Resenha do livro
O que você precisa saber sobre batalha espiritual
LOPES, Augustus Nicodemus. O que você precisa saber sobre
batalha espiritual. São Paulo.
Cultura Cristã, 5ª edição revisada e aumentada .
Ao iniciar sua obra Augustus
Nicodemos anuncia claramente a intenção de levar o conhecimento de seu público
ao que se diz respeito a substituição da palavra de Deus por aquilo eu ele
chama de “centelha divina” que é o conflito das igrejas contra as hostes das
trevas e suas interferências no momento, e isto tem feito com que haja a
aparição de muitas Igrejas com a finalidade de fazer um trabalho totalmente
voltado para o expulsar demônios de crentes e descrentes os quais segundo eles
passa atualmente por uma opressão demoníaca .
Augustus Nicodemos usa do
conhecimento a respeito da vida de John Stott e sua não aceitação a participar
da Segunda Guerra Mundial na ocasião por ser ele um pacifista e o compara ao
engajamento nesta batalha espiritual da igreja o qual não tem de nenhuma forma
a sua não aceitação uma vez que a partir do momento em que somos crentes já
estamos alistados para esta batalha que vai durar o restante de nossas vidas.
Ao usar o texto de Efésios (6.10-20)
o autor descreve o ataque do inimigo sendo feroz, incessante, e também astuto
de um inimigo cruel tremendamente poderoso esta guerra é sem trégua e declara que devemos nos
preparar estando revestidos pela armadura de Deus, pois a igreja não é um
“piquenique”, não é um clube, mas um exercito. E é dessa maneira que devemos
entender a vida cristã. Assim se estamos envolvidos em um conflito destas
proporções, certamente é muito perigoso ficar andando de um lado para outro
pela linha de fogo sem saber o que esta havendo e sem nenhum preparo.
O contexto de efésios (6.10-20)nos
mostra é que estamos realmente em meio a
um conflito e nele vemos a nossa convocação para a batalha e aqui Paulo nos
pega pelos ombros e nos sacode dizendo: “Acorda, nós estamos envolvidos em um
combate, há uma luta sendo travada neste momento e precisamos estar alertas” (pg.
26)
A isto o autor mostra seu
interesse a responder a grande pergunta que é apresentada aqui, “Como podemos
nos preparar para a batalha”?
Na realidade Paulo se dirige aos
cristãos, como já estando em pleno combate. O que o Apostolo faz é
despertá-los, encoraja-los e instruí-los para a luta e assim divide as
instruções em duas partes.
1-Quanto ao mais, sede
fortalecidos no Senhor e na força de Seu poder “ (Ef. 6.10), mostrando que a
igreja deve se lembrar que sua força em combate vem de Deus.
2-É preciso estarmos revestidos
da armadura de Deus, em um todo não nos esquecendo de nenhuma delas.
Motivos para tomarmos a armadura
de Deus.
Paulo apresenta aqui algumas
razões pelas quais a igreja deve tomar toda a armadura de Deus: Em primeiro
lugar para “poderdes ficar firme contra as ciladas do inimigo” (Ef. 6.11), pois
o propósito desta armadura é que a igreja encontre-se firme e posicionada na
vitoria de Cristo, resistindo firme contra as ciladas do inimigo. Paulo destaca
aqui a esperteza e a astúcia do inimigo. A palavra cilada chama a atenção para
um estratagema sutil, o emprego de meios astuciosos pelos quais se derrota o
inimigo.
Segundo lugar “é que a nossa luta
não é contra a carne ou sangue e sim contra os principados e potestades, contra
os dominadores deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef. 6.12). Os
cristãos não estão sendo atacados por outros seres humanos contra os quais
usariam armas convencionais de guerra, pois o inimigo é muito mais poderoso e astuto, a igreja luta contra seres
espirituais. (pg.23)
Terceiro lugar .
É para que possamos “resistir no
dia mau” (Ef. 6.13), Paulo já havia dito que todos os dias são maus (Ef. 5.16),
mas então admite que alguns ainda são piores do que os outros.
Os perigos relacionados ao
combate cristão.
Primeiro é o perigo é tendência
atual de se ver o diabo em todo lugar e de se dar mais credito a ele do que o
devido.
Segundo é o perigo de se
desprezar e subestimar o mundo espiritual tenebroso, porque alguns teólogos reformados
tem negado até a existência o diabo, dos demônios e sua atuação.
Terceiro é o perigo é
acreditarmos que “batalha espiritual” seja algo absolutamente inédito, mas não
o é, já os Reformadores e Puritanos se
preocupavam com isso, crendo na existência e persistências destas forças.
Quarto perigo é pensarmos que os
métodos do movimento atual de “batalha espiritual” são uma saída fácil e segura
para os problemas que nos afligem neste mundo, e julgam que o simples fato de
se amarrar e repreender os demônios que supostamente provocam seus problemas
com imoralidade, temperamento, opressão econômica e outros já é suficiente pois
são eles que produzem seus desvios morais.
Conclusão:
A ONU não consegue resolver os
conflitos entre as nações, assim também
como o homem não consegue resolver o problema da fome, violência, da miséria e
da desonestidade, males que afligem a humanidade desde seu aparecimento neste
planeta . O homem esta totalmente a mercê de sua própria degradação espiritual
e moral, da sua miséria e desgraça.
Augustus Nicodemos nos mostra que
em (Ef. 6) que a única solução para o problema do mundo é o cristianismo
bíblico.
Cap. II- A origem e a difusão do
movimento de “Batalha Espiritual”
O autor nos informa que as ideias
de “Batalha Espiritual” já eram conhecidas desde o século passado, e nos afirma
isto através de relatos do missionário inglês James O. Fraser que trabalhavam
junto ao povo tribal Lisu, na China, um povo que envolvido com magia negra,
espiritismo e animismo, Fraser desenvolve alguns métodos para combater, através
da oração esta influência maligna que atormentava aquele povo.
As diversas linhas de “Batalha
espiritual”
Desde de 1960 , o movimento
Batalha Espiritual vem ganhando aceitação no mundo todo, a isto Augustus
Nicodemos relata e resalta que nem sempre elas se concordam entre si
entretanto, compartilham de uma base teológica ampla e comum a todos, o que justifica
identificar suas posições como parte
desse movimento mundial de “Batalha Espiritual”
a)Os carismáticos foram os
primeiros a defender popularmente uma
nova perspectiva a respeito de “Batalha Espiritual”. O ímpeto para o movimento
foi o livro de Don Bashan em 1972 o qual apresenta a ideia de existirem demônios atrás de cada
arvore , e são narrados encontros
bizarros e estranhos com eles.
b)Os dispensacionalistas,
concentrava-se mais no aconselhamento pastoral e na oração a favor dos
oprimidos, do que em encontros extraordinários com espíritos.
c)Representado por Neil Anderson,
Timothy Waner esta linha evita o “encontros de poder” com demônios e o
sensacionalismo e enfatiza a libertação
individual pelo conhecimento da
verdade e da fé.
d)Conhecida com a “Terceira Onda do Espírito” ela se
identifica com o nome de C. Petr Wagner e tem como é uma corrente carismática
que tem como objetivo o crescimento da igreja com missões no terceiro mundo
acompanhada por “sinais e prodígios”. Um ensino característico dessa linha de “Batalha Espiritual” é a noção
recente de “espíritos territoriais” ou seja demônios que mantém determinadas
regiões geográficas sob o controle da incredulidade e do pecado. (pg. 30)
Cap. III.
O autor nos mostra a visão da
“Batalha Espiritual” e seus principais ensinos. O teor maior da visão vem da
que todo mal que acontecem as pessoas são produzidas por demônios , os que se
instalam na vida dos crentes e descrentes
e de acordo com esta abordagem , os demônios são responsáveis por toda dor, sofrimento e toda miséria que
encontramos ao nosso redor, o que inclui também toda doença, relacionamentos
arruinados,desemprego, fome , opressão, injustiça social, corrupção e se não
bastasse isto ela também tem a responsabilidade sobre o mal moral que é a
prostituição, lacívia , imoralidade, adultério, desonestidade, embriagues. O
ministério da “batalha espiritual” leva seus seguidores a crer que “os demônios
do pecado residem dentro do coração humano”.
Ministério Ekibalistico única
estratégia.
O termo EKBALW, significa
“expulsar, expelir” é o termo usado nos evangelhos para descrever as expulsões de demônios
realizadas por Jesus descrito desta forma por David Powlison. O evangelismo
EKIBALW no campo da “batalha espiritual” se preocupa muito com os espíritos
territoriais, segundo o ministério, demônios são enviados por satanás para
determinada unidade Geopolítica do mundo. Esses espíritos malignos ocupam e
controlam o território geográfico sob sua responsabilidade.
Os defensores deste conceito
apelam com frequência para o livro de Daniel, na qual são mencionados os “príncipes”
da Pércia e da Grécia (Dn 10.13-20). Os defensores desta ideia, concluem que,
se existe um “príncipe da Pércia e outro da Grécia, há também um príncipe do
Brasil, um dos estados Unidos e de cada Pais do mundo. Ainda afirmam que
existem espíritos malignos designados como responsáveis por Estados, cidades ,
ruas e casas. Segundo os defensores do conceito “espíritos territoriais” os
demônios que governam regiões influenciam e controlam seus moradores com os
ensinos da Nova Era, Espiritismo, Astrologia, Satanismo, Uso de Pirâmides ,
Cristais, Bruxarias, Macumba, Magia, Feitiçaria, Prática da adivinhação, ou
qualquer outra atividade relacionada ao Ocultismo.
Demonização das Estruturas.
Dentro desta linha de pensamento,
os crentes da “batalha espiritual” acreditam na demonização das estruturas de
forma que a vidada de uma pessoa, estruturas sociais, econômicas, culturais, e
políticas de uma região podem estar sob o controle de um ou mais demônios.
Sendo assim os que se identificam com o movimento “batalha espiritual” falam
que:
A Igreja pode vencer esta batalha
quando aprenderem suas táticas. Peter Wagner afirma são poucos os crentes que
estão preparados e faz uma advertência: “Se você não sabe o que esta
fazendo......Satanás vai derrota-lo no café da manhã” e para que isto não
aconteça, os cristão tem que ler os livros e frequentarem as conferências feitas
pelos peritos em “Batalha Espiritual”. (pag. 36)
Mapeamento espiritual.
A igreja tem que “Mapear”
espiritualmente a área a ser
evangelizada antes de aplicar seus esforços evangelísticos. Um dos objetivos do
mapeamento é localizar o “trono e satanás” o local onde a potestade responsável
pela área tem seu quartel general. Peter Wagner diz que a igreja local deve
tomar o mapa da cidade ou zona ser evangelizada e com ele em mãos , deve orar
sobre cada um dos quadrados que determinam a área e assim deverá iniciar
naquela região específica um grupo de guerreiros de oração, os quais, pela
oração da fé (no conceito deles) deve clamar a queda do trono de satanás e
assim a cidade será libertada (pag. 37)
Demonização das estruturas e a
oração de guerra.
O movimento explica que através
da oração da fé a ação dos demônios são
neutralizadas, o seu poder esta neutralizado segundo o poder da Palavra de fé
(termo popularizado pela “Teologia da prosperidade”)os crentes determinam a
vitória de Cristo sobre a região identificada e por fim declaram que a cidade
pertence a Cristo.
Este conceito de “oração e
guerra” foi aparentemente popularizado por Wagner em seu livro “Warfare Prayer”
(Oração de guerra). Desta forma a igreja pode amarrar pela oração de guerra não
somente os demônios que controlam as estruturas e os sistemas, mas
particularmente os espíritos malignos supostamente responsáveis pelos desvios
morais e outros. O método é “vocalizar” a ordem “Eu te amarro em nome de
Jesus”. (pag. 38)
De acordo com Wagner , a “batalha
espiritual” ocorrem em três níveis que se resumem em:
1-Nível terreno= pela expulsão
dos demônios.
2-Nível oculto= Onde o confronto
se da com satanistas, bruxos, xamãs, advinhadores e outros.
3-Nível estratégico= é com a
concentração de poder ainda mais tremenda: os espíritos territoriais.
Outras técnicas que também devem
ser segundo a “Batalha espiritual” é a quebra de maldições. Este processo leva
seus seguidores a buscar, encontrar e identificar essas maldições e anula-las,
assim também como aquelas que herdamos de nossos pais e antepassados que são
chamadas de maldição hereditária que foram adquiridas através de seus pecados
não confessados e dos pactos, que, por ventura foram feitos com demônios.
Embora o ministério Ekbalístico
tenha se empenhado no ato evangelístico , observa-se que muitos adeptos
formaram grupos de “Batalha Espiritual” e não tem demonstrado muito zelo pelo
conceito Bíblico e não focam a necessidade do arrependimento pessoal e da fé em
Cristo, para reconciliação com Deus, perdão e salvação da culpa pelo pecado.
Não podemos concordar com isto. Mas assim mesmo precisamos reconhecer o zelo e
o fervor destas pessoas que fazem toda a diferença sobre a mornidão, a
indiferença e o comodismo que por vezes dominam as igrejas evangélicas
tradicionais.O que nos vale resaltar é o grande compromisso que todos tem com a
oração, é certo que os conceitos utilizados também diverge daquilo que vemos
como conceito bíblico que a oração não é uma arma que deve ser usada contra os
demônios mas sim é forma de nos aproximarmos do Pai do céu e nos entregarmos a
Ele junto com nossos problemas e aflições e deus haverá de responder dentro da
sua santa e agradável vontade.
Cap. IV
Augustus Nicodemus,relata seu
conhecimento e mostra aqui que crê na existência e na atuação dos demônios
hoje. Que satanás não só tenta como também por muitas vezes consegui afligir o
crente, admite que possa haver possessão demoníaca de pessoas que não são
realmente convertidas.
Na realidade os princípios e os
conceitos deste movimento são na verdade o que mais preocupa o autor (pag. 43)
pois na maioria das vezes não são firmadas em bases bíblicas.Ao confrontar este
assunto o autor da o exemplo do uso da palavra dizendo que: “Porém uma coisa é
, digamos, usar velas nos cultos alegando que a bíblia não proíbe essa
prática...Outra é, construir uma teologia inteira de missões , aconselhamento e
libertação usando o mesmo argumento e o “Silêncio” das escrituras. Na verdade
tudo isto soa como um misticismo exagerado.
Powlison afirma corretamente:
“Apesar de reivindicar que as escrituras
apoiam seu método, a origem do movimento não esta na redescoberta da verdadeira
natureza da missão bíblica”. Quando examinada à luz das Escrituras, a evidência
é fraca.
Quando nos voltamos para a
Palavra não conseguimos encontrar nenhuma referência que nos leve a busca ,
localizar ou fazer qualquer mapeamento espiritual. Quando usado na carta à
Igreja de Esmirna; os Judeus perseguidores dos cristãos são chamados “Sinagogas
de Satanas” (Ap.2.9). Segue-se que havia em Esmirna uma “Sinagoga” literalmente
de demônios? É evidente que não, pois a expressão é usada figuradamente para
expressar o caráter maligno de perseguição movida pelos Judeus, da mesma forma
não há nenhuma ordem para se atacar, estruturas espirituais (pag. 45). É
importante analisar que, quando em efésios 2.1-3, claramente nos é mostrado que
satanás opera em pessoas , e não em coisas – embora certamente usara pessoas
para influenciar sistemas e estruturas. O mesmo se aplica a expressão “amarrar”
espíritos, e usando o texto de IICorintios
12.7 quando Paulo sofreu e não amarrou, repreendeu, decretou a queda,
anulou ou mandou para o abismo o mensageiro (aggelo) de satanás, doloroso como
um espinho na carne que o importunava de modo humilhante, mas se limitou a orar
três vezes para que Deus o libertasse, recebendo ainda um “NÃO” como resposta
(pag. 46). Ou ainda contra ele, no caminho de volta a Tessalônica (I Ts 2.18)?.
O apostolo não conseguiu romper os bloqueios de satanás, qualquer que tenha
sido, e finalmente mandou Timóteo em seu lugar e não decretou a queda da oposição.
O autor afirma claramente usando textos bíblicos como (Mt 10.8; Mc 3.15; Lc
10.1-24) que não havia nenhuma técnica para localizar, identificar, questionar
ou guerrear contra os demônios em oração ou amarra-los. Eles deveriam ser
sumariamente expelidos.
Outra preocupação é que a
autoridade que se alega para muito dessas praticas são as experiências
ocorridas nos gabinetes pastorais (pag. 46), nos campos missionários e nos
próprios simpósios sobre “batalha espiritual” e não tem nenhuma passagem clara
sobre ela no NT.
Ao mencionar a escritora e
palestrante Neuza Etioka o autor fala abertamente sobre seus livros e palestra
as quais são meramente exemplos pessoais, depoimentos de pessoas e testemunhos
de ex. pai de santo. É dessas fontes totalmente inaceitáveis num trabalho que
Neuza Etioka tira fundamentos para grande parte de seu trabalho. Não podendo
ser estes considerados livros bons, pois neles não existe nenhuma referência
bibliográfica e teológica.
Quebra e maldições.
Na realidade trata-se de mais um
argumento sem respaldo bíblico. (pag. 49)
O autor cita para contra
argumentar a este respeito o livro de Ez.18.4,20; 14-19 que o filho não levara
a iniqüidade do pai e pela conversão e uma vida reta o mesmo estará livre da
maldição dos pecados dos seus antepassados.
O apostolo Paulo nos esclarece
que o escrito de divida que nos era contrario,a maldição da lei,foi tornado sem
qualquer efeito sobre nos: Jesus
o anulou na cruz (Cl2:13-15;Gl3.13).Ou seja,toda e qualquer condenação que
pesava sobre nos foi removida completamente quando Cristo pagou,de modo
suficiente e eficaz,nossa culpa diante de Deus.
Basta um estudo simples,nas
Escrituras,da linguagem usada para descrever nossa redenção para que não fique
qualquer duvida de que o crente,à semelhança de um escravo exposto a venda na
praça,foi comprado por preço e que,agora,passa a pertencer totalmente ao seu
novo senhor.
As vezes ocorre que cristão
genuínos que no passado se envolveram de uma maneira ou de outra com praticas
ocultas tem dificuldades em crescer em algumas áreas da vida crista.O mesmo se
diria de quem foi alcoólatra,maníaco sexual,cleptomaníaco ou avarento antes de
se converter a Jesus Cristo.A pergunta é se o tratamento recomendado nas
Escrituras para essas pessoas é a pratica de “quebra de maldiçoes”,a anulação de pactos com demônios.
A tendência do movimento de
“batalha espiritual” de criar em seus adeptos uma obsessão doentia pelos espíritos malignos é outra preocupação.Muitos
estão fascinados pelo mal.Felizmente isso não acontece com todos os adeptos do
movimento.Entretanto,uma pessoa menos preparada que se envolve com a visão de
um mundo povoado de demônios e anjos maus a procura das mínimas brechas para se
apossar de sua vida,acaba ficando obcecada por satanás e pelos demônios.Passa a
ver satanás em qualquer coisa,como em resfriados,dores de cabeça,no microfone
do preletor que deixa de funcionar,no copo de leite que cai,no comportamento
anormal dos filhos.
A influencia da “confissão positiva”
Outra preocupação é com a
influencia dentro do movimento de “batalha espiritual”,do conceito da confissão
positiva.De modo bastante similar aos conceitos do “evangelho da
prosperidade”,os proponentes da “batalha espiritual” parece atribuir a às
declarações e “amarrações”,feitas em fé,um poder determinativo e final.Isso
fica evidente pela ênfase nas verbalizações,no conflito com os demônios,de
excreções como “eu declaro”, “eu
amarro”,ou outras equivalentes.
A ideia por traz da “confissão
positiva” é que as palavras tem poder criador.
O autor lembra a Reforma
religiosa do século XVI,que libertou parcialmente a Europa do julgo de satanás
naquela época,foi levada a efeito sem nenhuma das técnicas atuais de “batalha
espiritual”,e sim pela pregação simples da verdade de que nos somos
justificados pela graça e pela Fé em Jesus.Até onde sabemos,nenhum dos lideres
da reforma andou amarrando demônios e destruindo fortalezas,caçando e
derrubando Satanás do seu trono.
Todo mal vem do diabo?
Uma ultima preocupação é com a
doutrina básica do movimento,ou seja,que todos os males que acontecem o mundo,a
igreja e os cristãos individualmente são produzidos por demônios e que,por
tanto,a solução é sempre confrontar e expelir essas entidades malignas.Essa é a
pressuposição mais básica do movimento.Tudo o mais permanece em pé ou cai com
essa doutrina.
No entanto sabemos que o mau
existe no mundo sobre duas formas: o mau moral e o mau circunstancial.No
primeiro temos o pecado sobre todas as suas formas e no segundo,a miséria,a
dor,o sofrimento,as doenças,enfim as circunstancias que causam pesar e
sofrimento.
Powlison destaca o fato claro nos
Evangelhos de que Jesus,ao enfrentar o mau que encontrava a frente,adotava duas
táticas diferentes,dependendo seu mau era moral ou circunstancial.Quando o
Senhor se defrontava com pessoas aflitas por doenças ou sofrendo como resultado
direto da possessão demoníaca,ele expelia os demônios responsáveis por essa
circunstancia.Desta forma,percebesse que o movimento não tem amparo no
Evangelho pois trata igualmente situações que são diferentes.
Crentes demonizados
Em que consiste,então,a
“demonização” de um crente?Segundo a “batalha espiritual”,a “demonização” é uma
influencia maligna na vida do crente,superior àquela da tentação,em que um ou
mais demônios vem habitar nele,fazendo-o ficar confuso,incrédulo e
especialmente escravizado a determinados hábitos pecaminosos.O crente cai
vitima dessa opressão demoníaca por causa de seus pecados ou por causa dos
pecados de outros contra ele,como o molestamento sexual durante a
infância,maldiçoes e pragas rogada por outros e envolvimento com ocultismo.Ao
que parece,esta “possessão” decorre de uma vida em pecado,geralmente nas áreas
de praticas sexuais ilícitas.
A questão é realmente
contundente,pois as Escrituras ensinam que o crente esta assentado com Cristo
nos lugares celestiais,a cima de todos os principados e potestades (Ef
1.21-22).O crente esta em Cristo e Cristo nada tem haver com o maligno (Jo
14.30).E,naturalmente,o diabo não toca os que são de Cristo (1Jo 5.18),pois o
que esta no crente (o Espírito Santo) é maior que os espíritos malignos que
habitam este mundo (1 Jo 4.4).
A vitoria de Cristo e suas implicações
As Escrituras afirmam a
existência e a realidade das forcas espirituais do mau.A bíblia deixa claro que
o diabo existe e que deseja nos destruir (Ef 6.11).Paulo nos diz aqui que os
inimigos da igreja são espíritos perversos,numeroso,organizados e mais
poderosos que o homem.
A bíblia também ensina algo
mais,algo que não tem sido suficientemente compreendido e enfatizado pelo
movimento de “batalha espiritual”.O autor referisse ao ensino bíblico de que as forcas do mau já
estão derrotadas.
Batalha espiritual com resistência
Devemos observar um ponto
importante que esta implícito na representação que Paulo faz em Efésios 6 do
cristão em sua armadura completa,como um guerreiro pronto para o combate.O
soldado cristão esta em uma posição de defesa,de resistência.A figura que Paulo
descreve é a de um soldado guardando vigilantemente o terreno inimigo já conquistado.Nao é difícil
perceber isso,pois nessa mensagem Paulo exorta varias vezes a igreja a ficar
firme e a resistir (Ef 6.11,13-14).
A arma ofensiva da igreja contra
os principados e potestades é igualmente a Palavra de Deus.E a exposição da
Palavra,a proclamação do Evangelho,pois,onde o Evangelho é anunciado,onde a
verdade é pregada,o inimigo bate em retirada.Depois de descrever a armadura de
Deus,Paulo pede que orem por ele,para que lhe seja dada liberdade e ousadia
para pregar a Palavra de Deus.
Armas espirituais
Ao usar a metáfora do combate
para descrever o conflito da igreja contra as hostes malignas, Paulo determina aos crentes que
tomem toda a armadura de Deus para poder resistir (Ef 6.13-18).
Se o alvo principal de satanás é
causar pobreza, doenças, problemas políticos, injustiças sociais, então, não
precisamos das armas que Paulo descreve aqui .
Observando a “batalha espiritual”
como proclamação, podemos lembrar o ministério de Paulo em Corinto. Se havia um
lugar no mundo onde deveria existir um “trono” literalmente de satanás, essa
era a cidade de Corinto. Corinto era provavelmente a cidade mais depravada,
corrupta, idólatra e imoral da Ásia no século
1º da era cristã, a ponto de os
gregos cunharem um termo pejorativo, o verbo corintinizar, que queria dizer
“tornar alguém depravado”. Dizer a alguém “você é um coríntio!” equivalia a
insultar a pessoa , afirmando que ela era depravada, mesmo assim o apostolo não
“amarrou” os demônios nem derrubou os poderes ou “fortalezas”, mas
simplesmente, anunciou a Cristo e este crucificado,aos moradores da cidade.
Ao escrever a respeito do ato de
“repreender” no novo testamento o autor afirma que, até onde sabe, não há
nenhum exemplo ou ordem para que os crentes que enfrentam dificuldade ou em
posições difíceis desta vida, determinem a vitória e o sucesso, ou a libertação
meramente pronunciando palavras de forma fervorosa. (pag. 97).
As repreensões de Jesus
Embora alguém pudesse argumentar
que Cristo repreendeu doenças e demônios. De fato, nosso Salvador algumas vezes
fez isso. Se fizermos um estudo no Novo Testamento da palavra “repreender”
(epitimão), notaremos algo curioso. As duas únicas pessoas , em toda a Bíblia ,
que repreenderam demônios, doenças ou qualquer obra contrária ou maligna ,
foram Jesus Cristo e seu Pai celeste. Ninguém mais.
Em todo o livro de Atos dos
Apóstolos, não encontramos qualquer deles usando o termo “repreender”, embora
Pedro confrontasse Elimas, o mago, e Paulo ao falso profeta Barjesus, não
disseram “eu te repreendo”.
O erro religioso
Talvez a arma mais de Satanás na
sua guerra contra a Igreja seja o erro religioso,possivelmente não exista arma
mais eficaz. As heresias têm sido usadas por Satanás contra a igreja de Cristo
desde que ela nasceu, e sempre com resultados terríveis. Na realidade foi
usando esse método que ele conseguiu seduzir e enganar o primeiro casal,
introduzindo o pecado no mundo (Gn 3.4-5; 2Cor 11.3; 1Tm 2.14). essa é receita
extremamente bem-sucedida para atrair e iludir os homens, feita pelo “sedutor
de todo o mundo”.
Suas estratégias para impedir que
o evangelho chegue até aos ouvidos dos homens, segue a um método que é:
primeiro, ele oferece resistência aos
verdadeiros pregadores , segundo, o diabo cega o entendimento das pessoas ,
para que elas não compreendam o que lhes esta sendo dito acerca do plano
redentor de deus; em terceiro, o diabo tenta anular o efeito da palavra de Deus
nos corações humanos e, finalmente quando o diabo não consegue impedir que o
Evangelho seja divulgado usa outra estratégias que é difundir o erro religioso
para causar confusão.
Os instrumentos de Satanás
Quais os instrumentos que ele
usa? Em 1 Timóteo 4.1-2, Paulo menciona dois agentes diretos do maligno: Ora ,
o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostarão da fé
, por obedecerem a espíritos enganadores
e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras , e que
tem cauterizado a própria consciência. Esses demônios são capazes também de
realizar sinais e prodígios para dar aparência de verdade aos desvios
doutrinários que produzem. O diabo sabe que o homem facilmente se impressiona
com o sobrenatural e,por meio de milagres e outras manifestações do gênero.
Satanás é capaz de até mesmo produzir uma falsa sensação de paz e alegria. O autor afirma não ter
encontrado um membro de qualquer seita que não diga que goza de paz. Pelo
contrario, todos afirmam que têm paz, alegria e senso de realização profunda.
As cartas de Paulo e dos demais
apóstolos foram escritas, entre outras coisas, para combater o erro religioso
no primeiro século e para prevenir as igrejas nascentes contra sua influência
perniciosa; se os apóstolos não houvessem se preocupado em preservar a pureza
doutrinária, é possível que a igreja já houvesse se deturpado a ponto de se
tornar irreconhecível como igreja de Cristo.
Paulo e satanás
No capitulo nove o autor aborda
duas ocasiões, em que o apóstolo Paulo se viu confrontado por Satanás em sua vida e ministério, a primeira narrada
em 2Corintios 1.7-10, e que Paulo revela que já por catorze anos carregava em
sua carne um doloroso e humilhante espinho satânico, sem experimentar a libertação daquele incômodo. A segunda,
narrada em 1 tessalonicenses 2.17-18, quando Satanás barrou o seu caminho de
retornar à igreja de Tessalônica. O que nos faz lembrar que nem sempre o
apóstolo exerceu autoridade sobre Satanás para tira-lo do seu caminho, como fez
no caso de Elimas e da moça de Filipos. Na verdade vemos Paulo quase impotente
para remover um espinho satânico de sua carne e para transpor a trincheira que
satanás abiu no caminho de sua vida, isto nos mostra que Paulo e os outros
apóstolos eram totalmente dependentes de Deus e o que lhes acontecia estava
debaixo dos critérios soberanos do Espírito Santo.
Paulo estava sempre revestido da
armadura de Deus, mas isto não o livrara de passar por dor, desta forma o autor
nos leva a pensar na forma que Deus trabalha nossa vida como servos, não nos
livrando da dor mas sim com sua armadura nos fortalecendo para manter-nos
firmes na fé, na santidade, sem nos deixar arrastar ao pecado.
O autor mostra que Paulo nos da
base para tomarmos a armadura e ficarmos preparados para o dia mau, em que
deveremos resistir vencer e permanecer inabaláveis . Também nos esclarece o
autor que este ataque de Satanás é ainda mais veemente, arrebatador e impetuoso
do que outras ocasiões; e , em certo sentido, todos os dias são maus, não
havendo uns piores do que os outros.
Os objetos que trazem benção ou
maldição.
O autor não que terminar o livro sem tocar
neste assunto que para ele e com certeza para todos os leitores será muito
edificante. Trata-se acerca do ensino do movimento de “Batalha espiritual” que
retrata o poder de objetos que tem poder de abençoar e amaldiçoar aqueles que o
tocam ou possuem.
Sendo os objetos que abençoam
aqueles que foram trazidos aos cultos e ungidos com objetivo de transmitir ao
fiel algum tipo de benefício; e acabam sendo usados como talismãs, fetiches ou
outros abjetos “carregados” de poder espiritual. O autor se refere também e
compara estes objetos ungidos pelas igrejas de libertação acabam passando por
um processo muito semelhante aos benzimentos de objetos no baixo espiritismo,
nas artes mágicas e no ocultismo em geral, os mais comuns são as águas
fluidificadas (colocada sobre o rádio ou tevê durante a oração do “homem de
Deus”), a rosa ungida, ramos de arruda, sal grosso, óleo, água, vinho,
pedrinhas trazidas a “terra santa” (Israel), fitinhas, pulseiras e lenços.
Muitas vezes estes objetos são
usados na igreja no intuito de expulsar demônios. A ideia que esta pro traz
desse uso religioso de artigos e objetos é a de que as entidades espirituais
(anjos e demônios) podem ser atingidas por meio dos sentidos com cheiros,
cores, gosto e vozes.
Entretanto, essas igrejas
argumentam que a prática tem argumentos Bíblicos. Provavelmente o argumento
mais usado seja a de Atos 19.112, em que é relatado o uso dos aventais e lenços
de Paulo para expulsar demônios em Éfeso. É preciso salientar, entretanto, que
este acontecimento é único do gênero que temos registrado no Novo testamento.
Fez parte dos “milagres extraordinários” que o Senhor realizou em Éfeso pelas
mãos de Paulo (At 19.11). O mesmo acontece com Pedro onde é relatado que até
mesmo a sua sombra curava os infermos (Atos 5.15).
Quanto aos objetos de maldição o
movimento “batalha espiritual” os classifica como sendo objetos que utilizados
em qualquer forma de magia, ocultismo ou religião idólatra ficam impregnados de
emanações malignas, como se demônios de fato residissem os mesmos. Para usar a
linguagem de alguns do movimento, esses objetos estariam “demonizados”, sendo
assim os objetos estariam carregados do poder da magia que afetaria aqueles que
o tocarem ou guardarem em suas casas.
Ao encerrar o capitulo doze, o
autor conclui que espera ter dado evidencias claras que não há como justificar
hoje a prática no culto cristão de ungir e abençoar objetos, quaisquer que
forem os propósitos. Também não há como provar biblicamente que objetos usados
e consagrados aos demônios nos cultos idolatras e ocultista tem algum poder
especial de “amaldiçoar” os que os tocam, ingerem, usam ou acabam por
possuí-los fora o contesto de adoração e devoção a essas entidades.
Conclusão:
Ao ler esta obra me senti um
privilegiado, pois os conhecimentos nela me fazem refletir exaustivamente a
respeito da forma em que as Igrejas atuais têm conduzidos seus membros muitas
vezes a temer mais ao diabo que o próprio Deus. A função de cada um de nós,(deixo
claro que é meu pensamento), é de levar a verdade Bíblica e o verdadeiro pensamento,
e a prática cristã para dentro de nossas igrejas, a fim de, que cada membro
tenha consciência verdadeira do mundo espiritual sem se deixar levar por
qualquer vento de doutrinas.
Laerte Martins
4º Bacharel em Teologia