra: sangue, fogo e nuvens de fumaça. O sol
se
tornará em trevas e a lua em sangue,... Esses
acontecimentos não
se deram naquela ocasião. Além
disso, observe: antes
que venha o grande e glorioso e
temível
dia do Senhor. Esses acontecimentos eram para
se dar as vésperas
do grande, glorioso e temível dia do
Senhor. É num outro
contexto que não era aquele.
Aquilo iria
prenunciar um grande juízo de Deus sobre a
terra. E Joel
disse: E todo aquele que invocar o nome do
Senhor
será salvo.
4ª
CONSIDERAÇÃO – CONCLUSÃO: AS IMPLICAÇÕES
At 1.5; 1Co 12.13; At 2.4; Ef 5.18; 1Co 14.21;1Co
14.22;
At 2.21
Já fizemos
observação sobre a situação, já notamos os
fatos, já notamos
as explicações, as interpretações dos
fatos. Eu gostaria
de olhar agora, para as implicações
que isso aqui
trazia.
Basicamente nós
vamos ver dois campos de implicações:
Primeira – O que
ocorreu e suas manifestações.
Você deve se
lembrar que a mensagem dizia que eles
seriam batizados
com o Espírito Santo (At 1.5): João
batizou
com água, mas vos sereis batizados com o
Espírito
Santo. Essa era a mensagem que tinha a ver com
a inauguração da
Igreja. O batismo do Espírito Santo é a
operação que pega
qualquer pessoa, de qualquer lugar,
de qualquer etnia e
as enxerta no Corpo de Cristo.
Batizar aqui é
enxertar no Corpo de Cristo. Quando nós
cremos em Cristo,
depois daquele acontecimento, nós
também temos a
oportunidade de imediatamente sermos
batizados pelo
Espírito Santo, isto é, ser enxertado no
Corpo de Cristo.
Essa é uma experiência que não é para
se repetir na vida.
Não existe orientação nas escrituras
para se batizar com
o Espírito Santo. As escrituras dizem
que o batismo já
aconteceu... Todos fomos batizados...
Pertencemos ao
Corpo de Cristo. É verdade que naqueles
5
dias, na medida em
que ela foi vencendo as barreiras
geográficas,
propostas no capítulo 1.8 - Jerusalém,
Judéia, Samaria e
confins da terra – cada vez que ela
avançava um
capítulo nessa história havia aquela
manifestação
sobrenatural que caracterizava que eles
também haviam sido
enxertados no Corpo de Cristo.
Mas, além de serem
batizados com o Espírito Santo, o
texto nos fala que
eles também ficaram cheios do
Espírito Santo.
Observe (At 2.4):
Todos ficaram cheios do Espírito
Santo
e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito
os capacitava. O batismo no Espírito Santo nos
coloca no Corpo de
Cristo e uma vez colocado no Corpo
de Cristo, você não
precisa ser batizado novamente,
assim como, você
não precisa aceitar a Cristo
novamente. Uma vez
que você entendeu o Evangelho e
abraçou o
Evangelho, você já pertence ao Corpo de
Cristo. Já foi
batizado no Corpo de Cristo. Entretanto, há
uma segunda
experiência aqui que, sem sombra de
dúvida, é para ser
repetida. Eles ficaram cheios do
Espírito Santo e
isso não foi só aqui. Nós vamos ver que
Pedro novamente no
capítulo 4 vai ficar cheio do
Espírito Santo. No
Capítulo 4.31, vamos ver que outras
pessoas que estavam
presentes aqui, também ficaram
cheias do Espírito
Santo. No capítulo 7 nós vamos ver
Estevão cheio do
Espírito Santo. No capítulo 9 e no
capítulo 13, nós
vamos ver Paulo cheio do Espírito
Santo. E no
capítulo 5.18 de Efésios, Paulo vai dizer:
Não
se embriaguem com o vinho, que leva à
libertinagem,
mas deixem-se encher pelo Espírito,... Não
há ordem para ser
batizado novamente, mas há ordem
para se deixar
encher pelo Espírito.
E o que é isso? É
estar sintonizado e em comunhão com
o Senhor de tal
maneira, que nós trazemos os sinais tais
como descritos em
Efésios, ao falar da Palavra, da
alegria, do louvor
e dos serviços aos demais. Na grande
maioria das
ocorrências de pessoas cheias do Espírito
Santo, nas
Escrituras, nós não vamos encontrar aqui
sinais de pessoas
falando em línguas. O sinal de línguas
era uma
manifestação que Deus queria ter naquele tempo
por um propósito
muito específico tal como disse em 1
Co 14.21: Pois
está escrito na Lei: Por meio de homens
de
outras línguas e por meio de lábios estrangeiros
falarei
a este povo, mas, mesmo assim, eles não me
ouvirão,
diz o Senhor.
O profeta Isaías
havia anunciado isso: Que o povo estava
de tal maneira
rebelde, que Deus iria enviar ou fazer uma
manifestação de
pessoas que iriam falar em outras
línguas. As línguas
dos judeus que estavam nos diversos
lugares, como um
anúncio. Vocês não me ouvem? Estou
falando
claro na língua materna de vocês! Se vocês não
me
ouvirem o Juízo virá sobre vocês. E tal como Isaías
profetizou, eles
não me ouvirão, eles não ouviram. A
maior parte dos
judeus não se converteu e, sofreu o juízo
de Deus quando no
ano 70, os romanos invadiram e
destruíram
Jerusalém. As línguas eram um sinal de juízo,
tal como
profetizado por Isaías, que aconteceu naqueles
dias para anunciar
o juízo naqueles dias, e isso
aconteceu.O próprio
Paulo, no capítulo 3 de Coríntios
anuncia: E o dom
vai terminar. O que não significa
terminar com o
estar cheio do Espírito Santo. A ordem
para nos enchermos
do Espírito Santo continua... Todos
nós temos a
responsabilidade de andarmos cheios do
Espírito Santo. E
isso começa com uma prática simples,
que é se esvaziar.
Nós podemos ser cheios do Espírito na
medida em que nós
nos esvaziamos dos nossos próprios
pecados. Assim, eu
diria que o estar cheio do Espírito
deve ser precedido,
ou só acontece quando é precedido
pela postura de
confissão de pecados. O que não é
confissão de
pecados é, oportunamente, ocasionalmente,
você fazer a
seguinte oração: Senhor! Perdoa a multidão
dos nossos pecados.
Isso não é confissão. Isso é um
pedido fora do
contexto das Escrituras. As escrituras não
estão nos ensinando
a pedir perdão pela multidão dos
pecados. As
Escrituras estão ensinando a confessarmos
os pecados e
desfrutarmos do perdão. Então ao longo do
seu dia, você pode
perceber pensamentos que você
alinhou, pecados
que você acariciou, atitude que tem a
ver com a sua
permanência no pecado, e com o desejo
pelo pecado. Isso
pode se reverter em ação... Isso pode
ficar somente na
sua cabeça, mas diante do fato de que
aconteceu, seja na
sua cabeça, seja em ações, é tempo de
você parar e dizer:
Deus, mais uma vez eu quero dizer
que
esse pensamento que eu estou nutrindo aqui, agora
é
pecaminoso... Eu reconheço que é pecado... Eu
confesso
a Ti que é pecado. Você tratou alguém com
desrespeito
indevido... O Espírito de Deus fez você
perceber que isso é
um erro, é um pecado. É hora de
você parar.
Fale: Oh! Deus,
a maneira como eu tratei essa pessoa
não
foi respeitosa. E isso não tem a ver com a Tua
orientação.
Isso não tem a ver com o Teu caráter. Eu
reconheço
que eu pequei ao tratar dessa maneira. Isso é
para ser um
processo semelhante ao da nossa respiração.
Praticamente,
automaticamente nós expelimos os gases,
o ar que está em
nosso pulmão que não nos é mais útil e
inspiramos o que
nos traz o oxigênio.
A confissão é como
esse expirar desse ar contaminado e,
ela tem que ser
parte do nosso dia. Eu não diria não é
que de vez em
quando nós temos que confessar nossos
pecados. Isso tem
que ser parte do nosso dia todo,
porque a ordem é
clara: Vocês têm que se deixar ser
cheio. E para eu
ser cheio eu preciso, antes de mais nada,
de ser esvaziado.
Eu não tenho dúvida nenhuma que no
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coração de cada um,
a começar pelo meu – o meu não
tenho dúvida
nenhuma – passaram muitos pecados ao
longo dessa semana.
O que nós fizemos com isso?
A orientação das
Escrituras é que se esvazie, confesse.
Pode ser que você
tenha falado mal de alguém para outra
pessoa, ou
pensamentos impuros, ou objetivamente,
você percebe que
você não foi fiel a Deus em
compromissos que
você assumiu. Você reconhece isso?
Vamos fazer o
seguinte: Vamos tomar o próximo minuto
para você, no seu
silêncio. Tudo o que Deus trouxer na
sua memória agora,
dos pecados que você tem
cometido,
silenciosamente, confesse agora: Pai eu quero
Te
agradecer porque o Senhor bem conhece todos nós e
conhece
a nossa natureza pecaminosa, nosso coração
pecaminoso.
Nós queremos Te agradecer porque além
de
conheceres nosso coração, a Tua Palavra nos diz que
Jesus,
por ter vivido na condição de humano é capaz de
entender
o nosso pecado e se compadece de nós. Pai
celestial,
nós Te louvamos pelo perdão que tens nos
dado.
Te louvamos porque diante de uma simples
confissão,
o Senhor nos perdoa e nos purifica. Louvado
seja
o Teu nome. Oramos em nome de Jesus, amém.
Ainda nesse
processo de purificação, você já percebeu
algumas vezes,
quando você vai limpar um lugar e
depois de limpo
você ainda acha que está sujo? Quando
nós começamos a
confessar os pecados que estão no
nosso coração e que
praticamos, acontece o mesmo. É
como se nós, com
isso, estivéssemos nos inscrevendo
num programa de
Deus de purificação dos pecados. “Se
confessarmos
os nossos pecados, Ele é fiel e justo para
nos
perdoar os pecados e também de nos purificar de
toda
injustiça”, e a minha experiência, e a experiência
que eu tenho visto
na vida de outras pessoas a quem eu
aconselho, é que,
quando elas começam a tratar com
seriedade a
confissão de seus pecados, de repente, numa
hora em que você
menos espera, vem à sua memória
uma lembrança de
muitos pecados que você cometeu e
estavam ocultos,
escondidos.
E o que eu entendo
é que, quando nós começamos a
tratar sério com
Deus, e confessar os pecados que nós
percebemos, e isso
é parte do nosso momento, Deus
começa a nos dar o
privilégio de purificar não somente
estes, mas também
outros que estão ocultos.
O salmista nos
ensina a tratar com os pecados que são
ocultos. No salmo
19 ele diz: Livra-me das faltas que
são
ocultas. No Salmo 139, ele diz: Sonda-me, oh! Deus,
e
conhece o meu coração. Vê se há em mim algum
caminho
mal.
Então, não basta
você ter confessado o que você
confessou aqui
agora, mas na medida em que você
comete pecados
amanhã, você fala: Senhor, mais uma
vez
eu não tratei legal minha esposa. Eu sei que não é
assim
e eu fiz assim novamente. Senhor eu não queria
ter
agido com a explosão que eu agi com meu filho.
Senhor
eu não queria ter desonrado meus pais da
maneira
como eu falei nesta tarde.
E na medida em que eu
vou me lembrando e tratando e
tornando de fato a
confissão de pecado uma expiração
natural da nossa
vida espiritual, o Espírito de Deus passa
a ocupar os espaços
que estão em nós. Além da
confissão dos
pecados, Paulo, em Ef 5, diz que nós
devemos falar entre
nós com salmos, hinos e cânticos
espirituais. A
idéia é que o coração e a mente devem
estar tomados dessa
idéia do louvor e da adoração. É a
idéia que deve ser
tema da nossa conversa: A Palavra do
Senhor.
E a seguir ele diz:
Sujeitai-vos uns aos outros. Então
estes elementos
fazem parte do processo de nos agregar
do Espírito de
Deus. O que é a nossa conversação? A
nossa adoração e o
serviço aos irmãos.
Essa ordem, de ser
cheio do Espírito, é para nós ainda
hoje. É para cada
um de nós, no nosso cotidiano.
Esvaziar-nos
confessando os pecados e através do
louvor, da
adoração, da conversação da Palavra, no
serviço aos outros.
É provar de Deus, deixar que Ele
ocupe o nosso ser,
domine o nosso ser. Isso não significa
ser possuído. Isso
significa estar em sintonia com Ele,
orientado por Ele,
guiado por Ele pela sua Palavra, pelo
seu poder e pela
sua capacitação. Batismo foi um fato
histórico que
marcou a inauguração da Igreja em Atos 2.
Era a experiência
de colocar pessoas de qualquer etnia,
de qualquer lugar,
de qualquer idade, de qualquer cultura
dentro do mesmo
corpo, que é o Corpo de Cristo. Isso
se repete cada vez
que alguém se converte. No ato da sua
conversão você é
enxertado no Corpo de Cristo. Mas,
naquele dia, também
ocorreu a plenitude do Espírito na
vida daquelas
pessoas. E isso aconteceu na vida de
outras pessoas e é
uma ordem de Paulo que deve
acontecer na sua
vida. Uma vida que não é dirigida
simplesmente pelos
seus esforços. Uma vida que não se
resume simplesmente
no que você é capaz de produzir. É
uma vida em que
você trata seriamente com o pecado,
joga fora o pecado
através da confissão e inspira o que
Deus quer fazer com
você através do louvor, da Palavra
e do serviço aos
irmãos. Isso é pra hoje, isso é para você.
Isso é o privilégio
que Deus nos dá a todos de podermos
levar a vida cheia
do Espírito Santo.
Há uma segunda
implicação e isso aqui é na vida de
qualquer pessoa
também: O texto de Atos 2, e nós vamos
falar um pouco mais
sobre isso no próximo estudo. Ele
diz naquele
contexto, daquela manifestação, e vale para
a manifestação de
Atos 2 e vale para o que acontece
aqui, e todo aquele
que invocar o nome do Senhor será
salvo.
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Salvo de que?
Nós vamos entrar em
mais detalhes no próximo estudo,
mas eu gostaria de
acrescentar em linhas gerais o que
significa essa
mensagem:
Quando Jesus
morreu, Ele morreu e pagou todos os
nossos pecados. Não
há pecado que não tenha sido pago
naquela cruz. O
castigo que você merece pelos seus
pecados, isto é,
por andar à parte de Deus, foi tratado
naquela cruz.
Cristo pagou integralmente e, é por esta
razão que nos
reunimos como Igreja. Porque numa
ocasião, num lugar,
numa experiência específica alguém
que faz parte desta
comunidade, entendeu que Cristo
morreu e pagou seus
pecados. E isso pode ter acontecido
e aconteceu em
ocasiões diferentes. Perguntando a
alguns membros da
igreja, obtive as seguintes respostas:
Ricardo, quando é
que foi que você entendeu o
Evangelho e aceitou
Jesus?
Em 2004.
Lo Ré, quando foi
que isso aconteceu na sua vida?
Em 1986.
Roberta, quando foi
que isso aconteceu na sua vida?
Em 1984.
Luis Cordeiro,
quando foi que isso aconteceu na sua
vida?
Em 1966.
O que nós
percebemos na história dessas pessoas é que
elas ouviram do
Evangelho de Jesus e, se formos ouvir,
a história de cada
um deles foi diferente. Foi em local
diferente. Talvez
um estivesse num acampamento, o
outro estivesse
lendo a Bíblia, o outro estivesse numa
Igreja, um outro
numa conversação pessoal, mas a
mensagem que foi
pregada é que Jesus morreu e pagou
os pecados. E
aqueles que pertencem a Igreja de Jesus,
foram batizados
pelo Espírito Santo de Deus, que
pertence ao povo de
Deus. Eles atentaram para esta
passagem: Todo
aquele que invocar o nome do Senhor
será
salvo. Eles não estão na igreja simplesmente por
estar. Eles estão
porque um dia tomaram uma decisão e
aceitaram a Cristo.
Reconheceram que Cristo é o seu
único, suficiente e
absoluto salvador e que naquela cruz,
foram pagos todos
os pecados.
E você? Já entendeu
isso?
Você pode estar
bastante impressionado pela música,
você pode estar
bastante impressionado com o que for na
igreja, mas entenda
isso: Para que você pertença ao povo
de Deus e esteja
dentro do plano de Deus no dia-dia, é
necessário que você
invoque e clame ao Senhor e diga
“Senhor, eu sei que eu sou um pecador,
mas eu sei que
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