terça-feira, 26 de junho de 2012

Revolta dos Judeus 66-70


O trabalho em questão resume a história do povo judeu durantes os anos de 66 a 70 dC e a tomada de Massada.
Acredito que não poderíamos chegar a relatar algo a respeito deste povo se não passarmos a conhecer seus principais governadores e também dos povos existentes nesta época que marcaram de alguma forma este período da
História .
As correntes religiosas em Israel                                
Movimentos judaicos predominantemente religiosos
Os Saduceus
Formado pela elite sacerdotal durante o período dos Macabeus
Este movimento desapareceu da história
Todo saduceu era um sacerdote, mas nem todo sacerdote era um saduceu.
Sacerdotes que faziam parte de uma elite política.
Origem é envolta em mistério. Possibilidade de ter nascido, um embrião dos saduceus, ao reconstruir o templo em 537 AC com Ciro.
Associaram-se aos Macabeus
O poder político se firmou com João Hircano sagrando-se rei e sacerdote
As diferenças entre saduceus e fariseus se agravam com o passar do tempo e com a cultura grega se fundindo em Israel.
Alexandre Janeu 103-63 AC liderou grande perseguição contra os fariseus. 800 crucificados. Neste momento os saduceus era o segmento mais influente em Israel.
Com a chegada dos romanos e dos herodianos há um declínio dos saduceus onde muitos são executados.
Herodes 37 AC a 66 DC – apesar da ascensão de Herodes, 20 dos 28 sumo-sacerdotes eram saduceus.
Há uma antipatia do povo por sua associação ao poder dominante.
Materialistas e liberais eles não criam na:
•          Imortalidade da alma
•          Ressurreição dos mortos
•          Existência dos anjos
•          Rejeitavam a lei ora
•          Qualquer tipo de pré-determinismo divino
                    
OS SADUCEUS
Assim como os fariseus, os saduceus eram um grupo judeu que é mencionado muitas vezes no Novo Testamento, mas não no Velho Testamento.

OS SADUCEUS NO NOVO TESTAMENTO
Uma grande diferença entre os fariseus e os saduceus começa a aparecer em Mateus 22:23-33 (compare Marcos 12:18-27 e Lucas 20:27-38). Os saduceus, que queriam envergonhar Jesus com suas perguntas, fizeram uma pergunta a Jesus que mostrava a sua dúvida a respeito da ressurreição dos mortos. Os saduceus são descritos neste contexto como pessoas que disseram que não existia ressurreição após a morte. Eles perguntaram a Jesus sobre uma mulher que tinha se casado com sete sucessivamente. "Esposa de quem ela vai ser na ressurreição?" eles perguntaram. Perguntando isso, os saduceus estavam sugerindo que a ressurreição não poderia ser verdade. Jesus respondeu essa pergunta falando que sua visão errada era causada por serem ignorantes a cerca das escrituras e do poder de Deus.   Quando lemos o Novo Testamento, nós temos uma boa idéia sobre as principais crenças dos saduceus, sua posição em Jerusalém e as diferenças entre eles e os fariseus. Josefus, o historiador judeu, escreveu que os saduceus, diferentemente dos fariseus, não acreditavam no poder soberano de Deus. Ao invés disso, eles acreditavam que tudo que acontecia com as pessoas era o resultado do bem e do mal que faziam. Os saduceus disseram, "A alma morre com o corpo".  A outra fonte principal de conhecimento sobre os saduceus é o Mishna, que é a coleção de ensinamentos dos rabinos. O saduceus opunham a muitos regulamentos detalhados que os fariseus queriam que as pessoas seguissem. O Mishna também mostra que os saduceus tinham uma tendência maior a se comprometer com o jeito dos gentios que os grupos religiosos judaicos.


Os Fariseus
Este movimento existe ainda hoje (os rabinos)
Não tem interesse em ser sacerdote
Eram pessoas do povo
Queriam ser doutores da lei, escribas.
Eram aceitos pelo povo por seu patriotismo e por sua interpretação da Lei mais conservadora.

Fontes de Flávio Josefo.
Não confundir o farisaísmo com a corrente dos escribas;
Derivados dos antigos assideus (hassidim, “os piedosos”). Provável.
Origem provável em 537 aC no retorno do exílio.
Leitura da Lei dirigida, tradição oral. Tradição dos Anciãos Mt 15.1-6; Mc 7.2-8
A animosidade com os saduceus evoluiu até o período dos Macabeus;
Sec II e I aC perushim = ideia de separados; também chaberim = próximos aqueles que observavam a Lei;
Defendiam a ideia de revelação divina tanto para a Torá como para a Lei Oral (Halakhá), imprescindíveis para a interpretação dos textos bíblicos.
Estimulavam a interpretação do texto em duplas com visões conflitantes. Prática do  zuggot.
Não tomaram parte na revolta dos judeus em 66 DC
Tentou livrar os judeus da dominação romana
Tradição dos Anciãos desenvolvida pelos escribas
Domínio espiritual resultou do declínio do interesse popular pelo ritual religioso ligado ao templo.
Propunham-se a tornar a religião uma parte da vida íntima cotidiana. Mt 23.23
Eram os melhores religiosos
Difundiram as sinagogas com a alternativa à espiritualidade ligada ao Templo de Jerusalém.
As sinagogas foram usadas para a propagação da fé cristã.
Divergências fundamentais entre fariseus e saduceus
De origem social – representavam as camadas mais populares, enquanto os saduceus a aristocracia.
De origem cultural – opunham a helenização de Israel, hostis a presença estrangeira, fato aceito e aproveitado pelos saduceus.
De origem institucional – priorizavam a supremacia da devoção à Lei sobre o ritual do Templo, enfatizado pelos saduceus.
De origem teológica – visão conservadora, os saduceus eram deu uma teologia liberal.
Divergiam quanto à responsabilidade de cada judeu diante da Lei Mosaica;
Para o fariseu Deus concedeu a herança, o reino, o sacerdócio e a santidade a todos os judeus. Quanto a soberania divina, criam na ideia mista de providencia e a responsabilidade moral do homem.
Não eram totalmente homogêneos
Havia em torno de 7 correntes de pensamentos

As duas principais:
Beit Shamai (Consevador, ênfase espiritual na verdade, divórcio só aceito em caso de adultério, oposição à presença romana.)
Beit Hillel (Moderada, ênfase espiritual na compaixão, divórcio aceito com maior tolerância, acomodado ao governo romano)
Visão de E.P. Sanders
Os fariseus e o judaísmo dos dias atuais
Fim da Revolta dos Judeus em 70 DC, os grupo políticos religiosos judaicos desaparecem exceto os fariseus, liderado por Yohanan Ben Zakkai.


Os Essênios
Grupo religioso judaico separado da sociedade, apolítico, Sec II aC e I DC
Aspectos misteriosos, fonte de especulação para os místicos e esotéricos.
Vida monástica – rara expressão religiosa naquela época
Compunham um conjunto de enclaves comunitários
Viviam na periferia de algumas cidades judaicas, o caso do homem do cântaro com água. Mc 14.14
Fonte histórica de Flávio Josefo, ou Josef Bem Matatias
O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano

História
Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.
Era característica dos judeus essênios :
•          Dividiam-se em grupos de 12 com um lider chamado "mestre da justiça";
•          Vestiam-se sempre de branco;
•          Acreditavam em milagres pela mão, milagres físicos e benção com as mãos.
•          aboliam a propriedade privada;
•          Eram todos vegetarianos;
•          Eram anti-celibatários.
•          Tomavam banho antes das refeições;
•          A comida era sujeita a rígidas regras de purificação.
•          Eram chamados de nazarenos por causa do voto nazarita.
Eles se proclamavam "a nova aliança" de Deus com Israel, mais tarde este mesmo termo aparece na literatura cristã como "novo testamento" e também grande parte das praticas judaica essênias.
Não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem.
Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto. Segundo Christian Ginsburg (historiador orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espitirual, remetem ao ideal essênio de vida espiritual. A prática da banhar-se com frequência é fruto do ritual da Tevilah, onde o Judeu mergulha em um micvê em certas ocasiões para se purificar

Os movimentos judaicos predominantemente revolucionários

OS ZELOTES- ligados a revolta dos Judeus

Movimento armado de resistência judaico que se crê ter sido iniciado com Judas, o Galileu (talvez o mesmo Judas de Gamala), citado por Gamaliel em seu discurso no Sinédrio (At 5.34-36).
Judas incitou os rebeldes a se levantarem contra o censo instaurado por Quirinus, governador romano da Síria, em 6 A.D., com propósitos tributários. A ele parece ter se associado também o sacerdote Zadoque. Os zelotes pregavam a restauração da teocracia em Israel, rejeitando a presença estrangeira e afirmando que o reinado do Messias seria implantado pela espada.
Alguns supõem que faziam parte dos zelotes a ala mais radical dentre os fariseus. De todo modo, elementos de todas as classes sociais se juntaram a eles, inclusive as mais elevadas (o que faz crer que alguns saduceus podem estar incluídos).
 Na primeira tentativa de revolta, ainda sob as ordens de Judas, os zelotes assaltaram uma guarnição romana em Séforis, então capital da Galiléia, tomando as armas. Segundo alguns (interpretando os escritos de Josefo), Judas, o Galileu, após a derrota de seus colegas de milícia, foi capturado pelos romanos e lançado às águas, com uma pedra amarrada ao pescoço.
Os zelotes ressurgiram mais tarde e, em 66 A.D., reiniciaram a revolta na Galiléia, sob comando de Joseph ben Matatias (que se renderia aos romanos mais tarde e se chamaria Flavius Josefus) e Johanan de Giscala. A tomada da Galiléia por Vespasiano, em 67 A.D. encerrou a primeira fase da reconquista romana contra os resistentes.
Em seguida, Johanan de Giscala se junta aos líderes rebeldes em Jerusalém, Eliezer ben Simeão e o sicário Simão bar Giora. Mas, como não se entendiam sobre os rumos da revolta e, sem comando unificado, sucumbiram diante dos mais de 80.000 legionários que os cercavam. Após sangrenta derrota, Giscala e Giora foram, enfim, feitos prisioneiros e levados a Roma para abrilhantar os espetáculos circenses. O saldo do levante zelote, segundo Josefo, foi 1.197.000 mortos. Para o historiador Tácito, 600.000.
                                     
OS SICÁRIOS- ligados a revolta dos Judeus

Grupo de rebeldes judeus ao estilo reacionário dos zelotes, porém distintos destes enquanto organização. Os sicários (lat. sicarii) ficaram assim conhecidos porque portavam furtivamente uma pequena adaga (lat. sicae) sob a roupa, cometendo com ela atentados contra a vida de simpatizantes e colaboradores dos romanos, especialmente os saduceus, os herodianos e outros membros da elite judaica que se beneficiasse da dominação romana. Matavam suas vítimas durante as assembléias populares e as peregrinações à Jerusalém, em meio ao tumulto. Eram hábeis em disfarçar o ato através de copiosas lamentações sobre o moribundo.
Conseguiram atingir, com suas crueldades, homens de grande posição social, como o sumo-sacerdote Jonathan ben Anan (c.37 A.D.). Durante os dias do Procurador Ventídius Cumanus (48-52 A.D.), assassinaram, numa estrada próxima a Beth-Horon, um oficial imperial, resultando em severas punições por parte dos romanos. Seqüestraram o secretário do Templo, Eleazar, soltando-o mediante a entrega de dez de seus parceiros de milícia.
Alguns dos mais corruptos Procuradores, como Porcius Festus (60-62 A.D.) e Albinus (62-64 A.D.) negociaram com os sicários, aceitando deles dinheiro para não os perseguir e trocando prisioneiros.
No começo da Revolta dos Judeus, em 66 A.D., os sicários se associaram aos zelotes, infiltrando-se em Jerusalém, onde perpetraram grandes barbaridades contra a população em geral. Segundo relato do Talmud, os sicários destruíram as fontes de subsistência da cidade, de modo a forçar a população a lutar contra os romanos, ao invés de tentar negociar a paz.
Seus líderes, Menahem Ben Jair, Eleazar Ben Jair e Simão Bar Giora não se entenderam com os demais zelotes, comprometendo o poder de resistência da cidade contra o cerco romano. Eleazar Ben Jair escapou da cidade cercada e levou seu último contingente de rebeldes para a fortaleza de Masada, na costa do Mar Morto. Ali, cercados pelas legiões, suicidaram-se para não serem tomados como escravos pelos romanos, em 73 A.D.

Tito Flávio Vespasiano Augusto (em latim Titus Flavius Vespasianus Augustus) (Roma, 30 de dezembro de 39 — Aquae Cutiliae, Sabina, 13 de setembro de 81) foi imperador romano entre os anos de 79 e 81. Foi o filho mais velho e sucessor de Vespasiano.
Antes de ser proclamado imperador, alcançou renome como comandante militar ao servir sob as ordens do seu pai na Judeia, durante o conflito conhecido como a Primeira Guerra Judaico-Romana (67- 70). Esta campanha sofreu uma breve pausa após a morte do imperador Nero (9 de junho de 68), quando Vespasiano foi proclamado imperador pelas suas tropas (21 de dezembro de 69). Neste ponto, Vespasiano iniciou a sua participação no conflito civil que assolou o império durante o ano da sua nomeação como imperador, conhecido como o ano dos quatro imperadores. Após essa nomeação, recaiu sobre Tito a responsabilidade de acabar com os judeus sediciosos, tarefa realizada satisfatoriamente após sitiar e destruir Jerusalém (70), cujo templo foi demolido no incêndio. A sua vitória foi recompensada com um triunfo e comemorada com a construção do Arco de Tito. Seu pai o associou, a partir de 71, ao poder tribunício.
Sob o reinado do seu pai, Tito coletou receios entre os cidadãos de Roma devido ao seu serviço como prefeito do corpo de guarda-costas do imperador, conhecido como a guarda pretoriana, bem como devido à sua intolerável relação com a rainha Berenice de Cilícia. Apesar destas faltas à moral romana, Tito governou com grande popularidade após a morte de Vespasiano a 23 de junho de 79 d.C. e é considerado como um bom imperador por Suetônio e outros historiadores contemporâneos.
O mais importante do seu reinado foi o seu programa de construção de edifícios públicos em Roma. A enorme popularidade de Tito também foi devida à sua grande generosidade com as vítimas dos desastres que sofreu o império durante o seu breve reinado: a erupção do Vesúvio em 79 d.C. e o incêndio de Roma de 80 d.C. Após dois anos no cargo, Tito faleceu sofrendo de febre, a 13 de setembro de 81 d.C. A grande popularidade de Tito fez com que o senado o deificasse.
Prometia ser um imperador à altura do seu pai, mas o seu breve reinado foi marcado por catástrofes. Em 24 de agosto de 79, o vulcão Vesúvio destruiu as cidades de Pompeia e Herculano e, em 80, Roma foi de novo consumida por um incêndio.
Estabeleceu um governo indulgente, respeitando os privilégios do senado e realizando grandes obras públicas. Uma das ações mais importantes como imperador foi inaugurar, em 80 d.C., a obra que seu pai, Vespasiano, iniciara, o anfiteatro Flávio, conhecido habitualmente como Coliseu), embora este ainda estivesse incompleto.
Tito foi sucedido pelo seu irmão menor, Domiciano.

Juventude  
Tito nasceu em Roma, filho primogénito de Vespasiano e Domitilla a Maior. Tito teve uma irmã chamada Domitila a Menor e um irmão, chamado Tito Flávio Domiciano, embora conhecido habitualmente com o nome de Domiciano.
As décadas de guerra civil durante o século I a.C. contribuíram enormemente para o decaimento da velha aristocracia de Roma, que fora gradualmente substituída no poder por uma nova nobreza provincial durante a primeira parte do século I. A família Flávia surgiu da obscuridade na Dinastia Júlio-Claudiana, adquirindo a riqueza e influência necessárias para chegar ao poder. O bisavô de Tito, Tito Flávio Petro, serviu como centurião sob Cneu Pompeu Magno durante a Segunda Guerra Civil da República de Roma. A sua carreira militar terminou quando Pompeu sofreu uma derrota esmagadora às mãos de Júlio César na Batalha de Farsália (48 a.C.).
Contudo, Petro conseguiu melhorar a sua situação casando-se com uma tértula sumamente rica, cuja fortuna garantiu a ascensão do filho de ambos, Tito Flávio Sabino I, o avô de Tito. O mesmo Sabino amassou uma grande riqueza como arrecadador de impostos na província da Ásia e como banqueiro na Helvécia. Casando-se com Vespásia Polião aliou-se com uma das famílias patrícias de maior ascendência aristocrática. A riqueza e a linhagem de Vespásia Polião e Tito Flávio Sabino I garantiram a ascensão dos seus filhos, Vespasiano e Tito Flávio Sabino II, à classe senatorial.
A carreira política de Vespasiano incluiu os cargos de questor, edil, pretor, e culminou em um consulado em 51 d.C., o ano em que nasceu Domiciano. O pouco conhecido da juventude de Tito chegou através dos escritos de Suetônio. O historiador relata que o futuro imperador foi criado na corte imperial junto a Britânico, o filho do imperador Cláudio, que seria assassinado por Nero em 55 d.C. Poucos detalhes chegaram sobre a sua educação, mas aparentemente mostrou pronto uma grande inclinação pelas artes militares, era um poeta experto e um grande orador tanto em grego quanto em latim.
Carreira militar
Tito serviu como tribuno militar na Germânia entre 57 d.C. e o 59 d.C. e na Britânia (60 d.C.) chegando com os reforços necessários após a revolta de Boudica. Em 63 d.C. regressou para Roma e casou-se com Arrecina Tértula, filha de um antigo prefeito da guarda pretoriana. A mulher de Tito faleceria em 65 d.C. e este tomou uma nova mulher chamada Márcia Funila que pertencia a uma família aristocrática. Porém, esta família era disposta a unir-se à oposição ao imperador Nero. O seu tio Quinto Márcio Barea Sorano e a sua filha Servília faleceram após a fracassada conspiração de Caio Calpúrnio Pisão em 65 d.C. Alguns historiadores modernos teorizam que Tito se divorciou da sua esposa devido à conexão da sua família com a conspiração. Não voltou a casar-se de novo. Tito parece ter tido muitas filhas, sendo ao menos uma delas de Márcia Furnila. A única que chegou à idade adulta foi Júlia Flávia, que pode ser filha de Arrecina, pois a mãe desta também se chamava Júlia. Durante este período Tito dedicou-se à justiça, sendo questor.

Campanha da Judei
 Primeira Guerra Judaico-Romana
Em 66 d.C., os judeus da província de Judeia rebelaram-se contra o Império Romano. Céstio Galo, o governador da província da Síria, foi derrotado na batalha de Beth-Horon e forçado a se retirar de Jerusalém. O rei pró-romano Herodes Agripa II e a sua irmã Berenice fugiram para a Galileia. Nero designou a Vespasiano para esmagar a rebelião, este marchou imediatamente à região com a V e X legiões. Vespasiano uniu-se a Tito e à XV legião em Acre. Com uma força de 60.000 soldados profissionais, os romanos dispuseram-se a varrer a rebelião através de Galileia e marchar sobre Jerusalém.
A guerra foi coberta pelo historiador judeu-romano Flávio Josefo na sua obra "A Guerra dos Judeus". Josefo serviu como comandante na defesa da cidade de Jotapata quando o exército romano invadiu a Galileia em 67 d.C. Após um duro sítio de 47 dias, a cidade caiu, deixando cerca de 40 000 prisioneiros, que foram assassinados, enquanto os restantes dos resistentes se suicidaram. O próprio Josefo rendeu-se a Vespasiano, que o liberou ao observar a sua inteligência. Durante 68 d.C. toda a costa e o norte da Judeia caíram sob o controle romano. Esta expedição serviu para que Tito se distinguisse como um general competente.

Ano dos quatro imperadores
A última e importante fortaleza que resistia era a cidade judaica de Jerusalém. Contudo, a campanha sofreu uma pausa quando chegaram notícias de Roma da morte do imperador Nero e da nomeação de Galba pelo senado como sucessor. Vespasiano decidiu enviar Tito a apresentar os seus respeitos ao novo imperador. Contudo, quando Tito se aproximava à cidade, recebeu notícias da morte de Galba e da nomeação de Otão como sucessor, além da marcha para Roma desde a Germânia de Vitélio. Não querendo arriscar-se a ser capturado por nenhum dos dois bandos, Tito cancelou a viagem e voltou a unir-se ao seu pai na Judeia.
Enquanto isso, Otão fora derrotado na batalha de Bedriacum e suicidara-se tão nobremente que emocionara Roma. Quando chegaram notícias aos exércitos das províncias de Judeia e Egito, estes decidiram nomear Vespasiano como imperador a 1 de julho de 69 d.C Vespasiano aceitou, e mediante intensas negociações levadas por Tito, uniu-se ao governador da Síria, Caio Licínio Muciano, formando uma força muito importante no Oriente . Esta força mudou-se para Roma liderada por Muciano, enquanto Vespasiano marchou para Alexandria, ficando Tito ao comando para que acabasse com a rebelião. No fim de 69 d.C. as tropas de Vitélio foram derrotadas e o Senado declarou Vespasiano como imperador a 21 de dezembro, finalizando desse modo o Ano dos quatro imperadores.

Sítio de Jerusalém (70)
           
Enquanto isso, os judeus encontravam-se num conflito civil entre eles, dividindo a resistência entre os sicários, liderados por Simão bar Kokhba e os fanáticos conduzidos por João de Giscala. Tito aproveitou então a oportunidade de começar o assalto sobre Jerusalém. Ao exército romano uniu-se a XII Legião, que fora derrotada sob o comando de Céstio Galo. Desde Alexandria, Vespasiano enviou Tibério Júlio Alexandre para que agisse como segundo de Tito. Tito rodeou a cidade no comando de três legiões (V, XII e XV) sobre o lado oeste e enviou a X legião sobre o Monte das Oliveiras, a leste. Tito cortou os alimentos e a água à cidade, depois permitiu a entrada de alguns judeus para celebrar a Páscoa negando depois a saída. O exército romano era acossado continuamente pelos judeus e numa ocasião estes quase capturaram Tito.
Após as tentativas de Josefo de negociar uma rendição, os romanos retomaram as hostilidades e rapidamente destroçaram as primeiras fases da muralha. Para intimidar a resistência, Tito crucificou os desertores judeus em torno das muralhas. Neste ponto, os judeus estavam a ponto de se renderem por causa da fome e os romanos aproveitaram a debilidade para irromper na cidade após quebrar a última fase da muralha. Os romanos penetraram na cidade, capturaram a Fortaleza Antônia e iniciaram um assalto frontal sobre o Templo. Segundo Josefo, Tito ordenara que o Templo não fosse destruído, porém, durante a batalha pela cidade, um soldado lançou uma tocha para o interior do Templo e este ardeu depressa. O cronista Sulpício Severo, no entanto, afirma que Tito ordenou a destruição do Templo. Fosse o que for, o Templo foi totalmente destruído e a cidade saqueada, após o qual os soldados proclamaram-no Imperador no campo de batalha. Segundo Josefo 1.100.000 pessoas foram assassinadas durante o sítio, destes a maioria eram judeus. Fontes antigas informam de que 97.000 pessoas foram capturadas e escravizadas, incluindo Simon Bar Giora e João de Giscala. Muitos escaparam a locais próximos do Mediterrâneo. Aparentemente Tito recusou aceitar uma Coroa de erva (condecoração militar romana) alegando que "não há mérito em vencer umas gentes abandonadas pelo seu próprio Deus".
Herdeiro de Vespasiano
Incapaz de navegar para a Itália durante o Inverno, Tito celebrou uns esplendorosos jogos na Cesareia
Marítima e Berytus (atual Beirute), depois viajou para Zeugma do Eufrates, onde se apresentou com uma coroa a Vologases II de Partia. Visitando Antioquia confirmou os direitos tradicionais dos judeus naquela cidade. No seu caminho para Alexandria, deteve-se em Mênfis onde consagrou o touro sagrado de Ápis portando uma diadema. Esta diadema era para os romanos um símbolo de realeza. Segundo Suetônio estes fatos causaram uma grande consternação em Roma, onde se temia que se rebelasse contra Vespasiano. Segundo Suetônio Tito viajou imediatamente para Roma com o fim de dissipar os rumores sobre a sua conduta. Após a sua chegada à cidade em 71 d.C., foi recompensado com um triunfo. Acompanhado por Vespasiano e o seu irmão Domiciano, desfilou a cavalo pela cidade sendo saudado de maneira entusiasta pela população e acompanhado pelos seus tesouros e prisioneiros de guerra. Josefo descreve-o como uma procissão com ingentes quantidades de ouro e prata. A procissão incluía os prisioneiros de guerra e os tesouros do Templo de Jerusalém. Simão bar Kokhba foi executado no Fórum Romano, depois disso, a procissão ufanou-se em realizar os requeridos sacrifícios religiosos no Templo de Júpiter. O Arco do Triunfo de Tito, que fica na entrada do Fórum, comemora a vitória de Tito.
Com Vespasiano declarado imperador, Tito e o seu irmão Domiciano receberam o título de César em nome do senado. Além de compartir o poder tribunício com o seu pai, Tito foi designado cônsul em sete ocasiões durante o reinado do seu pai e atuou como o seu secretário comparecendo em certas ocasiões no senado no seu nome. Tito foi designado comandante da guarda pretoriana, fazendo mais sólida a posição de Vespasiano como monarca legítimo. Contudo Tito tornou-se infelizmente famoso entre a população devido às suas violentas ações ordenando a execução de pessoas suspeitas de traição.Quando em 79 d.C., foi destapado um complô dirigido por Aulo Cecina Alieno e Éprio Marcelo para derrocar a Vespasiano. Alieno foi convidado a uma ceia, na que foi assassinado por punhaladas no coração.
Durante as revoltas judaicas, Tito iniciou uma relação com Berenice de Cilícia, irmã de Herodes Agripa II, que colaborara com os romanos durante a campanha e depois/(portanto)logo apoiara a Vespasiano no seu caminho para o trono. No ano 75 d.C., ela voltou junto a Tito e viveu abertamente com ele no palácio como a sua prometida. Os romanos eram cépticos sobre esta relação e a desaprovavam. A pressão do povo fez com que Tito se separasse dela, porém a sua reputação sofreu muito por causa desta relação.

Sucessão
Vespasiano faleceu em 23 de junho de 79 d.C. por causa de uma infecção e foi sucedido pelo seu filho Tito. Os romanos, por causa dos seus supostos vícios, temiam que Tito se tornasse outro Nero. Contra todos os prognósticos, Tito demonstrou ao povo que era um imperador eficaz e foi muito querido por todos os romanos. Um dos seus primeiros atos como imperador foi ordenar publicamente suspender os juízos baseados em traição. A lei de traição, ou a lei de maestas, a princípio foi usada para processar os que tinham prejudicado as pessoas e a majestade de Roma por qualquer ação revolucionária Contudo, sob o reinado de César Augusto, esta lei também fora aplicada para condenar os escritos difamatórios. Sob o reinado de Tibério, Calígula e Nero utilizaram-se para justificar as execuções, criando uma rede de informantes que fez tremer a administração romana durante décadas. Tito acabou com esta prática, declarando:
            “É impossível que eu seja insultado ou ultrajado. Eu nada faço que mereça ser censurado, e não me importam as falsidades que sobre mim sejam escritas. E, quanto aos imperadores que já estão mortos” e enterrados, já se vingarão por si mesmos caso alguém lhes fazer algum mal, se em verdade são semideuses e possuem algum poder."

Portanto, nenhum dos senadores foi assassinado durante o seu reinado; Tito manteve assim a sua promessa de que assumiria o cargo de Pontifex maximus com o objetivo de manter as mãos limpas". Os informantes públicos foram castigados e desterrados da cidade. Como imperador, Tito ficou conhecido pela sua generosidade, e Suetônio declara que para compreender que ele não tirara nenhuma benefício de ninguém durante um dia inteiro ele comentou, "Amigos, perdi um dia".

Desafios
Embora o seu reinado ficasse livre de conflitos militares ou políticos, Tito teve de afrontar um grande número de desastres. A 24 de agosto de 79 d.C., apenas dois meses depois da sua ascensão ao trono, o monte Vesúvio entrou em erupção, causando a quase completa destruição das cidades da baía de Nápoles. As cidades de Pompeia e Herculano foram sepultadas sob toneladas de pedra e lava causando a morte de um grande número de pessoas. Tito designou dois ex-cônsules para dirigir as tarefas de reconstrução e doou uma grande quantidade de dinheiro do tesouro imperial a fim de ajudar as vítimas do vulcão. O próprio Tito visitou Pompeia após a erupção e depois outra vez mais no ano seguinte.
Durante a segunda visita, um incêndio que durou três dias estourou em Roma. Embora o grau de destruição não fosse tão desastroso quanto o do grande incêndio do 64 d.C., Dião Cássio registrou uma longa lista de edifícios públicos danificados parcialmente ou consumidos totalmente pelo fogo. Entre eles, estavam o Panteão de Agripa, o Templo de Júpiter, o Diribitorium, o Teatro de Pompeu e a Saepta Júlia, entre outros. De novo, Tito pagou do seu bolso os danos ocasionados pelo fogo. Aparentemente houve uma praga durante o incêndio, embora se desconheça a natureza da doença e o número de falecidos.
Enquanto isso, a guerra continuara na Britânia, onde Cneu Júlio Agrícola se internou na Caledônia e dirigiu o estabelecimento de várias fortificações.Como consequência das suas ações, Tito foi aclamado Imperator pela décima-quinta vez.
O seu reinado também sofreu a rebelião de Terêncio Máximo, um de vários "Neros" falsos que continuaram aparecendo ao longo dos anos 70. EmboraNero seja conhecido nomeadamente como um tirano, chegaram escritos que informam que foi enormemente popular nas províncias orientais durante o seu reinado.
Segundo Dião Cássio, Terêncio Máximo seria parecido com Nero na voz e no aspecto e, como ele, tocava a lira. Terêncio estabeleceu-se na Ásia Menor, mas pronto foi forçado a escapar para além de Eufrates, tomando refúgio entre os Partos. Além disso, as fontes antigas declaram que Tito descobriu que o seu irmão Domiciano conspirava contra ele, mas recusou a opção de assassiná-lo ou desterrá-lo.

Obras Públicas
A construção de Anfiteatro Flávio, conhecido habitualmente como o Coliseu de Roma, começou na década de 70 sob o reinado de Vespasiano e finalizou sob o reinado de Tito nos anos 80. Além das espetaculares dimensões, que ofereciam um grande entretenimento para a população romana, o Coliseu representava também os sucessos militares dos Flávios durante as guerras judaico-romanas. Os jogos inaugurais duraram cem dias, e foram sumamente elaborados, incluindo combates de gladiadores, pelejas de animais selvagens, representações de batalhas navais (para as que foi inundado o teatro), corridas de cavalos e de carros. Durante os jogos, passaram entre o público umas bolas de madeira, inscritas com vários prêmios com os que os ganhadores eram obsequiados.
Junto ao anfiteatro, dentro do recinto da Domus Aurea de Nero, Tito ordenara a construção de novos banhos públicos públicos, que deviam levar o seu nome. A construção deste edifício terminou de pressa para que coincidisse com a finalização das obras do Anfiteatro Flávio.
A prática do culto imperial foi ressuscitada por Tito, embora aparentemente isto encontrou algumas dificuldades, pois Vespasiano não foi deificado senão seis meses depois da sua morte. Para honra e glória da dinastia dos Flávios, começaram as obras do Templo de Tito e Vespasiano que finalizaria durante o governo de Domiciano


Morte

Ao finalizar os jogos, Tito dedicou oficialmente ao povo a construção do anfiteatro e os banhos, o que foi seu último ato como imperador. Tito partiu para os territórios dos sabinos mas caiu enfermo e faleceu por causa de febres, aparentemente no mesmo imóvel que o seu pai. Segundo parece, as últimas palavras que pronunciou Tito foram "somente cometi um erro".Tito governara o Império Romano durante dois anos, da morte do seu pai em 79 d.C. até a sua morte a 13 de setembro do 81 d.C. Tito foi sucedido por Domiciano cujo primeiro ato foi deificar o seu irmão.
Os historiadores especularam muito sobre a morte de Tito e do erro ao qual se refere nas suas últimas palavras, Filóstrato defende que foi envenenado por Domiciano e que a sua morte fora prognosticada por Apolônio de Tiana. Suetônio e Dião Cássio sustêm que faleceu de causas naturais, mas acusam Domiciano de abandonar o seu irmão enfermo e segundo Dião, o erro ao que Tito refere é o de não ter executado o seu irmão, mesmo sabendo de sua participação no complô contra ele.
Os relatos sobre Tito escritos por historiadores antigos são mais favoráveis que sobre qualquer outro imperador. Os escritos que sobreviveram,a maioria de autores contemporâneos a Tito, oferecem uma visão extremamente favorável para o imperador, sobretudo comparado com o tirânico governo do seu irmão Domiciano.
A obra de Flávio Josefo, A guerra dos judeus, oferece uma visão de primeira mão sobre o caráter de Tito durante a Primeira Guerra Judaico-Romana. Contudo a neutralidade do escrito de Josefo foi questionada, pois Josefo estava em dívida com o imperador. Quando Tito chegou a Roma em 71 d.C., Josefo acompanhava-o como parte do seu séquito, e depois o historiador receberia a cidadania romana e tomaria o nome e o praenomen dos seus padroeiros. Josefo recebeu uma pensão anual e viveu em palácio. Sob o patrocínio do imperador, Josefo escreveu muitas das suas obras mais conhecidas. A obra conhecida como A Guerra dos Judeus inclina-se contra os líderes da rebelião, apresentando o levantamento como uma operação mal organizada e culpando os judeus de causar a guerra.
Outro contemporâneo de Tito, Públio Cornélio Tácito, que começou a sua carreira pública em 80 d.C. ou 81 d.C. e que deve a sua ascensão à dinastia Flávia, oferece uma visão sobre o imperador Tito. As suas Histórias foram escritas neste período, e publicadas durante o reinado de Trajano. Porém, os cinco primeiros livros deste texto, que abrangem os reinados de Tito e Domiciano não foram preservados.
Suetônio oferece um relato curto mas muito favorável sobre o reinado de Tito na sua obra As vidas dos doze césares. Suetônio ressalta os seus sucessos militares e a sua generosidade; assim, a sua descrição de Tito diz:
“Tito, chamado do mesmo jeito que o seu pai, foi querido por todo o povo romano, coisa muito difícil. Era tão superior que era um prazer para a raça humana, foram estas características o que lhe fizeram ganhar o afeto da população.”    
Outro autor, Dião Cássio, escreveu a sua História de Roma cerca de cem anos depois da morte de Tito. Cássio tem uma visão muito similar à de Suetônio, e é muito provável que utilizara a este como a sua fonte principal:
            “O fato de as fontes falarem muito bem de ele é devido a que esteve pouco tempo no trono, e apenas teve oportunidade de fazer o mal. Desde a data em que o nomearam imperador transcorreram somente dois anos, dois meses e vinte e nove dias -além dos vinte e nove anos, cinco meses e vinte e cinco dias que vivera até então. Certamente, por isso é acreditado que igualou o longo reinado de Augusto, pois Augusto nunca teria sido amado caso viver menos, nem Tito caso viver mais. Augusto, embora se mostrasse irascível pelas guerras e outros contratempos, foi muito capaz, com o tempo, de conseguir uma brilhante reputação pelos seus generosos atos; Tito, pelo contrário, governou com temperança e faleceu no apogeu da sua glória. De ter vivido muito mais, ficaria demonstrado que deve mais a sua fama atual à fortuna do que aos seus próprios méritos.” Plínio o Velho, que faleceu durante a erupção do Vesúvio.
Massada: a Última Fortaleza
O ano 72 d.C. estava próximo de seu fim quando um sentinela judeu, que montava guarda num posto avançado nas montanhas, avistou uma nuvem de poeira aproximando-se no horizonte. Ele sabia que aquilo só podia significar uma coisa: os romanos estavam chegando. Foi dado o alarme. A última fortaleza da resistência judaica despertou. A guerra havia chegado a Massada.

A fortaleza

Massada, que, provavelmente, significa "lugar seguro" ou "fortaleza", é um imponente planalto escarpado, situado no litoral sudoeste do Mar Morto. O local é uma fortaleza natural, com penhascos íngremes e terreno acidentado. Na parte leste, a face do penhasco se eleva 400 metros acima da planície circundante. O acesso só é possível através de uma difícil trilha que serpenteia pela montanha.
As vertentes norte e sul são igualmente escarpadas, mas o lado oeste é um pouco mais fácil de atingir. Ali, embora a montanha ainda se eleve a mais de 100 metros de altitude, o terreno sobe com uma inclinação de vinte graus até cerca de 13 metros do topo. O platô de Massada tem a forma aproximada de um losango, com cerca de 600 metros de comprimento e 300 metros na parte mais larga.
Flávio Josefo, o famoso historiador judeu do primeiro século, é a principal fonte de informação sobre a história de Massada. Embora alguns de seus relatos e números sejam muitas vezes questionados, grande parte do que ele descreveu foi confirmado pela arqueologia.
Massada tornou-se uma fortaleza judaica durante o período dos hasmoneus (cerca de 150-76 a.C.). Mais tarde, o rei Herodes fez ampliações e reforçou suas defesas (37-31 a.C.). Como era de se esperar, as reformas de Herodes foram impressionantes. Uma dupla muralha de pedra, com 140 metros de extensão e quase seis metros de altura em alguns pontos, estendia-se por todo o perímetro do platô. No espaço de 4 metros de largura que separava as duas muralhas, foram construídos vários quartos, que eram usados para guardar armas e alojar as tropas. A muralha tinha quatro portões e mais de trinta torres.
Herodes construiu dois palácios com todo conforto e luxo da época: pisos de mosaicos, afrescos, colunatas e até uma piscina.
Herodes também construiu dois palácios com todo conforto e luxo da época: pisos de mosaicos, afrescos, colunatas e até uma piscina. Para garantir a auto-suficiência de seu refúgio no deserto, Herodes mandou plantar hortaliças e grãos na montanha, além de construir enormes cisternas escavadas na pedra para coletar água da chuva, com capacidade para mais de 40 milhões de litros. Suas despensas guardavam jarros de azeite, vinho, farinha e frutas. Herodes também tinha um estoque de armas suficiente para um exército de dez mil homens.
Após a morte de Herodes, a fortaleza de Massada foi ocupada por uma guarnição romana que ficou aquartelada ali por quase cem anos.

Os sicários

Durante o censo de Quirino (6 d.C., cf. Lc 2.2), surgiu entre os judeus daquela região uma quarta filosofia ou seita (além dos fariseus, saduceus e essênios). Josefo apontou essa seita como responsável pela destruição do Templo de Jerusalém, em 70 d.C. Esse partido defendia a rebelião contra Roma e não reconhecia nenhuma autoridade, senão a divina. Seus seguidores eram conhecidos como sicários, do latim sica, que significa "adaga curva". Alguns estudiosos identificam os sicários com os zelotes.
Josefo não tinha muitas palavras boas a dizer sobre os sicários. Ele os definiu como bandidos, que não assassinavam só os romanos, mas matavam e saqueavam seus próprios compatriotas, cometendo crimes bárbaros e fomentando a revolta, sob uma capa de patriotismo e ideais libertários.

No ano de 66 d.C., um grupo desses rebeldes entrou furtivamente na fortaleza de Massada e dizimou a guarnição romana aquartelada ali. Pouco depois, o líder dos sicários, Manaém, chegou a Massada com seus homens, saqueou o arsenal e seguiu em direção a Jerusalém, como líder autoproclamado da revolta contra Roma. Chegando em Jerusalém, Manaém agiu com extrema crueldade, assassinando todos os que não se submetiam à sua autoridade. Sua opressão tornou-se tão insuportável que provocou um levante num grupo de judeus de Jerusalém que consideravam sua tirania pior que a de Roma. Nessa revolta, Manaém foi preso e executado. Muitos de seus seguidores, inclusive um parente seu chamado Eleazar Ben Jair, fugiram para Massada, onde Eleazar tornou-se líder dos sicários.
Durante os seis anos seguintes, os sicários de Massada demonstraram fervorosa devoção religiosa. Entretanto, em total incoerência com essa aparente piedade, Eleazar e seus homens costumavam atacar as povoações vizinhas, até mesmo as de judeus, para roubar provisões. A vila de En-Gedi, situada a cerca de 25 quilômetros ao norte de Massada, foi alvo de seu ataque mais cruel. Os sicários investiram contra a aldeia durante a Festa dos Pães Asmos, roubaram todos os mantimentos, expulsaram os habitantes judeus e, segundo Josefo, mataram setecentas pessoas.
Quando Jerusalém foi finalmente destruída pelos romanos, no ano 70 de nossa era, um pequeno punhado de sobreviventes dirigiu-se para Massada. Na época em que os romanos atacaram a fortaleza na montanha, no final de 72 d.C., a população judaica que ali vivia já somava 967 pessoas.

O cerco
Após a tomada de Jerusalém, os romanos começaram a operação de limpeza das áreas conquistadas. Dois baluartes judaicos remanescentes – Herodion e Maqueronte – foram rapidamente esmagados. Massada foi deixada para o novo procurador, Flávio Silva.
Silva marchou em direção a Massada com a Décima Legião e uma tropa auxiliar de milhares de soldados, além de milhares de prisioneiros judeus que trabalhavam como escravos, produzindo alimentos e fornecendo água para o exército.
Ao chegar à base da fortaleza de Massada, Silva começou a elaborar uma estratégia para enfrentar o desanimador desafio que se erguia à sua frente. Após avaliar a situação, ele decidiu, primeiramente, construir oito acampamentos de base em torno da fortaleza. Um deles foi colocado na montanha que dava vista para Massada, no lado sul. O local era um ótimo posto de observação, permitindo acompanhar as atividades dos sicários. O quartel-general de Silva estava localizado num dos acampamentos maiores, a noroeste da fortaleza.
O primeiro objetivo de Silva era impedir que os sicários escapassem. Para isso, construiu uma muralha de três quilômetros de extensão e quase dois metros de espessura, circundando toda a montanha.
O segundo objetivo de Silva era transpor a muralha defensiva no alto da montanha e penetrar na fortaleza. Ele sabia que um cerco prolongado estava fora de questão, pois Massada tinha uma abundante reserva de provisões. Então, decidiu construir uma rampa de assalto sobre a elevação natural na encosta oeste de Massada. Esse feito não foi nada desprezível. As tropas de Silva levaram grande quantidade de terra e pedras para o local, e usaram vigas de madeira de tamargueira, com 60 centímetros a 1 metro de comprimento, para escorar a pilha de entulho. Com esse material, construíram um plano inclinado que deve ter tido uns 160 metros de comprimento, 15 metros de largura e 8 metros de profundidade.
O general Silva decidiu construir uma rampa de assalto sobre a elevação natural na encosta oeste de Massada, um plano inclinado que deve ter tido uns 160 metros de comprimento, 15 metros de largura e 8 metros de profundidade, e que ainda hoje pode ser visto.
Mas os sicários sabiam muito bem quais eram as intenções dos romanos, e não ficaram assistindo de braços cruzados. Enquanto os romanos tentavam construir sua rampa, os judeus juntavam grandes pedras, pesando uns 50 quilogramas cada uma, e as mandavam rolando morro abaixo. Além disso, outros sicários arremessavam pedras menores com suas fundas.
Mas a resistência foi em vão. O plano inclinado foi concluído e as enormes máquinas de guerra dos romanos entraram em ação. Uma dessas torres tinha entre 20 e 30 metros de altura, e, lá de cima, os romanos lançavam uma chuva de setas e pedras sobre os atarantados rebeldes.

A torre também tinha um poderoso aríete, composto de uma enorme tora de madeira com uma ponta de ferro no formato de cabeça de carneiro. A tora era suspensa por cordas, dentro da máquina de guerra. Os soldados empurravam a máquina até perto da muralha ou dos portões e, ao chegarem a uma distância suficiente, puxavam a tora para trás e depois a empurravam para a frente com toda a força. Josefo comentou que nenhuma muralha ou torre conseguia resistir à violência desses golpes.

Sabendo disso, os sicários usaram um sistema engenhoso para reforçar a muralha exterior. Usando as vigas dos telhados de 90 por cento das construções de Massada, eles construíram uma muralha de madeira por dentro da muralha de pedra e encheram de terra o espaço entre as duas. A muralha interna "deveria ter entre 20 e 25 metros de extensão, cerca de 18 metros de espessura e 7 a 8 metros de altura" Aparentemente, o aríete tinha pouco efeito sobre este tipo de muralha, exceto o de compactar ainda mais a terra, a cada novo golpe. Mas o sucesso da nova muralha de madeira não durou muito, pois ela tinha uma grande fraqueza: podia ser queimada.

Silva ordenou que suas tropas lançassem tochas flamejantes sobre a muralha, e, em pouco tempo, ela estava em chamas. Quando um vento vindo do norte soprou as chamas de volta na direção dos romanos, os judeus cercados sentiram a esperança renascer. Mas os ventos mudaram outra vez, levando as chamas novamente para a muralha. Enquanto suas defesas queimavam rapidamente, os sicários perceberam que o fim estava próximo.

O suicídio

Em vez de investirem para a matança, os legionários voltaram a seus acampamentos para passar a noite, preparando-se para desferir o ataque final pela manhã. Porém, durante a noite, Eleazar Ben Jair convenceu seus compatriotas, embora com certa dificuldade, de que era melhor morrerem livres do que sofrerem a tortura que certamente estaria reservada para eles e suas famílias, nas mãos dos romanos. O suicídio coletivo era preferível à escravidão. Com grande tristeza, cada chefe de família matou sua mulher e seus filhos. Em seguida, foram sorteados dez homens para matar os restantes. Desses, um foi selecionado para matar os outros nove, incendiar o palácio onde todos haviam tombado e, depois, suicidar-se.

Com o raiar do sol, as tropas romanas precipitaram-se pelas fendas da muralha, preparadas para entrar em combate contra a resistência, mas tudo o que encontraram foi o silêncio. Intrigados, os soldados gritaram para atrair os guerreiros. Em vez disso, viram surgir das sombras duas mulheres e cinco crianças, que haviam escapado do massacre da noite anterior escondendo-se em cavernas subterrâneas. Os sobreviventes contaram aos romanos o que os sicários tinham feito, mas eles só acreditaram quando entraram no palácio incendiado e contemplaram o monte de cadáveres.

As mortes ocorreram no décimo quinto dia do mês de nisã, segundo o calendário judaico, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos do ano de 73 d.C.

Atualmente, o moderno Estado de Israel – a única verdadeira democracia do Oriente Médio – homenageia Massada, não necessariamente por seus defensores, mas por seus ideais. As palavras do hino nacional israelense expressam o anseio do coração de todo judeu, desde que os romanos romperam as defesas de Massada.

O DOMÍNIO ROMANO:
O mundo antigo viu emergir por volta do século I a.C. o ultimo dos grandes impérios da antiguidade, que foi o império Romano, e no período da história romana conhecida como Republica Romana, Israel foi invadida e conquistada pelo general Pompeu por volta de 63 a.C. após 77 anos de independência, Pompeu chegou a invadir o templo e entrar no Lugar Santíssimo que era permitido apenas ao sumo sacerdote uma vez ao ano, mas da até para imaginar a decepção deste general ao encontrar uma "sala vazia", já que a Arca da Aliança não estava mais entre os judeus, e então Israel passou de Estado independente para província tributaria de Roma.
Por esse período Pompeu disputava o poder entre Julio César e Crasso no episódio da história Romana conhecido como o primeiro triunvirato, sendo derrotado pelo primeiro, e no ano 37 a.C. os romanos colocaram no trono da Judéia um edomita que entrou para a história com o nome de Herodes "o grande", lembrando que Herodes não era descendente de Isaac e sim de Esaú, que formaram o povo edomita e no passado foram grandes inimigos de Israel.
Herodes conquistou o trono, mas não o coração do povo judeu que o viam como um usurpador, no reinado ele realizou a construção de diversas obras em Israel, inclusive criou a província de Cesárea em homenagem a César.
No primeiro texto eu coloquei aspas ao me referir ao segundo templo como sendo o templo de Herodes, pois como vocês leitores podem perceber, o templo já existia, o que Herodes fez foi remodelá-lo, construindo torres consideradas profanas no mesmo, e por isso historicamente ele acabou levando a falsa fama de construtor do templo.
 Herodes como muitos devem saber, se deixou corromper pelo poder chegando a um estado de loucura ao ponto de matar a própria esposa e um de seus filhos, o seu reinado coincide com o nascimento de Jesus Cristo em Belém, cidade dos descendentes de Judá, onde seus pais José e Maria precisaram ir para serem contados no censo romano.
       Cristo era descendente direto de Davi, portanto era de linhagem real, quando ele nasceu, Herodes tomou conhecimento de seu nascimento, e com medo de perder o poder ordenou o massacre a todas as crianças com menos de dois anos em toda a Judéia, com a esperança de matar Jesus, mas seus pais fugiram para o Egito com a criança até a morte de Herodes no por volta do ano 1 a.C. (não se assustem, o calendário cristão esta errado mesmo, é provável que Cristo tenha nascido não no ano 1 de sua era e sim no ano 4 a.C.).
       Depois da morte de Herodes a Palestina foi dividida entre seus filhos e devido à imensa instabilidade que se estabeleceu, o império romano precisou mandar governadores para a Judéia, por esse tempo surgiram vários grupos a favor da independência de Israel, entre eles os zelotes, que foram um grupo armado que pretendiam tomar o poder em Israel e expulsar os romanos, os zelotes eram o que hoje se assemelharia ao Hamas na Palestina, ao IRA na Irlanda do Norte, ao ETA no País Basco ou até mesmo as FARCs na Colômbia.
      
INICIO DA ERA CRISTÃ:
 Nos tempos em que Cristo andou pela Judéia cabe estudar um pouco sobre a sociedade judaica naquela época, além do templo existiam as sinagogas que haviam sido criadas ainda no cativeiro da Babilônia para o estudo dos livros sagrados, era muito comum homens, como no caso dos discípulos de Cristo, andarem portando espadas, como forma de se proteger contra animais selvagens ou cortar frutas das arvores.
       Neste período eram faladas três línguas em Israel, o hebraico, que era falado entre os judeus que preservaram sua cultura, o grego que era falado pelos judeus helenistas e o latim, língua falada pelos soldados e magistrados romanos estabelecidos na Judéia, o nome Jesus é grego e é o mesmo que Josué no hebraico, cujo significado é "o Deus que salva", e Cristo é a denominação grega para Messias.
       Como já é do conhecimento de todos, os judeus sempre esperaram pelo seu Messias, que já havia sido anunciado por Moisés e pelos profetas e viria como o libertador de Israel, Jesus é claro não teve esse reconhecimento, ele é visto até hoje pelos judeus como um profeta e falso Messias, os judeus aguardam seu Messias até os dias de hoje.
       Na época de Cristo todos os judeus eram obrigados a pagarem tributos a Roma, e existiam aqueles judeus que cobravam os tributos para Roma, muitas vezes abusando e reembolsando de seu próprio povo, por isso eles eram muito odiados e visto como traidores, eles eram chamados de publicanos, pra falar a verdade ninguém gosta de pagar impostos, agora imaginem ter que pagar imposto para outro país que domina o seu.
       Os pescadores tinham que dar a boa parte de seus pescados a Roma recebendo como pagamento aqueles peixes que não estavam bons, por isso surgiam diversas brigas nas ruas da Judéia, muitos dos agricultores para não terem que entregar uma parte da produção a Roma, colocavam paus e pedras no fundo de seus cestos.
       Os soldados romanos na Judéia não gostavam de carregar suas bagagens, e por isso obrigavam os judeus a fazer isso para eles, até o posto aonde iriam se estabelecer, é até por isso que Cristo fala que se alguém o obrigar a andar uma milha, ande duas, pois naquela época se o soldado acabasse andando um pouco mais de onde ia ficar ele era punido, e você andando além daquilo que o soldado lhe estabelecera, você veria a cena do soldado implorando para que você devolvesse as coisas dele.
       Cristo combatia veementemente os fariseus chegando a chamá-los de raças de víboras que pregavam uma coisa, mas suas vidas eram totalmente outras, Cristo foi crucificado no ano 33 de sua era, tendo o cristianismo se espalhado rapidamente por intermédio de seus seguidores.
      
1ª GUERRA JUDAICO-ROMANO:
        Devido ao numero de revoltas que cresceram na Palestina, o então governador Floro enviou tropas para massacrar e crucificar alguns judeus, aquilo foi o estopim e deu inicio a primeira guerra judaica romana que começou no ano 66 d.C. e foi até 70 d.C. com a queda de Jerusalém, alguns historiadores dizem que a guerra foi até 73 com a queda de Massada.
       Os judeus sob a liderança de Eleazar Ben Simon ocuparam o templo e a fortaleza Antônia, e neste ínterim os zelotes ocuparam a fortaleza de Massada, como falaremos mais adiante, outro bando conquistou a fortaleza de Chipre e os rebeldes conseguiram se espalhar pelo interior do país onde ocuparam a Judéia, a Induméia e o sul da Galiléia, todas as ações do rei Herodes Agripa II para tentar conter a revolta foi inútil, e todas as ações do exército romano para retomarem a Judéia fracassaram até o ano de 67 d.C.
       Em 67 d.C. o general Vespasiano que havia sido exilado de Roma por dormir numa das intermináveis apresentações do imperador Nero, foi chamado pelo imperador para conter a revolta na Judéia, e depois que ele foi o quadro começou a se inverter a favor dos romanos.
       Dos cercos realizados pelos romanos, vale destacar o cerco a Jotapata, cujo líder rebelde era Flavio Josefo, que foi poupado e se tornou um dos mais importantes historiadores judeus.
       Após acabar com as rebeliões na Jordânia e na Galiléia, Vespasiano chegou a Jerusalém, onde iniciou um cerco em 69 a.C., os soldados judeus ainda resistiam combatendo os romanos durante o dia e reformando as muralhas durante a noite, devido ao cerco, a precariedade e a fome eram tantas que a mulher do sumo-sacerdote que vivia no luxo, passou a revirar as lixeiras atrás de alimento.
       Quando Vespasiano iria dar o golpe final, foi chamado pelos soldados romanos que combatiam no oriente para se tornar o próximo imperador devido à morte de Nero, Vespasiano foi e como primeiro ato nomeou seu filho Tito como general-comandante do cerco a Jerusalém, e no comando do exército Tito usando maquinas de guerra como os aríetes conseguiu transpassar a primeira muralha, depois a segunda e por fim a terceira tomando com isso a cidade, os rebeldes se refugiaram no templo, mas foram todos mortos onde os soldados contrariando as ordens de Tito, incendiaram e destruíram o templo.
       Então Tito realizou um massacre a população de Israel em Jerusalém, onde mandou crucificar todos que encontrassem, até mulheres e crianças, a cidade se tornou um cemitério de cruzes e quando os romanos não tinham mais madeira para crucificar, começaram a matar pela espada, assim tinha tombado o penúltimo foco de resistência dos judeus.

MASSADA

       Jerusalém foi o penúltimo, porque o ultimo foco de resistência foi a fortaleza de Massada que só caiu três anos depois da capital da Judéia, do hebraico Metzada que significa "fortaleza", foi uma fortaleza construída a 520 metros do mar morto por Herodes I, que também construiu um palácio e armazéns, para estocar alimentos, água e armas, e como já havia dito, havia sido tomado pelos zelotes durante a guerra.
       Depois de Jerusalém só restava Massada, cujo seus soldados resistiram até o fim às investidas romanas, construindo varias artimanhas de defesa para as muralhas, os romanos então começaram a arremessar escorpiões para dentro da fortaleza e construíram uma rampa de pedra para guiarem um aríete, com esse aríete destruíram a primeira muralha encontrando outra que eles incendiaram deixando o ataque final para o dia seguinte, dentro da fortaleza o líder Eleazar Ben Yair, vendo que não tinha mais saída discursou dizendo "Antes morrer do que ser escravizados por inimigos. Livres, deixaremos este mundo".
 Então como a lei hebraica proíbe o suicídio cada soldado hebreu matou seu companheiro ao lado até que sobrou um que, não vendo saída, se matou, e quando os romanos entraram na fortaleza encontraram apenas duas mulheres e cinco crianças.
       Massada se tornou um símbolo de resistência para muitos judeus, é por isso que nos dias de hoje, quando Israel recruta soldados de defesa, eles sobem até Massada e fazem o juramento onde proferem os seguintes dizeres "Massada não caíra nunca mais".
       Então o Estado de Israel havia chegado ao fim mais uma vez, muitos dos judeus se dispersaram para o mundo indo desde a Germânia até a Rússia, outros foram levados como escravos de guerra para Roma, onde muitos destes judeus ajudaram a construir o maior símbolo do poder de Vespasiano, o Coliseu, que hoje é considerado uma das sete maravilhas do mundo.

2ª GUERRA JUDAICO-ROMANA:

       Durante o período entre guerras, ocorreu uma sucessão de revoltas judaicas em Alexandria, Chipre e Roma, a 2ª Guerra Judaico-Romana ocorreu no ano 132 d.C. no governo do imperador Adriano quando este decidiu erguer um santuário dedicado ao deus Júpiter no monte do templo de Jerusalém, fato que mexeu com o espírito dos judeus que liderados por Simão bar Kokhba, atacaram a Cesárea e destruíram a fortaleza romana, entusiasmados eles fabricaram armas e fortificaram as cidades.
Simão bar Kozipa na época foi tido como o Messias prometido aos judeus, e por isso mudou seu nome para "bar Kokhba" que significa "filho da estrela", ele foi recebido em Jerusalém como herói e em seguida proclamou a independência e mandou cunhar moedas com a inscrição “primeiro ano da independência de Israel”, a tática de guerra usada pelos judeus nesta segunda guerra foi a mesma que se é usada hoje pelas milícias talibãs que combatem contra a OTAN no Afeganistão, a típica tática de guerrilha que consiste em armar emboscadas e se esconder nas cavernas.
 O imperador Adriano então chamou seu melhor comandante, o general Julio Severo que governava a Britânia, este levou consigo um exército de 100 mil homens e conseguiu sufocar o movimento matando todos os revoltosos e apagando o brilho do "filho da estrela".
 Depois o imperador reconstruiu a cidade de Jerusalém e a batizou com o nome de Aélia Capitolina, proibindo o retorno dos judeus para lá sob a ameaça de pena de morte, Adriano também proibiu a pratica de circuncisão que é sagrada entre os judeus e o ensino da lei hebraica.

Biografia:

ROCHA, Ivan E. Dominators and dominated in Palestine of the first century. História (São Paulo), v. 23

DeBarros, Aramis C. Doze homens e uma missão / Aramis C. DeBarros. - Curitiba : Editora Luz e Vida, 1999.

Josephus Flavius, publicou em seu livro “As Guerras dos Judeus, VII, 320-336"

Bíblia. Edição Pastoral, Paulus, São Paulo, 1998

pt.wikipedia.org/wiki/Herodes,_o_Grande



pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Judaico-Romana