O
trabalho em questão resume a história do povo judeu durantes os anos de 66 a 70
dC e a tomada de Massada.
Acredito
que não poderíamos chegar a relatar algo a respeito deste povo se não passarmos
a conhecer seus principais governadores e também dos povos existentes nesta
época que marcaram de alguma forma este período da
História .
As correntes religiosas em Israel
Movimentos
judaicos predominantemente religiosos
Os
Saduceus
Formado
pela elite sacerdotal durante o período dos Macabeus
Este
movimento desapareceu da história
Todo
saduceu era um sacerdote, mas nem todo sacerdote era um saduceu.
Sacerdotes
que faziam parte de uma elite política.
Origem
é envolta em mistério. Possibilidade de ter nascido, um embrião dos saduceus,
ao reconstruir o templo em 537 AC com Ciro.
Associaram-se
aos Macabeus
O
poder político se firmou com João Hircano sagrando-se rei e sacerdote
As
diferenças entre saduceus e fariseus se agravam com o passar do tempo e com a
cultura grega se fundindo em Israel.
Alexandre
Janeu 103-63 AC liderou grande perseguição contra os fariseus. 800
crucificados. Neste momento os saduceus era o segmento mais influente em
Israel.
Com
a chegada dos romanos e dos herodianos há um declínio dos saduceus onde muitos
são executados.
Herodes
37 AC a 66 DC – apesar da ascensão de Herodes, 20 dos 28 sumo-sacerdotes eram
saduceus.
Há
uma antipatia do povo por sua associação ao poder dominante.
Materialistas
e liberais eles não criam na:
• Imortalidade da alma
• Ressurreição dos mortos
• Existência dos anjos
• Rejeitavam a lei ora
• Qualquer tipo de pré-determinismo
divino
OS SADUCEUS
Assim
como os fariseus, os saduceus eram um grupo judeu que é mencionado muitas vezes
no Novo Testamento, mas não no Velho Testamento.
OS SADUCEUS NO NOVO
TESTAMENTO
Uma
grande diferença entre os fariseus e os saduceus começa a aparecer em Mateus
22:23-33 (compare Marcos 12:18-27 e Lucas 20:27-38). Os saduceus, que queriam
envergonhar Jesus com suas perguntas, fizeram uma pergunta a Jesus que mostrava
a sua dúvida a respeito da ressurreição dos mortos. Os saduceus são descritos
neste contexto como pessoas que disseram que não existia ressurreição após a
morte. Eles perguntaram a Jesus sobre uma mulher que tinha se casado com sete
sucessivamente. "Esposa de quem ela vai ser na ressurreição?" eles
perguntaram. Perguntando isso, os saduceus estavam sugerindo que a ressurreição
não poderia ser verdade. Jesus respondeu essa pergunta falando que sua visão
errada era causada por serem ignorantes a cerca das escrituras e do poder de
Deus. Quando lemos o Novo Testamento,
nós temos uma boa idéia sobre as principais crenças dos saduceus, sua posição
em Jerusalém e as diferenças entre eles e os fariseus. Josefus, o historiador
judeu, escreveu que os saduceus, diferentemente dos fariseus, não acreditavam
no poder soberano de Deus. Ao invés disso, eles acreditavam que tudo que
acontecia com as pessoas era o resultado do bem e do mal que faziam. Os
saduceus disseram, "A alma morre com o corpo". A outra fonte principal de conhecimento sobre
os saduceus é o Mishna, que é a coleção de ensinamentos dos rabinos. O saduceus
opunham a muitos regulamentos detalhados que os fariseus queriam que as pessoas
seguissem. O Mishna também mostra que os saduceus tinham uma tendência maior a
se comprometer com o jeito dos gentios que os grupos religiosos judaicos.
Os Fariseus
Este
movimento existe ainda hoje (os rabinos)
Não
tem interesse em ser sacerdote
Eram
pessoas do povo
Queriam
ser doutores da lei, escribas.
Eram
aceitos pelo povo por seu patriotismo e por sua interpretação da Lei mais
conservadora.
Fontes de Flávio Josefo.
Não
confundir o farisaísmo com a corrente dos escribas;
Derivados
dos antigos assideus (hassidim, “os piedosos”). Provável.
Origem
provável em 537 aC no retorno do exílio.
Leitura
da Lei dirigida, tradição oral. Tradição dos Anciãos Mt 15.1-6; Mc 7.2-8
A
animosidade com os saduceus evoluiu até o período dos Macabeus;
Sec
II e I aC perushim = ideia de separados; também chaberim = próximos aqueles que
observavam a Lei;
Defendiam
a ideia de revelação divina tanto para a Torá como para a Lei Oral (Halakhá),
imprescindíveis para a interpretação dos textos bíblicos.
Estimulavam
a interpretação do texto em duplas com visões conflitantes. Prática do zuggot.
Não
tomaram parte na revolta dos judeus em 66 DC
Tentou
livrar os judeus da dominação romana
Tradição
dos Anciãos desenvolvida pelos escribas
Domínio
espiritual resultou do declínio do interesse popular pelo ritual religioso
ligado ao templo.
Propunham-se
a tornar a religião uma parte da vida íntima cotidiana. Mt 23.23
Eram
os melhores religiosos
Difundiram
as sinagogas com a alternativa à espiritualidade ligada ao Templo de Jerusalém.
As
sinagogas foram usadas para a propagação da fé cristã.
Divergências
fundamentais entre fariseus e saduceus
De
origem social – representavam as camadas mais populares, enquanto os saduceus a
aristocracia.
De
origem cultural – opunham a helenização de Israel, hostis a presença
estrangeira, fato aceito e aproveitado pelos saduceus.
De
origem institucional – priorizavam a supremacia da devoção à Lei sobre o ritual
do Templo, enfatizado pelos saduceus.
De
origem teológica – visão conservadora, os saduceus eram deu uma teologia
liberal.
Divergiam
quanto à responsabilidade de cada judeu diante da Lei Mosaica;
Para
o fariseu Deus concedeu a herança, o reino, o sacerdócio e a santidade a todos
os judeus. Quanto a soberania divina, criam na ideia mista de providencia e a
responsabilidade moral do homem.
Não
eram totalmente homogêneos
Havia
em torno de 7 correntes de pensamentos
As duas principais:
Beit
Shamai (Consevador, ênfase espiritual na verdade, divórcio só aceito em caso de
adultério, oposição à presença romana.)
Beit
Hillel (Moderada, ênfase espiritual na compaixão, divórcio aceito com maior
tolerância, acomodado ao governo romano)
Visão
de E.P. Sanders
Os
fariseus e o judaísmo dos dias atuais
Fim
da Revolta dos Judeus em 70 DC, os grupo políticos religiosos judaicos desaparecem
exceto os fariseus, liderado por Yohanan Ben Zakkai.
Os Essênios
Grupo
religioso judaico separado da sociedade, apolítico, Sec II aC e I DC
Aspectos
misteriosos, fonte de especulação para os místicos e esotéricos.
Vida
monástica – rara expressão religiosa naquela época
Compunham
um conjunto de enclaves comunitários
Viviam
na periferia de algumas cidades judaicas, o caso do homem do cântaro com água.
Mc 14.14
Fonte
histórica de Flávio Josefo, ou Josef Bem Matatias
O
nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí,
todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés),
e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano
História
Durante
o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por
isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei
mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos
a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de
Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do
Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os
Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros
formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto.
Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu
quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do
Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar
a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a
existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e
povoações rurais.
Era
característica dos judeus essênios :
• Dividiam-se em grupos de 12 com um
lider chamado "mestre da justiça";
• Vestiam-se sempre de branco;
• Acreditavam em milagres pela mão, milagres
físicos e benção com as mãos.
• aboliam a propriedade privada;
• Eram todos vegetarianos;
• Eram anti-celibatários.
• Tomavam banho antes das refeições;
• A comida era sujeita a rígidas regras
de purificação.
• Eram chamados de nazarenos por causa
do voto nazarita.
Eles
se proclamavam "a nova aliança" de Deus com Israel, mais tarde este
mesmo termo aparece na literatura cristã como "novo testamento" e
também grande parte das praticas judaica essênias.
Não
tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de
pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem.
Dentre
as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em
pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou
Manuscritos do Mar Morto. Segundo Christian Ginsburg (historiador
orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior
parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espitirual,
remetem ao ideal essênio de vida espiritual. A prática da banhar-se com
frequência é fruto do ritual da Tevilah, onde o Judeu mergulha em um micvê em
certas ocasiões para se purificar
Os movimentos judaicos
predominantemente revolucionários
OS ZELOTES- ligados a
revolta dos Judeus
Movimento
armado de resistência judaico que se crê ter sido iniciado com Judas, o Galileu
(talvez o mesmo Judas de Gamala), citado por Gamaliel em seu discurso no
Sinédrio (At 5.34-36).
Judas
incitou os rebeldes a se levantarem contra o censo instaurado por Quirinus,
governador romano da Síria, em 6 A.D., com propósitos tributários. A ele parece
ter se associado também o sacerdote Zadoque. Os zelotes pregavam a restauração
da teocracia em Israel, rejeitando a presença estrangeira e afirmando que o
reinado do Messias seria implantado pela espada.
Alguns
supõem que faziam parte dos zelotes a ala mais radical dentre os fariseus. De
todo modo, elementos de todas as classes sociais se juntaram a eles, inclusive
as mais elevadas (o que faz crer que alguns saduceus podem estar incluídos).
Na primeira tentativa de revolta, ainda sob as
ordens de Judas, os zelotes assaltaram uma guarnição romana em Séforis, então
capital da Galiléia, tomando as armas. Segundo alguns (interpretando os
escritos de Josefo), Judas, o Galileu, após a derrota de seus colegas de
milícia, foi capturado pelos romanos e lançado às águas, com uma pedra amarrada
ao pescoço.
Os
zelotes ressurgiram mais tarde e, em 66 A.D., reiniciaram a revolta na
Galiléia, sob comando de Joseph ben Matatias (que se renderia aos romanos mais
tarde e se chamaria Flavius Josefus) e Johanan de Giscala. A tomada da Galiléia
por Vespasiano, em 67 A.D. encerrou a primeira fase da reconquista romana
contra os resistentes.
Em
seguida, Johanan de Giscala se junta aos líderes rebeldes em Jerusalém, Eliezer
ben Simeão e o sicário Simão bar Giora. Mas, como não se entendiam sobre os
rumos da revolta e, sem comando unificado, sucumbiram diante dos mais de 80.000
legionários que os cercavam. Após sangrenta derrota, Giscala e Giora foram,
enfim, feitos prisioneiros e levados a Roma para abrilhantar os espetáculos
circenses. O saldo do levante zelote, segundo Josefo, foi 1.197.000 mortos.
Para o historiador Tácito, 600.000.
OS SICÁRIOS- ligados a
revolta dos Judeus
Grupo
de rebeldes judeus ao estilo reacionário dos zelotes, porém distintos destes
enquanto organização. Os sicários (lat. sicarii) ficaram assim conhecidos
porque portavam furtivamente uma pequena adaga (lat. sicae) sob a roupa,
cometendo com ela atentados contra a vida de simpatizantes e colaboradores dos
romanos, especialmente os saduceus, os herodianos e outros membros da elite
judaica que se beneficiasse da dominação romana. Matavam suas vítimas durante
as assembléias populares e as peregrinações à Jerusalém, em meio ao tumulto.
Eram hábeis em disfarçar o ato através de copiosas lamentações sobre o
moribundo.
Conseguiram
atingir, com suas crueldades, homens de grande posição social, como o
sumo-sacerdote Jonathan ben Anan (c.37 A.D.). Durante os dias do Procurador
Ventídius Cumanus (48-52 A.D.), assassinaram, numa estrada próxima a
Beth-Horon, um oficial imperial, resultando em severas punições por parte dos
romanos. Seqüestraram o secretário do Templo, Eleazar, soltando-o mediante a
entrega de dez de seus parceiros de milícia.
Alguns
dos mais corruptos Procuradores, como Porcius Festus (60-62 A.D.) e Albinus
(62-64 A.D.) negociaram com os sicários, aceitando deles dinheiro para não os
perseguir e trocando prisioneiros.
No
começo da Revolta dos Judeus, em 66 A.D., os sicários se associaram aos
zelotes, infiltrando-se em Jerusalém, onde perpetraram grandes barbaridades
contra a população em geral. Segundo relato do Talmud, os sicários destruíram
as fontes de subsistência da cidade, de modo a forçar a população a lutar
contra os romanos, ao invés de tentar negociar a paz.
Seus
líderes, Menahem Ben Jair, Eleazar Ben Jair e Simão Bar Giora não se entenderam
com os demais zelotes, comprometendo o poder de resistência da cidade contra o
cerco romano. Eleazar Ben Jair escapou da cidade cercada e levou seu último
contingente de rebeldes para a fortaleza de Masada, na costa do Mar Morto. Ali,
cercados pelas legiões, suicidaram-se para não serem tomados como escravos
pelos romanos, em 73 A.D.
Tito
Flávio Vespasiano Augusto (em latim Titus Flavius Vespasianus Augustus) (Roma,
30 de dezembro de 39 — Aquae Cutiliae, Sabina, 13 de setembro de 81) foi
imperador romano entre os anos de 79 e 81. Foi o filho mais velho e sucessor de
Vespasiano.
Antes
de ser proclamado imperador, alcançou renome como comandante militar ao servir
sob as ordens do seu pai na Judeia, durante o conflito conhecido como a Primeira
Guerra Judaico-Romana (67- 70). Esta campanha sofreu uma breve pausa após a
morte do imperador Nero (9 de junho de 68), quando Vespasiano foi proclamado
imperador pelas suas tropas (21 de dezembro de 69). Neste ponto, Vespasiano
iniciou a sua participação no conflito civil que assolou o império durante o
ano da sua nomeação como imperador, conhecido como o ano dos quatro imperadores.
Após essa nomeação, recaiu sobre Tito a responsabilidade de acabar com os
judeus sediciosos, tarefa realizada satisfatoriamente após sitiar e destruir
Jerusalém (70), cujo templo foi demolido no incêndio. A sua vitória foi
recompensada com um triunfo e comemorada com a construção do Arco de Tito. Seu
pai o associou, a partir de 71, ao poder tribunício.
Sob
o reinado do seu pai, Tito coletou receios entre os cidadãos de Roma devido ao
seu serviço como prefeito do corpo de guarda-costas do imperador, conhecido
como a guarda pretoriana, bem como devido à sua intolerável relação com a
rainha Berenice de Cilícia. Apesar destas faltas à moral romana, Tito governou
com grande popularidade após a morte de Vespasiano a 23 de junho de 79 d.C. e é
considerado como um bom imperador por Suetônio e outros historiadores
contemporâneos.
O
mais importante do seu reinado foi o seu programa de construção de edifícios
públicos em Roma. A enorme popularidade de Tito também foi devida à sua grande
generosidade com as vítimas dos desastres que sofreu o império durante o seu
breve reinado: a erupção do Vesúvio em 79 d.C. e o incêndio de Roma de 80 d.C.
Após dois anos no cargo, Tito faleceu sofrendo de febre, a 13 de setembro de 81
d.C. A grande popularidade de Tito fez com que o senado o deificasse.
Prometia
ser um imperador à altura do seu pai, mas o seu breve reinado foi marcado por
catástrofes. Em 24 de agosto de 79, o vulcão Vesúvio destruiu as cidades de
Pompeia e Herculano e, em 80, Roma foi de novo consumida por um incêndio.
Estabeleceu
um governo indulgente, respeitando os privilégios do senado e realizando
grandes obras públicas. Uma das ações mais importantes como imperador foi
inaugurar, em 80 d.C., a obra que seu pai, Vespasiano, iniciara, o anfiteatro
Flávio, conhecido habitualmente como Coliseu), embora este ainda estivesse
incompleto.
Tito
foi sucedido pelo seu irmão menor, Domiciano.
Juventude
Tito
nasceu em Roma, filho primogénito de Vespasiano e Domitilla a Maior. Tito teve
uma irmã chamada Domitila a Menor e um irmão, chamado Tito Flávio Domiciano,
embora conhecido habitualmente com o nome de Domiciano.
As
décadas de guerra civil durante o século I a.C. contribuíram enormemente para o
decaimento da velha aristocracia de Roma, que fora gradualmente substituída no
poder por uma nova nobreza provincial durante a primeira parte do século I. A
família Flávia surgiu da obscuridade na Dinastia Júlio-Claudiana, adquirindo a
riqueza e influência necessárias para chegar ao poder. O bisavô de Tito, Tito
Flávio Petro, serviu como centurião sob Cneu Pompeu Magno durante a Segunda
Guerra Civil da República de Roma. A sua carreira militar terminou quando
Pompeu sofreu uma derrota esmagadora às mãos de Júlio César na Batalha de
Farsália (48 a.C.).
Contudo,
Petro conseguiu melhorar a sua situação casando-se com uma tértula sumamente
rica, cuja fortuna garantiu a ascensão do filho de ambos, Tito Flávio Sabino I,
o avô de Tito. O mesmo Sabino amassou uma grande riqueza como arrecadador de
impostos na província da Ásia e como banqueiro na Helvécia. Casando-se com
Vespásia Polião aliou-se com uma das famílias patrícias de maior ascendência
aristocrática. A riqueza e a linhagem de Vespásia Polião e Tito Flávio Sabino I
garantiram a ascensão dos seus filhos, Vespasiano e Tito Flávio Sabino II, à
classe senatorial.
A
carreira política de Vespasiano incluiu os cargos de questor, edil, pretor, e
culminou em um consulado em 51 d.C., o ano em que nasceu Domiciano. O pouco
conhecido da juventude de Tito chegou através dos escritos de Suetônio. O
historiador relata que o futuro imperador foi criado na corte imperial junto a
Britânico, o filho do imperador Cláudio, que seria assassinado por Nero em 55
d.C. Poucos detalhes chegaram sobre a sua educação, mas aparentemente mostrou
pronto uma grande inclinação pelas artes militares, era um poeta experto e um
grande orador tanto em grego quanto em latim.
Carreira
militar
Tito
serviu como tribuno militar na Germânia entre 57 d.C. e o 59 d.C. e na Britânia
(60 d.C.) chegando com os reforços necessários após a revolta de Boudica. Em 63
d.C. regressou para Roma e casou-se com Arrecina Tértula, filha de um antigo
prefeito da guarda pretoriana. A mulher de Tito faleceria em 65 d.C. e este
tomou uma nova mulher chamada Márcia Funila que pertencia a uma família
aristocrática. Porém, esta família era disposta a unir-se à oposição ao
imperador Nero. O seu tio Quinto Márcio Barea Sorano e a sua filha Servília
faleceram após a fracassada conspiração de Caio Calpúrnio Pisão em 65 d.C.
Alguns historiadores modernos teorizam que Tito se divorciou da sua esposa
devido à conexão da sua família com a conspiração. Não voltou a casar-se de
novo. Tito parece ter tido muitas filhas, sendo ao menos uma delas de Márcia Furnila.
A única que chegou à idade adulta foi Júlia Flávia, que pode ser filha de
Arrecina, pois a mãe desta também se chamava Júlia. Durante este período Tito
dedicou-se à justiça, sendo questor.
Campanha da Judei
Primeira Guerra Judaico-Romana
Em
66 d.C., os judeus da província de Judeia rebelaram-se contra o Império Romano.
Céstio Galo, o governador da província da Síria, foi derrotado na batalha de
Beth-Horon e forçado a se retirar de Jerusalém. O rei pró-romano Herodes Agripa
II e a sua irmã Berenice fugiram para a Galileia. Nero designou a Vespasiano
para esmagar a rebelião, este marchou imediatamente à região com a V e X
legiões. Vespasiano uniu-se a Tito e à XV legião em Acre. Com uma força de
60.000 soldados profissionais, os romanos dispuseram-se a varrer a rebelião
através de Galileia e marchar sobre Jerusalém.
A
guerra foi coberta pelo historiador judeu-romano Flávio Josefo na sua obra
"A Guerra dos Judeus". Josefo serviu como comandante na defesa da
cidade de Jotapata quando o exército romano invadiu a Galileia em 67 d.C. Após
um duro sítio de 47 dias, a cidade caiu, deixando cerca de 40 000 prisioneiros,
que foram assassinados, enquanto os restantes dos resistentes se suicidaram. O
próprio Josefo rendeu-se a Vespasiano, que o liberou ao observar a sua
inteligência. Durante 68 d.C. toda a costa e o norte da Judeia caíram sob o
controle romano. Esta expedição serviu para que Tito se distinguisse como um
general competente.
Ano dos quatro imperadores
A
última e importante fortaleza que resistia era a cidade judaica de Jerusalém.
Contudo, a campanha sofreu uma pausa quando chegaram notícias de Roma da morte
do imperador Nero e da nomeação de Galba pelo senado como sucessor. Vespasiano
decidiu enviar Tito a apresentar os seus respeitos ao novo imperador. Contudo,
quando Tito se aproximava à cidade, recebeu notícias da morte de Galba e da
nomeação de Otão como sucessor, além da marcha para Roma desde a Germânia de
Vitélio. Não querendo arriscar-se a ser capturado por nenhum dos dois bandos,
Tito cancelou a viagem e voltou a unir-se ao seu pai na Judeia.
Enquanto
isso, Otão fora derrotado na batalha de Bedriacum e suicidara-se tão nobremente
que emocionara Roma. Quando chegaram notícias aos exércitos das províncias de
Judeia e Egito, estes decidiram nomear Vespasiano como imperador a 1 de julho
de 69 d.C Vespasiano aceitou, e mediante intensas negociações levadas por Tito,
uniu-se ao governador da Síria, Caio Licínio Muciano, formando uma força muito
importante no Oriente . Esta força mudou-se para Roma liderada por Muciano,
enquanto Vespasiano marchou para Alexandria, ficando Tito ao comando para que
acabasse com a rebelião. No fim de 69 d.C. as tropas de Vitélio foram
derrotadas e o Senado declarou Vespasiano como imperador a 21 de dezembro,
finalizando desse modo o Ano dos quatro imperadores.
Sítio de Jerusalém (70)
Enquanto
isso, os judeus encontravam-se num conflito civil entre eles, dividindo a
resistência entre os sicários, liderados por Simão bar Kokhba e os fanáticos
conduzidos por João de Giscala. Tito aproveitou então a oportunidade de começar
o assalto sobre Jerusalém. Ao exército romano uniu-se a XII Legião, que fora
derrotada sob o comando de Céstio Galo. Desde Alexandria, Vespasiano enviou
Tibério Júlio Alexandre para que agisse como segundo de Tito. Tito rodeou a
cidade no comando de três legiões (V, XII e XV) sobre o lado oeste e enviou a X
legião sobre o Monte das Oliveiras, a leste. Tito cortou os alimentos e a água
à cidade, depois permitiu a entrada de alguns judeus para celebrar a Páscoa negando
depois a saída. O exército romano era acossado continuamente pelos judeus e
numa ocasião estes quase capturaram Tito.
Após
as tentativas de Josefo de negociar uma rendição, os romanos retomaram as
hostilidades e rapidamente destroçaram as primeiras fases da muralha. Para intimidar
a resistência, Tito crucificou os desertores judeus em torno das muralhas.
Neste ponto, os judeus estavam a ponto de se renderem por causa da fome e os
romanos aproveitaram a debilidade para irromper na cidade após quebrar a última
fase da muralha. Os romanos penetraram na cidade, capturaram a Fortaleza
Antônia e iniciaram um assalto frontal sobre o Templo. Segundo Josefo, Tito
ordenara que o Templo não fosse destruído, porém, durante a batalha pela cidade,
um soldado lançou uma tocha para o interior do Templo e este ardeu depressa. O
cronista Sulpício Severo, no entanto, afirma que Tito ordenou a destruição do
Templo. Fosse o que for, o Templo foi totalmente destruído e a cidade saqueada,
após o qual os soldados proclamaram-no Imperador no campo de batalha. Segundo
Josefo 1.100.000 pessoas foram assassinadas durante o sítio, destes a maioria
eram judeus. Fontes antigas informam de que 97.000 pessoas foram capturadas e
escravizadas, incluindo Simon Bar Giora e João de Giscala. Muitos escaparam a
locais próximos do Mediterrâneo. Aparentemente Tito recusou aceitar uma Coroa
de erva (condecoração militar romana) alegando que "não há mérito em
vencer umas gentes abandonadas pelo seu próprio Deus".
Herdeiro
de Vespasiano
Incapaz
de navegar para a Itália durante o Inverno, Tito celebrou uns esplendorosos
jogos na Cesareia
Marítima
e Berytus (atual Beirute), depois viajou para Zeugma do Eufrates, onde se
apresentou com uma coroa a Vologases II de Partia. Visitando Antioquia
confirmou os direitos tradicionais dos judeus naquela cidade. No seu caminho
para Alexandria, deteve-se em Mênfis onde consagrou o touro sagrado de Ápis
portando uma diadema. Esta diadema era para os romanos um símbolo de realeza.
Segundo Suetônio estes fatos causaram uma grande consternação em Roma, onde se
temia que se rebelasse contra Vespasiano. Segundo Suetônio Tito viajou
imediatamente para Roma com o fim de dissipar os rumores sobre a sua conduta.
Após a sua chegada à cidade em 71 d.C., foi recompensado com um triunfo.
Acompanhado por Vespasiano e o seu irmão Domiciano, desfilou a cavalo pela
cidade sendo saudado de maneira entusiasta pela população e acompanhado pelos
seus tesouros e prisioneiros de guerra. Josefo descreve-o como uma procissão
com ingentes quantidades de ouro e prata. A procissão incluía os prisioneiros
de guerra e os tesouros do Templo de Jerusalém. Simão bar Kokhba foi executado
no Fórum Romano, depois disso, a procissão ufanou-se em realizar os requeridos
sacrifícios religiosos no Templo de Júpiter. O Arco do Triunfo de Tito, que
fica na entrada do Fórum, comemora a vitória de Tito.
Com
Vespasiano declarado imperador, Tito e o seu irmão Domiciano receberam o título
de César em nome do senado. Além de compartir o poder tribunício com o seu pai,
Tito foi designado cônsul em sete ocasiões durante o reinado do seu pai e atuou
como o seu secretário comparecendo em certas ocasiões no senado no seu nome. Tito
foi designado comandante da guarda pretoriana, fazendo mais sólida a posição de
Vespasiano como monarca legítimo. Contudo Tito tornou-se infelizmente famoso
entre a população devido às suas violentas ações ordenando a execução de pessoas
suspeitas de traição.Quando em 79 d.C., foi destapado um complô dirigido por
Aulo Cecina Alieno e Éprio Marcelo para derrocar a Vespasiano. Alieno foi
convidado a uma ceia, na que foi assassinado por punhaladas no coração.
Durante
as revoltas judaicas, Tito iniciou uma relação com Berenice de Cilícia, irmã de
Herodes Agripa II, que colaborara com os romanos durante a campanha e
depois/(portanto)logo apoiara a Vespasiano no seu caminho para o trono. No ano
75 d.C., ela voltou junto a Tito e viveu abertamente com ele no palácio como a
sua prometida. Os romanos eram cépticos sobre esta relação e a desaprovavam. A
pressão do povo fez com que Tito se separasse dela, porém a sua reputação
sofreu muito por causa desta relação.
Sucessão
Vespasiano
faleceu em 23 de junho de 79 d.C. por causa de uma infecção e foi sucedido pelo
seu filho Tito. Os romanos, por causa dos seus supostos vícios, temiam que Tito
se tornasse outro Nero. Contra todos os prognósticos, Tito demonstrou ao povo
que era um imperador eficaz e foi muito querido por todos os romanos. Um dos
seus primeiros atos como imperador foi ordenar publicamente suspender os juízos
baseados em traição. A lei de traição, ou a lei de maestas, a princípio foi
usada para processar os que tinham prejudicado as pessoas e a majestade de Roma
por qualquer ação revolucionária Contudo, sob o reinado de César Augusto, esta
lei também fora aplicada para condenar os escritos difamatórios. Sob o reinado
de Tibério, Calígula e Nero utilizaram-se para justificar as execuções, criando
uma rede de informantes que fez tremer a administração romana durante décadas.
Tito acabou com esta prática, declarando:
“É impossível que eu seja insultado
ou ultrajado. Eu nada faço que mereça ser censurado, e não me importam as
falsidades que sobre mim sejam escritas. E, quanto aos imperadores que já estão
mortos” e enterrados, já se vingarão por si mesmos caso alguém lhes fazer algum
mal, se em verdade são semideuses e possuem algum poder."
Portanto,
nenhum dos senadores foi assassinado durante o seu reinado; Tito manteve assim
a sua promessa de que assumiria o cargo de Pontifex maximus com o objetivo de manter
as mãos limpas". Os informantes públicos foram castigados e desterrados da
cidade. Como imperador, Tito ficou conhecido pela sua generosidade, e Suetônio
declara que para compreender que ele não tirara nenhuma benefício de ninguém
durante um dia inteiro ele comentou, "Amigos, perdi um dia".
Desafios
Embora
o seu reinado ficasse livre de conflitos militares ou políticos, Tito teve de
afrontar um grande número de desastres. A 24 de agosto de 79 d.C., apenas dois
meses depois da sua ascensão ao trono, o monte Vesúvio entrou em erupção,
causando a quase completa destruição das cidades da baía de Nápoles. As cidades
de Pompeia e Herculano foram sepultadas sob toneladas de pedra e lava causando
a morte de um grande número de pessoas. Tito designou dois ex-cônsules para
dirigir as tarefas de reconstrução e doou uma grande quantidade de dinheiro do
tesouro imperial a fim de ajudar as vítimas do vulcão. O próprio Tito visitou
Pompeia após a erupção e depois outra vez mais no ano seguinte.
Durante
a segunda visita, um incêndio que durou três dias estourou em Roma. Embora o
grau de destruição não fosse tão desastroso quanto o do grande incêndio do 64
d.C., Dião Cássio registrou uma longa lista de edifícios públicos danificados
parcialmente ou consumidos totalmente pelo fogo. Entre eles, estavam o Panteão
de Agripa, o Templo de Júpiter, o Diribitorium, o Teatro de Pompeu e a Saepta
Júlia, entre outros. De novo, Tito pagou do seu bolso os danos ocasionados pelo
fogo. Aparentemente houve uma praga durante o incêndio, embora se desconheça a
natureza da doença e o número de falecidos.
Enquanto
isso, a guerra continuara na Britânia, onde Cneu Júlio Agrícola se internou na
Caledônia e dirigiu o estabelecimento de várias fortificações.Como consequência
das suas ações, Tito foi aclamado Imperator pela décima-quinta vez.
O
seu reinado também sofreu a rebelião de Terêncio Máximo, um de vários
"Neros" falsos que continuaram aparecendo ao longo dos anos 70.
EmboraNero seja conhecido nomeadamente como um tirano, chegaram escritos que
informam que foi enormemente popular nas províncias orientais durante o seu
reinado.
Segundo
Dião Cássio, Terêncio Máximo seria parecido com Nero na voz e no aspecto e,
como ele, tocava a lira. Terêncio estabeleceu-se na Ásia Menor, mas pronto foi
forçado a escapar para além de Eufrates, tomando refúgio entre os Partos. Além
disso, as fontes antigas declaram que Tito descobriu que o seu irmão Domiciano
conspirava contra ele, mas recusou a opção de assassiná-lo ou desterrá-lo.
Obras Públicas
A
construção de Anfiteatro Flávio, conhecido habitualmente como o Coliseu de
Roma, começou na década de 70 sob o reinado de Vespasiano e finalizou sob o reinado
de Tito nos anos 80. Além das espetaculares dimensões, que ofereciam um grande
entretenimento para a população romana, o Coliseu representava também os
sucessos militares dos Flávios durante as guerras judaico-romanas. Os jogos
inaugurais duraram cem dias, e foram sumamente elaborados, incluindo combates
de gladiadores, pelejas de animais selvagens, representações de batalhas navais
(para as que foi inundado o teatro), corridas de cavalos e de carros. Durante
os jogos, passaram entre o público umas bolas de madeira, inscritas com vários
prêmios com os que os ganhadores eram obsequiados.
Junto
ao anfiteatro, dentro do recinto da Domus Aurea de Nero, Tito ordenara a
construção de novos banhos públicos públicos, que deviam levar o seu nome. A
construção deste edifício terminou de pressa para que coincidisse com a
finalização das obras do Anfiteatro Flávio.
A
prática do culto imperial foi ressuscitada por Tito, embora aparentemente isto
encontrou algumas dificuldades, pois Vespasiano não foi deificado senão seis
meses depois da sua morte. Para honra e glória da dinastia dos Flávios,
começaram as obras do Templo de Tito e Vespasiano que finalizaria durante o
governo de Domiciano
Morte
Ao
finalizar os jogos, Tito dedicou oficialmente ao povo a construção do
anfiteatro e os banhos, o que foi seu último ato como imperador. Tito partiu
para os territórios dos sabinos mas caiu enfermo e faleceu por causa de febres,
aparentemente no mesmo imóvel que o seu pai. Segundo parece, as últimas
palavras que pronunciou Tito foram "somente cometi um erro".Tito
governara o Império Romano durante dois anos, da morte do seu pai em 79 d.C.
até a sua morte a 13 de setembro do 81 d.C. Tito foi sucedido por Domiciano
cujo primeiro ato foi deificar o seu irmão.
Os
historiadores especularam muito sobre a morte de Tito e do erro ao qual se
refere nas suas últimas palavras, Filóstrato defende que foi envenenado por
Domiciano e que a sua morte fora prognosticada por Apolônio de Tiana. Suetônio
e Dião Cássio sustêm que faleceu de causas naturais, mas acusam Domiciano de
abandonar o seu irmão enfermo e segundo Dião, o erro ao que Tito refere é o de
não ter executado o seu irmão, mesmo sabendo de sua participação no complô
contra ele.
Os
relatos sobre Tito escritos por historiadores antigos são mais favoráveis que sobre
qualquer outro imperador. Os escritos que sobreviveram,a maioria de autores
contemporâneos a Tito, oferecem uma visão extremamente favorável para o
imperador, sobretudo comparado com o tirânico governo do seu irmão Domiciano.
A
obra de Flávio Josefo, A guerra dos judeus, oferece uma visão de primeira mão
sobre o caráter de Tito durante a Primeira Guerra Judaico-Romana. Contudo a
neutralidade do escrito de Josefo foi questionada, pois Josefo estava em dívida
com o imperador. Quando Tito chegou a Roma em 71 d.C., Josefo acompanhava-o
como parte do seu séquito, e depois o historiador receberia a cidadania romana
e tomaria o nome e o praenomen dos seus padroeiros. Josefo recebeu uma pensão
anual e viveu em palácio. Sob o patrocínio do imperador, Josefo escreveu muitas
das suas obras mais conhecidas. A obra conhecida como A Guerra dos Judeus
inclina-se contra os líderes da rebelião, apresentando o levantamento como uma
operação mal organizada e culpando os judeus de causar a guerra.
Outro
contemporâneo de Tito, Públio Cornélio Tácito, que começou a sua carreira
pública em 80 d.C. ou 81 d.C. e que deve a sua ascensão à dinastia Flávia,
oferece uma visão sobre o imperador Tito. As suas Histórias foram escritas
neste período, e publicadas durante o reinado de Trajano. Porém, os cinco
primeiros livros deste texto, que abrangem os reinados de Tito e Domiciano não
foram preservados.
Suetônio
oferece um relato curto mas muito favorável sobre o reinado de Tito na sua obra
As vidas dos doze césares. Suetônio ressalta os seus sucessos militares e a sua
generosidade; assim, a sua descrição de Tito diz:
“Tito,
chamado do mesmo jeito que o seu pai, foi querido por todo o povo romano, coisa
muito difícil. Era tão superior que era um prazer para a raça humana, foram
estas características o que lhe fizeram ganhar o afeto da população.”
Outro
autor, Dião Cássio, escreveu a sua História de Roma cerca de cem anos depois da
morte de Tito. Cássio tem uma visão muito similar à de Suetônio, e é muito
provável que utilizara a este como a sua fonte principal:
“O fato de as fontes falarem muito
bem de ele é devido a que esteve pouco tempo no trono, e apenas teve
oportunidade de fazer o mal. Desde a data em que o nomearam imperador
transcorreram somente dois anos, dois meses e vinte e nove dias -além dos vinte
e nove anos, cinco meses e vinte e cinco dias que vivera até então. Certamente,
por isso é acreditado que igualou o longo reinado de Augusto, pois Augusto
nunca teria sido amado caso viver menos, nem Tito caso viver mais. Augusto,
embora se mostrasse irascível pelas guerras e outros contratempos, foi muito
capaz, com o tempo, de conseguir uma brilhante reputação pelos seus generosos
atos; Tito, pelo contrário, governou com temperança e faleceu no apogeu da sua
glória. De ter vivido muito mais, ficaria demonstrado que deve mais a sua fama
atual à fortuna do que aos seus próprios méritos.” Plínio o Velho, que faleceu
durante a erupção do Vesúvio.
Massada:
a Última Fortaleza
O
ano 72 d.C. estava próximo de seu fim quando um sentinela judeu, que montava
guarda num posto avançado nas montanhas, avistou uma nuvem de poeira
aproximando-se no horizonte. Ele sabia que aquilo só podia significar uma
coisa: os romanos estavam chegando. Foi dado o alarme. A última fortaleza da
resistência judaica despertou. A guerra havia chegado a Massada.
A fortaleza
Massada,
que, provavelmente, significa "lugar seguro" ou
"fortaleza", é um imponente planalto escarpado, situado no litoral
sudoeste do Mar Morto. O local é uma fortaleza natural, com penhascos íngremes
e terreno acidentado. Na parte leste, a face do penhasco se eleva 400 metros
acima da planície circundante. O acesso só é possível através de uma difícil
trilha que serpenteia pela montanha.
As
vertentes norte e sul são igualmente escarpadas, mas o lado oeste é um pouco
mais fácil de atingir. Ali, embora a montanha ainda se eleve a mais de 100
metros de altitude, o terreno sobe com uma inclinação de vinte graus até cerca
de 13 metros do topo. O platô de Massada tem a forma aproximada de um losango,
com cerca de 600 metros de comprimento e 300 metros na parte mais larga.
Flávio
Josefo, o famoso historiador judeu do primeiro século, é a principal fonte de
informação sobre a história de Massada. Embora alguns de seus relatos e números
sejam muitas vezes questionados, grande parte do que ele descreveu foi
confirmado pela arqueologia.
Massada
tornou-se uma fortaleza judaica durante o período dos hasmoneus (cerca de
150-76 a.C.). Mais tarde, o rei Herodes fez ampliações e reforçou suas defesas
(37-31 a.C.). Como era de se esperar, as reformas de Herodes foram
impressionantes. Uma dupla muralha de pedra, com 140 metros de extensão e quase
seis metros de altura em alguns pontos, estendia-se por todo o perímetro do
platô. No espaço de 4 metros de largura que separava as duas muralhas, foram
construídos vários quartos, que eram usados para guardar armas e alojar as
tropas. A muralha tinha quatro portões e mais de trinta torres.
Herodes
construiu dois palácios com todo conforto e luxo da época: pisos de mosaicos,
afrescos, colunatas e até uma piscina.
Herodes
também construiu dois palácios com todo conforto e luxo da época: pisos de
mosaicos, afrescos, colunatas e até uma piscina. Para garantir a
auto-suficiência de seu refúgio no deserto, Herodes mandou plantar hortaliças e
grãos na montanha, além de construir enormes cisternas escavadas na pedra para
coletar água da chuva, com capacidade para mais de 40 milhões de litros. Suas
despensas guardavam jarros de azeite, vinho, farinha e frutas. Herodes também
tinha um estoque de armas suficiente para um exército de dez mil homens.
Após
a morte de Herodes, a fortaleza de Massada foi ocupada por uma guarnição romana
que ficou aquartelada ali por quase cem anos.
Os sicários
Durante
o censo de Quirino (6 d.C., cf. Lc 2.2), surgiu entre os judeus daquela região
uma quarta filosofia ou seita (além dos fariseus, saduceus e essênios). Josefo
apontou essa seita como responsável pela destruição do Templo de Jerusalém, em
70 d.C. Esse partido defendia a rebelião contra Roma e não reconhecia nenhuma
autoridade, senão a divina. Seus seguidores eram conhecidos como sicários, do
latim sica, que significa "adaga curva". Alguns estudiosos
identificam os sicários com os zelotes.
Josefo
não tinha muitas palavras boas a dizer sobre os sicários. Ele os definiu como
bandidos, que não assassinavam só os romanos, mas matavam e saqueavam seus
próprios compatriotas, cometendo crimes bárbaros e fomentando a revolta, sob
uma capa de patriotismo e ideais libertários.
No
ano de 66 d.C., um grupo desses rebeldes entrou furtivamente na fortaleza de
Massada e dizimou a guarnição romana aquartelada ali. Pouco depois, o líder dos
sicários, Manaém, chegou a Massada com seus homens, saqueou o arsenal e seguiu
em direção a Jerusalém, como líder autoproclamado da revolta contra Roma.
Chegando em Jerusalém, Manaém agiu com extrema crueldade, assassinando todos os
que não se submetiam à sua autoridade. Sua opressão tornou-se tão insuportável
que provocou um levante num grupo de judeus de Jerusalém que consideravam sua
tirania pior que a de Roma. Nessa revolta, Manaém foi preso e executado. Muitos
de seus seguidores, inclusive um parente seu chamado Eleazar Ben Jair, fugiram
para Massada, onde Eleazar tornou-se líder dos sicários.
Durante
os seis anos seguintes, os sicários de Massada demonstraram fervorosa devoção
religiosa. Entretanto, em total incoerência com essa aparente piedade, Eleazar
e seus homens costumavam atacar as povoações vizinhas, até mesmo as de judeus,
para roubar provisões. A vila de En-Gedi, situada a cerca de 25 quilômetros ao
norte de Massada, foi alvo de seu ataque mais cruel. Os sicários investiram
contra a aldeia durante a Festa dos Pães Asmos, roubaram todos os mantimentos,
expulsaram os habitantes judeus e, segundo Josefo, mataram setecentas pessoas.
Quando
Jerusalém foi finalmente destruída pelos romanos, no ano 70 de nossa era, um
pequeno punhado de sobreviventes dirigiu-se para Massada. Na época em que os
romanos atacaram a fortaleza na montanha, no final de 72 d.C., a população
judaica que ali vivia já somava 967 pessoas.
O cerco
Após
a tomada de Jerusalém, os romanos começaram a operação de limpeza das áreas
conquistadas. Dois baluartes judaicos remanescentes – Herodion e Maqueronte –
foram rapidamente esmagados. Massada foi deixada para o novo procurador, Flávio
Silva.
Silva
marchou em direção a Massada com a Décima Legião e uma tropa auxiliar de
milhares de soldados, além de milhares de prisioneiros judeus que trabalhavam
como escravos, produzindo alimentos e fornecendo água para o exército.
Ao
chegar à base da fortaleza de Massada, Silva começou a elaborar uma estratégia
para enfrentar o desanimador desafio que se erguia à sua frente. Após avaliar a
situação, ele decidiu, primeiramente, construir oito acampamentos de base em
torno da fortaleza. Um deles foi colocado na montanha que dava vista para
Massada, no lado sul. O local era um ótimo posto de observação, permitindo
acompanhar as atividades dos sicários. O quartel-general de Silva estava localizado
num dos acampamentos maiores, a noroeste da fortaleza.
O
primeiro objetivo de Silva era impedir que os sicários escapassem. Para isso,
construiu uma muralha de três quilômetros de extensão e quase dois metros de
espessura, circundando toda a montanha.
O
segundo objetivo de Silva era transpor a muralha defensiva no alto da montanha
e penetrar na fortaleza. Ele sabia que um cerco prolongado estava fora de
questão, pois Massada tinha uma abundante reserva de provisões. Então, decidiu
construir uma rampa de assalto sobre a elevação natural na encosta oeste de
Massada. Esse feito não foi nada desprezível. As tropas de Silva levaram grande
quantidade de terra e pedras para o local, e usaram vigas de madeira de
tamargueira, com 60 centímetros a 1 metro de comprimento, para escorar a pilha
de entulho. Com esse material, construíram um plano inclinado que deve ter tido
uns 160 metros de comprimento, 15 metros de largura e 8 metros de profundidade.
O
general Silva decidiu construir uma rampa de assalto sobre a elevação natural
na encosta oeste de Massada, um plano inclinado que deve ter tido uns 160
metros de comprimento, 15 metros de largura e 8 metros de profundidade, e que
ainda hoje pode ser visto.
Mas
os sicários sabiam muito bem quais eram as intenções dos romanos, e não ficaram
assistindo de braços cruzados. Enquanto os romanos tentavam construir sua
rampa, os judeus juntavam grandes pedras, pesando uns 50 quilogramas cada uma,
e as mandavam rolando morro abaixo. Além disso, outros sicários arremessavam pedras
menores com suas fundas.
Mas
a resistência foi em vão. O plano inclinado foi concluído e as enormes máquinas
de guerra dos romanos entraram em ação. Uma dessas torres tinha entre 20 e 30
metros de altura, e, lá de cima, os romanos lançavam uma chuva de setas e
pedras sobre os atarantados rebeldes.
A
torre também tinha um poderoso aríete, composto de uma enorme tora de madeira
com uma ponta de ferro no formato de cabeça de carneiro. A tora era suspensa
por cordas, dentro da máquina de guerra. Os soldados empurravam a máquina até
perto da muralha ou dos portões e, ao chegarem a uma distância suficiente,
puxavam a tora para trás e depois a empurravam para a frente com toda a força.
Josefo comentou que nenhuma muralha ou torre conseguia resistir à violência
desses golpes.
Sabendo
disso, os sicários usaram um sistema engenhoso para reforçar a muralha
exterior. Usando as vigas dos telhados de 90 por cento das construções de
Massada, eles construíram uma muralha de madeira por dentro da muralha de pedra
e encheram de terra o espaço entre as duas. A muralha interna "deveria ter
entre 20 e 25 metros de extensão, cerca de 18 metros de espessura e 7 a 8
metros de altura" Aparentemente, o aríete tinha pouco efeito sobre este
tipo de muralha, exceto o de compactar ainda mais a terra, a cada novo golpe.
Mas o sucesso da nova muralha de madeira não durou muito, pois ela tinha uma
grande fraqueza: podia ser queimada.
Silva
ordenou que suas tropas lançassem tochas flamejantes sobre a muralha, e, em
pouco tempo, ela estava em chamas. Quando um vento vindo do norte soprou as
chamas de volta na direção dos romanos, os judeus cercados sentiram a esperança
renascer. Mas os ventos mudaram outra vez, levando as chamas novamente para a
muralha. Enquanto suas defesas queimavam rapidamente, os sicários perceberam
que o fim estava próximo.
O suicídio
Em
vez de investirem para a matança, os legionários voltaram a seus acampamentos
para passar a noite, preparando-se para desferir o ataque final pela manhã.
Porém, durante a noite, Eleazar Ben Jair convenceu seus compatriotas, embora
com certa dificuldade, de que era melhor morrerem livres do que sofrerem a
tortura que certamente estaria reservada para eles e suas famílias, nas mãos
dos romanos. O suicídio coletivo era preferível à escravidão. Com grande
tristeza, cada chefe de família matou sua mulher e seus filhos. Em seguida,
foram sorteados dez homens para matar os restantes. Desses, um foi selecionado
para matar os outros nove, incendiar o palácio onde todos haviam tombado e, depois,
suicidar-se.
Com
o raiar do sol, as tropas romanas precipitaram-se pelas fendas da muralha,
preparadas para entrar em combate contra a resistência, mas tudo o que
encontraram foi o silêncio. Intrigados, os soldados gritaram para atrair os
guerreiros. Em vez disso, viram surgir das sombras duas mulheres e cinco
crianças, que haviam escapado do massacre da noite anterior escondendo-se em
cavernas subterrâneas. Os sobreviventes contaram aos romanos o que os sicários
tinham feito, mas eles só acreditaram quando entraram no palácio incendiado e
contemplaram o monte de cadáveres.
As
mortes ocorreram no décimo quinto dia do mês de nisã, segundo o calendário
judaico, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos do ano de 73 d.C.
Atualmente,
o moderno Estado de Israel – a única verdadeira democracia do Oriente Médio –
homenageia Massada, não necessariamente por seus defensores, mas por seus
ideais. As palavras do hino nacional israelense expressam o anseio do coração
de todo judeu, desde que os romanos romperam as defesas de Massada.
O DOMÍNIO ROMANO:
O
mundo antigo viu emergir por volta do século I a.C. o ultimo dos grandes
impérios da antiguidade, que foi o império Romano, e no período da história
romana conhecida como Republica Romana, Israel foi invadida e conquistada pelo
general Pompeu por volta de 63 a.C. após 77 anos de independência, Pompeu chegou
a invadir o templo e entrar no Lugar Santíssimo que era permitido apenas ao
sumo sacerdote uma vez ao ano, mas da até para imaginar a decepção deste
general ao encontrar uma "sala vazia", já que a Arca da Aliança não
estava mais entre os judeus, e então Israel passou de Estado independente para
província tributaria de Roma.
Por
esse período Pompeu disputava o poder entre Julio César e Crasso no episódio da
história Romana conhecido como o primeiro triunvirato, sendo derrotado pelo
primeiro, e no ano 37 a.C. os romanos colocaram no trono da Judéia um edomita
que entrou para a história com o nome de Herodes "o grande",
lembrando que Herodes não era descendente de Isaac e sim de Esaú, que formaram
o povo edomita e no passado foram grandes inimigos de Israel.
Herodes
conquistou o trono, mas não o coração do povo judeu que o viam como um
usurpador, no reinado ele realizou a construção de diversas obras em Israel,
inclusive criou a província de Cesárea em homenagem a César.
No
primeiro texto eu coloquei aspas ao me referir ao segundo templo como sendo o
templo de Herodes, pois como vocês leitores podem perceber, o templo já
existia, o que Herodes fez foi remodelá-lo, construindo torres consideradas
profanas no mesmo, e por isso historicamente ele acabou levando a falsa fama de
construtor do templo.
Herodes como muitos devem saber, se deixou
corromper pelo poder chegando a um estado de loucura ao ponto de matar a
própria esposa e um de seus filhos, o seu reinado coincide com o nascimento de
Jesus Cristo em Belém, cidade dos descendentes de Judá, onde seus pais José e
Maria precisaram ir para serem contados no censo romano.
Cristo era descendente direto de Davi,
portanto era de linhagem real, quando ele nasceu, Herodes tomou conhecimento de
seu nascimento, e com medo de perder o poder ordenou o massacre a todas as
crianças com menos de dois anos em toda a Judéia, com a esperança de matar
Jesus, mas seus pais fugiram para o Egito com a criança até a morte de Herodes
no por volta do ano 1 a.C. (não se assustem, o calendário cristão esta errado
mesmo, é provável que Cristo tenha nascido não no ano 1 de sua era e sim no ano
4 a.C.).
Depois da morte de Herodes a Palestina
foi dividida entre seus filhos e devido à imensa instabilidade que se
estabeleceu, o império romano precisou mandar governadores para a Judéia, por
esse tempo surgiram vários grupos a favor da independência de Israel, entre
eles os zelotes, que foram um grupo armado que pretendiam tomar o poder em
Israel e expulsar os romanos, os zelotes eram o que hoje se assemelharia ao
Hamas na Palestina, ao IRA na Irlanda do Norte, ao ETA no País Basco ou até
mesmo as FARCs na Colômbia.
INICIO DA ERA CRISTÃ:
Nos tempos em que Cristo andou pela Judéia
cabe estudar um pouco sobre a sociedade judaica naquela época, além do templo
existiam as sinagogas que haviam sido criadas ainda no cativeiro da Babilônia
para o estudo dos livros sagrados, era muito comum homens, como no caso dos
discípulos de Cristo, andarem portando espadas, como forma de se proteger
contra animais selvagens ou cortar frutas das arvores.
Neste período eram faladas três línguas
em Israel, o hebraico, que era falado entre os judeus que preservaram sua
cultura, o grego que era falado pelos judeus helenistas e o latim, língua falada
pelos soldados e magistrados romanos estabelecidos na Judéia, o nome Jesus é
grego e é o mesmo que Josué no hebraico, cujo significado é "o Deus que
salva", e Cristo é a denominação grega para Messias.
Como já é do conhecimento de todos, os
judeus sempre esperaram pelo seu Messias, que já havia sido anunciado por
Moisés e pelos profetas e viria como o libertador de Israel, Jesus é claro não
teve esse reconhecimento, ele é visto até hoje pelos judeus como um profeta e
falso Messias, os judeus aguardam seu Messias até os dias de hoje.
Na época de Cristo todos os judeus eram
obrigados a pagarem tributos a Roma, e existiam aqueles judeus que cobravam os
tributos para Roma, muitas vezes abusando e reembolsando de seu próprio povo,
por isso eles eram muito odiados e visto como traidores, eles eram chamados de
publicanos, pra falar a verdade ninguém gosta de pagar impostos, agora imaginem
ter que pagar imposto para outro país que domina o seu.
Os pescadores tinham que dar a boa parte
de seus pescados a Roma recebendo como pagamento aqueles peixes que não estavam
bons, por isso surgiam diversas brigas nas ruas da Judéia, muitos dos
agricultores para não terem que entregar uma parte da produção a Roma,
colocavam paus e pedras no fundo de seus cestos.
Os soldados romanos na Judéia não
gostavam de carregar suas bagagens, e por isso obrigavam os judeus a fazer isso
para eles, até o posto aonde iriam se estabelecer, é até por isso que Cristo
fala que se alguém o obrigar a andar uma milha, ande duas, pois naquela época
se o soldado acabasse andando um pouco mais de onde ia ficar ele era punido, e
você andando além daquilo que o soldado lhe estabelecera, você veria a cena do
soldado implorando para que você devolvesse as coisas dele.
Cristo combatia veementemente os
fariseus chegando a chamá-los de raças de víboras que pregavam uma coisa, mas
suas vidas eram totalmente outras, Cristo foi crucificado no ano 33 de sua era,
tendo o cristianismo se espalhado rapidamente por intermédio de seus seguidores.
1ª GUERRA JUDAICO-ROMANO:
Devido ao numero de revoltas que
cresceram na Palestina, o então governador Floro enviou tropas para massacrar e
crucificar alguns judeus, aquilo foi o estopim e deu inicio a primeira guerra
judaica romana que começou no ano 66 d.C. e foi até 70 d.C. com a queda de
Jerusalém, alguns historiadores dizem que a guerra foi até 73 com a queda de
Massada.
Os judeus sob a liderança de Eleazar Ben
Simon ocuparam o templo e a fortaleza Antônia, e neste ínterim os zelotes
ocuparam a fortaleza de Massada, como falaremos mais adiante, outro bando
conquistou a fortaleza de Chipre e os rebeldes conseguiram se espalhar pelo
interior do país onde ocuparam a Judéia, a Induméia e o sul da Galiléia, todas
as ações do rei Herodes Agripa II para tentar conter a revolta foi inútil, e
todas as ações do exército romano para retomarem a Judéia fracassaram até o ano
de 67 d.C.
Em 67 d.C. o general Vespasiano que
havia sido exilado de Roma por dormir numa das intermináveis apresentações do
imperador Nero, foi chamado pelo imperador para conter a revolta na Judéia, e
depois que ele foi o quadro começou a se inverter a favor dos romanos.
Dos cercos realizados pelos romanos,
vale destacar o cerco a Jotapata, cujo líder rebelde era Flavio Josefo, que foi
poupado e se tornou um dos mais importantes historiadores judeus.
Após acabar com as rebeliões na Jordânia
e na Galiléia, Vespasiano chegou a Jerusalém, onde iniciou um cerco em 69 a.C.,
os soldados judeus ainda resistiam combatendo os romanos durante o dia e reformando
as muralhas durante a noite, devido ao cerco, a precariedade e a fome eram
tantas que a mulher do sumo-sacerdote que vivia no luxo, passou a revirar as
lixeiras atrás de alimento.
Quando Vespasiano iria dar o golpe
final, foi chamado pelos soldados romanos que combatiam no oriente para se
tornar o próximo imperador devido à morte de Nero, Vespasiano foi e como
primeiro ato nomeou seu filho Tito como general-comandante do cerco a
Jerusalém, e no comando do exército Tito usando maquinas de guerra como os
aríetes conseguiu transpassar a primeira muralha, depois a segunda e por fim a
terceira tomando com isso a cidade, os rebeldes se refugiaram no templo, mas
foram todos mortos onde os soldados contrariando as ordens de Tito, incendiaram
e destruíram o templo.
Então Tito realizou um massacre a
população de Israel em Jerusalém, onde mandou crucificar todos que
encontrassem, até mulheres e crianças, a cidade se tornou um cemitério de
cruzes e quando os romanos não tinham mais madeira para crucificar, começaram a
matar pela espada, assim tinha tombado o penúltimo foco de resistência dos
judeus.
MASSADA
Jerusalém foi o penúltimo, porque o
ultimo foco de resistência foi a fortaleza de Massada que só caiu três anos
depois da capital da Judéia, do hebraico Metzada que significa
"fortaleza", foi uma fortaleza construída a 520 metros do mar morto
por Herodes I, que também construiu um palácio e armazéns, para estocar
alimentos, água e armas, e como já havia dito, havia sido tomado pelos zelotes
durante a guerra.
Depois de Jerusalém só restava Massada,
cujo seus soldados resistiram até o fim às investidas romanas, construindo
varias artimanhas de defesa para as muralhas, os romanos então começaram a
arremessar escorpiões para dentro da fortaleza e construíram uma rampa de pedra
para guiarem um aríete, com esse aríete destruíram a primeira muralha
encontrando outra que eles incendiaram deixando o ataque final para o dia
seguinte, dentro da fortaleza o líder Eleazar Ben Yair, vendo que não tinha
mais saída discursou dizendo "Antes morrer do que ser escravizados por
inimigos. Livres, deixaremos este mundo".
Então como a lei hebraica proíbe o suicídio
cada soldado hebreu matou seu companheiro ao lado até que sobrou um que, não
vendo saída, se matou, e quando os romanos entraram na fortaleza encontraram
apenas duas mulheres e cinco crianças.
Massada se tornou um símbolo de
resistência para muitos judeus, é por isso que nos dias de hoje, quando Israel
recruta soldados de defesa, eles sobem até Massada e fazem o juramento onde
proferem os seguintes dizeres "Massada não caíra nunca mais".
Então o Estado de Israel havia chegado
ao fim mais uma vez, muitos dos judeus se dispersaram para o mundo indo desde a
Germânia até a Rússia, outros foram levados como escravos de guerra para Roma,
onde muitos destes judeus ajudaram a construir o maior símbolo do poder de
Vespasiano, o Coliseu, que hoje é considerado uma das sete maravilhas do mundo.
2ª GUERRA JUDAICO-ROMANA:
Durante o período entre guerras, ocorreu
uma sucessão de revoltas judaicas em Alexandria, Chipre e Roma, a 2ª Guerra
Judaico-Romana ocorreu no ano 132 d.C. no governo do imperador Adriano quando
este decidiu erguer um santuário dedicado ao deus Júpiter no monte do templo de
Jerusalém, fato que mexeu com o espírito dos judeus que liderados por Simão bar
Kokhba, atacaram a Cesárea e destruíram a fortaleza romana, entusiasmados eles
fabricaram armas e fortificaram as cidades.
Simão
bar Kozipa na época foi tido como o Messias prometido aos judeus, e por isso
mudou seu nome para "bar Kokhba" que significa "filho da
estrela", ele foi recebido em Jerusalém como herói e em seguida proclamou
a independência e mandou cunhar moedas com a inscrição “primeiro ano da independência
de Israel”, a tática de guerra usada pelos judeus nesta segunda guerra foi a
mesma que se é usada hoje pelas milícias talibãs que combatem contra a OTAN no
Afeganistão, a típica tática de guerrilha que consiste em armar emboscadas e se
esconder nas cavernas.
O imperador Adriano então chamou seu melhor
comandante, o general Julio Severo que governava a Britânia, este levou consigo
um exército de 100 mil homens e conseguiu sufocar o movimento matando todos os
revoltosos e apagando o brilho do "filho da estrela".
Depois o imperador reconstruiu a cidade de
Jerusalém e a batizou com o nome de Aélia Capitolina, proibindo o retorno dos
judeus para lá sob a ameaça de pena de morte, Adriano também proibiu a pratica
de circuncisão que é sagrada entre os judeus e o ensino da lei hebraica.
Biografia:
ROCHA, Ivan E. Dominators and dominated in Palestine of the first
century. História (São Paulo), v. 23
DeBarros, Aramis
C. Doze homens e uma missão / Aramis C. DeBarros. - Curitiba : Editora Luz e
Vida, 1999.
Josephus Flavius, publicou em seu livro “As Guerras dos Judeus, VII,
320-336"
Bíblia. Edição
Pastoral, Paulus, São Paulo, 1998
pt.wikipedia.org/wiki/Herodes,_o_Grande
pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Judaico-Romana